terça-feira, 5 de julho de 2016

O Tribunal de Cristo

O Senhor guiará os Seus santos à casa do Pai nas alturas. Jo 14.2,3; Hb 2.13.

Após haver levado o Seu povo para a casa do Pai nas alturas, o Senhor os assentará à Sua mesa e os servirá de alegria celestial. Lc 12.37.

O tribunal de Cristo será estabelecido no céu, onde o Senhor se assentará como juiz.*  Existem três razões principais para haver um julgamento. Primeiro, para magnificar a graça de Deus em atender às nossas necessidades como pecadores. Isso mostrará quão grande foi na realidade a nossa dívida em razão do pecado, quando os pecados e falhas de nossa vida forem manifestados. Iremos aprender quão imensa é Sua graça em passar por cima de tudo isso. A segunda razão é para que, em todas as coisas, seja revelada a perfeita sabedoria de Deus. Ele Se identificou com Seu povo. Naquela ocasião Ele responderá a todas as perguntas difíceis que tivemos acerca de nossa vida. Ele mostrará a razão porque as incômodas dificuldades foram necessárias para nossa formação. A terceira razão é para que sejam determinadas quais as recompensas (galardões) dos santos e o lugar que ocuparão no Reino. O resultado disso estimulará o eterno louvor dos santos de Deus. O caráter da sessão não será judicial. Não serão os pecados do crente que estarão em questão. Isto já foi resolvido de uma vez para sempre pela obra completa de Cristo na cruz. O conhecimento disto dá ao crente grande ousadia, uma vez que lhe assegura que não será surpreendido pelo dia do juízo (1 Jo 4.17). O crente pode descansar em perfeita confiança na Palavra de Deus, que é fiel e lhe diz que "não entrará em condenação" (Jo 5.24; Rm 8.1). Mas as ações do crente (2 Co 5.10), sua obra servil executada para o Senhor (1 Co 3.9-15), seus motivos (1 Co 4.4-5; Rm 2.15,16), suas palavras (Mt 12.36,37), e seu exercício pessoal (Rm 14.1-12), será tudo repassado diante do santo olho do Senhor Jesus Cristo. Tudo na vida do crente será manifestado naquele dia, tanto o que praticou antes, como depois de sua conversão**. Isso revelará o que foi o ilimitado amor e a paciente graça do Senhor durante a vida do crente. Os crentes bendirão a mão que os guiou e o coração que planejou tudo enquanto aprendiam que "Seu caminho é perfeito." Sl 18.30.

{*Nota: Existem dois tipos de juiz. Cristo executará juízo no caráter de ambos. Um tipo de juiz é aquele que está no caráter de alguém investido de autoridade para decretar a sentença em juízo sobre um réu culpado, por exemplo, um juiz que atua nas cortes judiciais de um país. O cristão nunca se encontrará perante Cristo neste caráter de Juiz (Jo 5.24; Rm 8.1). O outro tipo é o juiz que atua como um árbitro, tendo conhecimento suficiente para decidir o mérito de um determinado assunto, por exemplo, um juiz de algum concurso ou exposição de arte. Este tipo de juiz avalia a qualidade e beleza de uma determinada obra em exposição. É neste segundo caráter que Cristo é visto como Juiz para com os crentes.}

{**Nota: Alguns poderão discordar disto, mas as Escrituras (2 Co 5.10) declaram claramente que trata-se das ações efetuadas por meio do corpo, e não das ações praticadas após a conversão. Todos nós estávamos no corpo antes de sermos convertidos. Será necessário ter tudo manifestado na vida do crente, para mostrar que a inigualável graça do Senhor é tão grande que a tudo sobrepuja. Onde abundou o pecado a graça abundou ainda muito mais (Rm 5.20). Deve ser também lembrado que os santos estarão glorificados nessa ocasião e não serão manchados pelo conhecimento de tais coisas reveladas. Naquele dia aprenderemos de uma vez para sempre quão má é a carne, e isso tão somente magnificará a graça que nos buscou e nos encontrou. Ninguém estará apontando seu dedo a outrem. Todos terão sido levados para lá com base numa só coisa: graça, e tão somente graça. E então, ao descobrirmos, em meio a tudo isso, que Ele encontrará um motivo para nos galardoar, seremos vencidos por uma compreensão do Seu amor e graça de uma forma muito mais profunda do que jamais poderia ser alcançada se não fosse tudo revelado a nós. Isso irá gerar as mais altas e vibrantes notas de louvor "Àquele que nos ama e em Seu sangue nos lavou dos nossos pecados" (Ap 1.5). }

Quando eu estiver diante do trono presente,
Coberto de adornos que não conquistei;
Então ao Senhor conhecerei plenamente,
Então saberei o quanto tenho e não sei.
Todos receberão uma recompensa. Cada um receberá o louvor vindo de Deus (1 Co 4.5; Mt 25.21-23). Talvez existam sete coroas que serão dadas como recompensa. A coroa incorruptível (1 Co 9.25), a coroa de gozo (1 Ts 2.19), a coroa de justiça (2 Tm 4.8), a coroa da vida (Tg 1.12; Ap 2.10), a coroa da glória (1 Pd 5.4), a coroa de ouro (Ap 4.4) e a coroa dada aos que vencerem (Ap 3.11).

Todos os santos celestiais (representados nos 24 anciãos) tomarão os seus lugares em tronos ao redor do Senhor no céu e, enquanto olham para o Senhor em toda a Sua glória como Criador e Redentor, lançarão suas coroas e a si próprios aos Seus pés em adoração e louvor. Ap 4-5.

B. Anstey

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