terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Os Resultados da Obediência

(Comentário Gênesis 26)

"E Abimeleque veio a ele de Gerar, com Ausate seu amigo, e Ficol, príncipe do seu exército. E disse-lhes Isaque: Por que viestes a mim, pois que vós me aborreceis e me enviastes de vós? E eles disseram: Havemos visto, na verdade, que o SENHOR é contigo, pelo que dissemos: Haja, agora, juramento entre nós" (Gênesis 26.26-28). O verdadeiro modo de atuar nos corações e nas consciências dos homens do mundo é permanecer em separação decidida deles, tratando com eles, ao mesmo tempo, em perfeita graça. Enquanto Isaque continuou em Gerar não houve nada senão contendas e disputas. Ceifou dores, e não produziu efeito algum sobre aqueles que o rodeavam. Em contrapartida, logo que os deixou os seus corações foram despertados e seguiram-no e desejaram fazer um conserto com ele. Tudo isto é muito instrutivo. 

O princípio aqui apresentado pode ser exemplificado constantemente na história do povo de Deus. O primeiro ponto com o coração deve ser sempre ver que na nossa posição estamos bem com Deus, não apenas bem em posição, mas na condição moral da alma. Quando estamos bem com Deus, podemos esperar atuar eficazmente com os homens. Logo que Isaque foi para Berseba, e tomou o seu lugar de adorador, a sua própria alma foi aliviada e ele foi usado por Deus para atuar sobre outros. Enquanto nos mantivermos numa posição errada, estamo-nos defraudando a nós próprios de bênção, e fracassando totalmente no nosso testemunho e serviço.

Nem tão-pouco devemos nós, quando estamos numa posição errada, perguntar, como tantas vezes se pergunta: "Onde se pode encontrar alguma coisa melhor?" A ordem de Deus é, "Cessai de fazer mal!" e quando agimos sobre este santo preceito é-nos dado outro, a saber: "aprendei a fazer o bem". Se esperarmos aprender a fazer o bem, antes de deixarmos de fazer o mal, estamos completamente enganados. "Desperta tu que dormes e levanta-te de entre os mortos, e Cristo te esclarecerá" (Ef 5:14).

Prezado leitor, se estás fazendo alguma coisa que sabes ser má, ou se estás identificado, de qualquer modo, com aquilo que entendes ser contrário à Bíblia, escuta a Palavra do Senhor: "Cessai de fazer mal" (Is 1:16). Podes estar certo que se obedeceres a esta palavra não mais terás dúvidas quanto à carreira que deves seguir. É a incredulidade que nos leva a dizer, "não posso deixar o mal antes de encontrar alguma coisa melhor". Que o Senhor nos dê fé simples e um espírito dócil.

Gênesis 26

O grande segredo do crescimento é o olhar para cima, para o Senhor, como Aquele que é gracioso.

Leia em: http://www.bibliaonline.com.br/acf/gn/26

Isaque foi o que mais tempo viveu destas quatro gerações (de Abraão aos filhos de Jacó). Veja sua idade no capítulo 35:28. Não lemos de nenhum ato importante em sua vida. Ele era o filho comum de um pai famoso, Abraão, e o pai comum de um filho famoso, Jacó. 

Gn 26:1-6 Deus com freqüência precisava dizer a Abraão e Isaque que ficassem na terra à qual Deus os havia enviado. Mas eles tinham uma atração pelo Egito (12:10, 26:1-2). Lembre-se de que o Egito nas escrituras é uma figura deste mundo em que vivemos - ele nos atrai se deixarmos que o faça

Gn 26:7-16 Assim como seu pai, Isaque diz uma mentira sobre sua esposa, e quase traz um grande pecado (vers. 10) sobre todos eles. Abimeleque é um homem sincero, e tem a coragem de falar firme a Isaque sobre o erro que este havia cometido. 

Gn 26:17-25 Isaque reabre os poços que haviam sido entupidos. Ele os chama por seus antigos nomes. Em nossos dias há muitas coisas recebendo novos nomes. É sempre bom para o crente voltar ao princípio, aos dias dos apóstolos, da doutrina dos apóstolos e da comunhão dos apóstolos (At 2:42). 

Gn 26:23-24 Assim que Isaque volta a Berseba, veja o que acontece "naquela mesma noite". É só quando voltamos ao caminho certo que desfrutamos de comunhão com Deus

Gn 26:25 Não pensemos que podemos viver da maneira que escolhermos e ainda assim sermos guiados por Deus. Leia estes versículos cuidadosamente. É só na restauração que vemos o Senhor Se aproximando de Isaque. Quatro belos símbolos aqui: (1) o altar, (2) oração, (3) a tenda e (4) o poço. O primeiro é uma figura da adoração ou comunhão com Deus - Jo 4:23. O Segundo é uma expressão da dependência em Deus - Sl 62:1,2. O terceiro é uma figura do testemunho ou de uma testemunha, para aqueles ao redor, de que estamos apenas de passagem - Jo 17:16. E o quarto, uma fonte de refrigério, assim como o Espírito Santo em nós - Jo 7:38,39. Quando estava em Gerar, Isaque não tinha nem gozo, nem paz ou influência.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Esaú Menospreza o Direito da Primogenitura

(Comentário Gênesis 25)

No fim deste capítulo são-nos apresentados princípios de natureza muito solene e prática. O caráter e as ações de Jacó aparecerão, se o Senhor permitir, de uma maneira mais clara perante nós; contudo, desejo apenas focar, de passagem, a conduta de Esaú, quanto ao direito de primogenitura e tudo que com ele se acha ligado. O coração natural não dá valor às coisas de Deus. Para ele as promessas de Deus são coisas vagas, sem valor e impotentes, simplesmente porque não conhece Deus. E por isso que as coisas temporais exercem tanto peso e influência na opinião do homem. O homem dá apreço a tudo que pode ver, porque é governado por vista, e não por fé: o presente é tudo para si; o futuro apenas uma coisa sem influência — um caso da mais simples incerteza.

Assim aconteceu com Esaú. Escutai o seu argumento falaz: "Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura?". Que maneira estranha de raciocinar! O presente está escorregando debaixo dos meus pés, portanto eu desprezo e prescindo inteiramente do futuro! O tempo está-se desvanecendo da minha vista; portanto abandono todo o interesse pela eternidade! Assim Esaú desprezou "o seu direito de primogenitura" (Hb 12:16). Assim Israel desprezou "a terra aprazível" (Sl 106:24); assim eles desprezaram Cristo (Zc 11:13). E foi assim que os que foram convidados para as bodas desprezam o convite (Mt 22:5). O homem não tem lugar no seu coração para as coisas de Deus. O presente é tudo para ele. Um prato de caldo é melhor do que o direito a Canaã. Por isso, a mesmíssima razão que levou Esaú a menosprezar a primogenitura era a mesma porque ele deveria tê-la agarrado com mais força. Quanto mais vejo a vaidade temporária do presente, tanto mais me agarrarei ao futuro de Deus. E assim segundo o juízo da fé. "Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato e piedade, aguardando a apressando-vos para a vinda do Dia de Deus, em que os céus, em fogo, se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça" (2 Pe 3:11-13).

Estes são os pensamentos de Deus, e, portanto, os pensamentos da fé. As coisas que se veem perecerão. Devemos nós, então, desprezar as invisíveis? De modo nenhum. O presente passa rapidamente. Qual é logo o nosso recurso? "Aguardando e apressando-vos para a vinda do Dia de Deus". Este é o juízo da mente restaurada; e todo e qualquer outro juízo é apenas "profano, como Esaú, que por um manjar vendeu o seu direito de primogenitura" (Hb 12:16). Que o Senhor nos mantenha julgando as coisas como Ele as julga. Isto só pode ser feito pela fé.

Gênesis 25

Você já ouviu falar do segredo de Deus? (Jó 15:8). É multíplice em eficácia (Jó 11:6). Está com aqueles que O temem (Pv 25:14). Está com o sincero (Pv 3:32).

Leia em http://www.bibliaonline.com.br/acf/gn/25

Gn 25:1-11 Tente ligar estes quatro capítulos em seus significados. Capítulo 22... a cruz de nosso Senhor Jesus Cristo. Capítulo 23... a morte de Sara... uma figura de Israel colocado de lado. Quando os Judeus crucificaram o Senhor e rejeitaram o evangelho foram colocados de lado. Capítulo 24... a época atual quando o Espírito de Deus está guiando a noiva (todos os crentes) a Cristo. Capítulo 25... Abraão se casa outra vez. Após a igreja (os crentes) ser levada para a glória (céu), Deus irá então tratar com Israel outra vez... o milênio terá muitas outras nações abençoadas com Israel. Quetura tem um filho, Midiã. 

Gn 25:12-18 Primeiramente, as gerações de Ismael (filho de Abraão). 

Gn 25:19-28 Em segundo lugar, a família de Isaque. Primeiro aquilo que é natural (Ismael), então o que é espiritual (Isaque). (1 Co 15:46). 

Gn 25:29-34 Leia Hb 12:14-17. Nos dias do Antigo Testamento, o primogênito sempre devia receber as bênçãos especiais e a herança do pai. Aqui vemos Esaú desprezando a bênção. Ele não fazia ideia do que estava perdendo. Não deu nenhum valor a Deus. Há muitos hoje que vivem apenas para o presente. As bênçãos que poderia ser deles, consideram como nada.




terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Qual é o Cumprimento da Lei?

Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir.

Há algumas pessoas que pensam que o Senhor Jesus veio trazer uma mensagem diferente da lei de Moisés e que, portanto, Ele invalidou a lei. Mas não! Na verdade a lei tinha uma mensagem essencial para se aprender. Romanos 3:19 nos esclarece: "Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo mundo seja condenável diante de Deus". De fato, apenas Israel estava "debaixo da lei"; contudo a mensagem da lei era tão abrangente que expunha a culpa de toda a humanidade, tanto gentios quanto judeus. Isso era uma boa coisa e o Senhor não colocou isso de lado.

Mas Ele veio para "cumprir a lei". Isso não significa que Ele veio para guardar a lei (apesar de Ele ter sido o único capaz de guardá-la), mas para cumprir a essência da lei. A lei exigia a punição e a morte de todos os que a transgrediam. Portanto, se o Senhor Jesus iria cumprir a lei, Ele tinha de sofrer e morrer para realizar essa surpreendente obra de receber sobre Si mesmo a punição que a lei requeria.

E o sofrimento não foi o infligido pelo ódio de Seus inimigos. Não foram as chicotadas, a zombaria, a crucificação. Nas três horas de densas trevas na cruz, Ele sofreu a excruciante agonia de ser exposto ao julgamento de Deus. Ele sofreu para expiar os pecados de todos os que creem nEle como Senhor e Salvador.

Porém, há outro aspecto que temos de considerar. Quando o Senhor Jesus disse que veio para cumprir a lei, Ele falava de algo mais profundo. "O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor" (Romanos 13:10). Deus não enviou Seu Filho somente para que Sua ira fosse satisfeita. O Senhor Jesus não veio somente para suportar o castigo que nós merecíamos. Nós não conseguimos amar a Deus e uns aos outros. E não há lei que mude isso. O Senhor Jesus veio para que pudéssemos amá-Lo, amar a Deus e aos outros com o amor que procede de Seu próprio coração. Amor; é nisso que se resume a lei, os profetas, e a cruz!

Experiência Vitoriosa (Parte 3 - Final)

(Comentário Romanos 8)

"Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus." (Rm 8.18,19) Quem podia, melhor do que Paulo, considerar este assunto? Prisões e cadeias o esperavam em cada cidade -- uma vida de constante de sofrimento com Aquele a Quem tanto amava servir; e ainda assim ele diz: "As aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada". Deveras, "a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus". Que solução para o espantoso paradoxo de toda a criação! Os gemidos dos campos de batalha cessarão; a miséria, a pobreza e a degradação das multidões; os sofrimentos da criação, tudo chegará ao fim.

"Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do corpo." (Rm 8.22) Repare que não é para a salvação de nossas almas que esperamos, e ansiamos, mas pela redenção do corpo. Isto pode ser tanto para os que estão na sepultura, como para os que serão transformados em um momento. Isto acontecerá na vinda do Senhor. No que diz respeito ao corpo, nem mesmo nós estamos livres do sofrimento, e de gemermos, até a vinda de nosso Senhor. Ainda não vimos Sua vinda e, por conseguinte, só podemos aguardar e ter esperança. Trata-se de um erro fatal supor que isso tudo signifique que não sabemos que temos a salvação; pelo contrário, sabemos que temos vida eterna -- "Aquele que crê no Filho TEM a vida eterna". (Jo 3.36) Não há espera para tal. Mas podemos aguardar em paciência pela redenção do corpo.

"E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por Seu decreto". (Rm 8.28) Sabemos disso porque Deus é sempre por nós. É isto que é apresentado até o final do capítulo. "Daqueles que são chamados por Seu decreto." Deus não nos chamou por causa de qualquer bem que pudesse existir em nós, ou de qualquer desejo de nossa parte. Notemos atentamente qual foi o Seu propósito, pois Seu chamado é o resultado de Seu decreto ou propósito.

Não devemos alterar nem uma só palavra a fim de adaptar isto aos pensamentos ou raciocínios humanos. "E aos que predestinou a estes também chamou: e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou." (Rm 8.30) Aqui é tudo de Deus, que não pode falhar. Esta é a Sua ordem. Predestinados, chamados, justificados, glorificados. De eternidade a eternidade. Que sequência maravilhosa! Que consolo inestimável para os tão sofridos filhos de Deus! Porventura Ele não nos chamou? Então isto prova que nos predestinou; e Ele nos justificou; e não deixará de nos levar para a glória. A fé certamente confiará nEle. A incredulidade com prazer deixaria que Satanás introduzisse raciocínios que eliminassem toda esta verdade fundamental. "Que diremos pois a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8.31) Sim, se Deus é assim por nós, quem ou o quê pode ser contra nós? Veja como aprouve a Deus nos persuadir disto.

"Aquele que nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?" (Rm 8.32) Alguma dúvida? Fica assim manifesto que todas as coisas devem cooperar para o nosso bem, já que Deus não poupou nem Seu próprio Filho. Que amor eterno e infinito teve Ele ao entregá-Lo por todos nós! Podemos esperar seja o que for, tendo em vista a imensidão e o caráter deste amor.

Como já vimos nesta epístola, já que é Deus, em Sua justiça, Aquele que é o Justificador, o Deus que justifica, "quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus?" (Rm 8.33) Quem os condenará? Se Deus é nosso Justificador, poderá alguma criatura nos condenar? Foi Deus Quem demonstrou a Sua aceitação pelo nosso resgate ao ressuscitar Jesus de entre os mortos para nossa justificação. Deus O entregou por todos nós; e Ele O ressuscitou de entre os mortos para a justificação de nós todos; e Ele é a imutável justiça de todos os eleitos de Deus. "Quem os condenará?" (Rm 8.34) Deus não pode nos condenar sem condenar a Ele que foi levantado de entre os mortos para ser nossa justiça. Nossa justificação não poderia ser mais perfeita, pois tudo vem de Deus. Nossa justificação, portanto, é de Deus, e é completa e estabelecida eternamente.

Resta apenas mais uma questão. Poderá qualquer circunstância alterar o amor de Cristo, ou alterar o amor de Deus em Cristo para conosco? Há tantos que duvidam que o amor de Cristo possa permanecer, caso não o mereçamos continuamente, que esta acaba sendo uma questão de grande importância. Será que não se trata de um grande erro supor que alguma vez tenhamos merecido, merecemos, ou iremos merecer esse amor? Será que são os nossos méritos, o que o Espírito de Deus coloca diante de nós?

Leia do versículo 34 ao 39. Veja quão belo e simples é: Ele coloca Cristo diante de nós. Vamos acompanhar a Palavra, uma sentença após a outra. "É Cristo Quem morreu." (Rm 8.34) Será que Ele morreu por nós porque merecíamos o Seu amor? Poderia existir um amor como este, e, ainda por cima, amor por nós quando mortos em delitos e pecados? "Ou antes, Quem ressuscitou dentre os mortos." (Rm 8.34) Contemple-O, o Ressuscitado de entre os mortos, como o princípio da nova criação. E isto com o propósito expresso de nossa justificação. E tudo isso, quando o que merecíamos era só a eterna ira.

Então vem o inimigo, que enganou Eva, e diz: "Tudo isso é verdade se você nunca pecar mais após a sua conversão, mas se algum cristão pecar, certamente o pecado o separará do amor de Cristo". Veja se seu escudo não está abaixado quando o diabo lança insinuações assim contra você. A resposta preciosa é esta: "Também intercede por nós". (Rm 8.34) Sim, "vivendo sempre para interceder por eles". (Hb 7.25) Imagine de quantos pecados esta intercessão nos preserva!

Mas será que se um crente, um filho de Deus, por causa de seu descuido, pecar, será que Ele irá, ainda assim, em seu infinito e imutável amor, interceder pela causa daquele que caiu? "Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E Ele é a propiciação pelos nossos pecados." (1 Jo 2.1,2) Sim, mesmo então, em imutável amor, Ele é o mesmo Jesus, que "também intercede por nós". Assim, tudo provém de Deus e não pode falhar. Leia agora toda a lista apresentada por estes versículos, e fiquemos persuadidos, como estava o apóstolo, de que NADA "nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor". (Rm 8.39) Não há condenação para aqueles que Deus justifica, aqueles que Ele tem por justos. E não há separação do infinito e eterno amor de Deus para conosco, em Cristo Jesus nosso Senhor.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O Noivado

(Comentário Gênesis 24 - Parte 4 - Final)

"...e foi-lhe ela por mulher e amou-a" (Gênesis 24:67). Tal é o grande clímax para esta maravilhosa história de amor encontrada na Palavra de Deus. Costuma-se dizer que todos buscam a satisfação de suas afeições e, maravilha das maravilhas, Deus é amor e deseja encontrar a satisfação de Suas Divinas afeições na bênção do homem redimido. Cristo, o Filho bendito de Deus em Humanidade, terá uma esposa como o objeto do Seu amoroso coração por toda a Eternidade. A alma que aprendeu isto e experimentou do Seu amor, encontrou a verdadeira felicidade, ou seja, a verdadeira porção de satisfação, a qual terá seu grande clímax no "casamento do Cordeiro" que se dará no Céu.

Quando pensamos neste precioso amor de Cristo pela Sua Igreja, o qual nos é dado como padrão — o antítipo — do amor do marido pela sua esposa, vemos quão profunda consideração por este amor devem ter aqueles que estão no relacionamento conjugal. Uma leitura em oração do capítulo 5 de Efésios será de grande proveito.

Que história de amor encontramos aqui, cheia de instruções preciosas para nós, pois é um lindo quadro do trabalho do Espírito de Deus (sendo representado aqui pela pessoa do servo de Abraão) a buscar uma noiva para Cristo. Se você que está lendo estas linhas ainda não é salvo, nossa oração é que possa ser trazido a enxergar a sua necessidade de um Salvador. O Espírito de Deus está procurando dirigi-lo a Cristo, que não somente irá limpá-lo de todos os seus horríveis pecados no Seu precioso sangue, mas fará de você parte da Sua gloriosa noiva, que se manifestará juntamente com Ele, naquele dia. Por que continuar nos seus pecados, com julgamento certo diante de você, quando poderia ser tão abundantemente abençoado? Por que não dar ouvidos às Suas súplicas de amor agora mesmo dizendo, como fez Rebeca em nosso capítulo, "Eu irei"?

Vendo então que Deus na Sua bondade tem instituído este relacionamento que pode trazer tamanha felicidade (ou infelicidade, quando fora da Sua vontade) tanto para o marido como para a mulher, podemos estar seguros de que Ele não nos abandonou à nossa própria sabedoria ou na dependência de nossos pensamentos para sabermos que passos devemos dar. Por toda a Sua Palavra Ele nos mostra que devemos colocar de lado toda a sabedoria humana, se quisermos verdadeiramente conhecer Sua vontade para nosso caminhar. Deixemos de lado nossos próprios pensamentos e escutemos a Deus que disse: "Agora, pois, filhos ouvi-me, porque bem aventurados serão aqueles que guardarem os meus caminhos" (Provérbios 8:32).

Sabemos que entre a maioria dos jovens, e especialmente nos dias de hoje, existe um desejo de se ter um namorado ou namorada. Frequentemente, sem nos darmos conta disso, somos afetados pela forma de pensar de nossa geração, e estamos sujeitos a sermos arrastados sem o percebermos. Mas não vamos nos esquecer de que, como cristãos, temos um Guia para nossa juventude e Ele possui toda sabedoria. Sim, a Pessoa cujo nome é Sabedoria, tem seu prazer nos filhos dos homens (Provérbios 8:31) e nos pede que O escutemos e que esperemos por Suas instruções. O desejo de se ter um namorado ou namorada é perfeitamente natural, mas quão frequentemente nossos desejos naturais nos afastam do propósito de Deus para conosco!

Deus, que colocou o amor natural em nossos corações, nos ensina em Sua Palavra que, desde que o pecado entrou no mundo, nossos corações naturais não são dignos de confiança.

Deus usa uma linguagem bem clara sobre isto, quando diz: "O que confia em seu próprio coração é insensato" (Provérbios 28:26).

Não ousemos acreditar em nossos corações, pois se assim o fizermos Deus nos chamará de insensatos, e isto é algo muito solene. Nós que somos salvos e que temos por graça nossos corações purificados pela fé, devemos estar imensamente gratos por nossos corpos, dessa hora em diante, não estarem mais sujeitos ao controle de nossa velha natureza e de nosso degenerado coração! Pertencemos Àquele que nos redimiu por um preço infinito e devemos apresentar nossos corpos como sacrifício vivo a Ele. Então poderemos provar Sua "boa, agradável e perfeita vontade" em nossas vidas (Romanos 12:1,2).

Sendo assim, o fato de termos um tal desejo, ou porque é natural ter um namorado ou namorada, não é motivo suficiente para tomarmos alguma atitude. Nossos corpos não nos pertencem e não devemos nos esquecer disto. Precisamos da direção de Deus. Devemos ouvir a Sua voz e esperar n’Ele. Se você não ouvi-lo e nem esperar no Senhor, querido crente, então seu arquiinimigo Satanás, que conta com longa experiência em tratar com a natureza humana, irá dispor de planos cuidadosos e bem traçados para fazer com que você tropece a fim de arruinar sua juventude. E nossos corações se lamentam quando vemos quão frequentemente Satanás tem sido bem sucedido. Que você possa ouvir a voz de Deus nos dias de sua juventude, antes que o seu lamento se junte ao de outros e tenha que dizer: "Como aborreci a correção e desprezou meu coração a repreensão e não escutei a voz dos meus ensinadores, nem a meus mestres inclinei o ouvido!" (Provérbios 5:12-13).

Isaque não deveria ser como os outros jovens da sua terra, pois tinha um pai prudente e cuidadoso que o amava. Seus desejos naturais deveriam ser mantidos sob controle, pois um dos frutos do Espírito é temperança ou domínio próprio (Gálatas 5:22). Seu pai o tinha recebido como que da morte (Hebreus 11:19), e desejava que seu filho caminhasse no caminho da fé, com uma companheira adequada para tal caminho. Nenhuma outra pessoa serviria.

Abraão, portanto, chamou seu servo, ao qual tinha confiado todos os seus bens, e fez com que prometesse que não iria escolher uma esposa para seu filho dentre as jovens pagãs da terra onde habitavam. Como já havíamos notado, este servo é um tipo (figura) do Espírito Santo de Deus, que nos foi dado para nos guiar em toda a verdade (João 16:13). Se buscarmos a direção de Deus em tudo o que fizermos, quão maravilhosamente iremos experimentar e provar as bênçãos do Senhor! Assim como o servo de Abraão tinha sido colocado sobre tudo o que ele tinha, assim o Espírito de Deus tem prazer em trazer diante de nós todas as bênçãos em Cristo, que fluem do coração de Deus nosso Pai, a guiar-nos em caminhos certos onde podemos desfrutá-las. Em lugar de o próprio Isaque sair à procura de uma noiva, encontramos o servo fazendo isto. Não é isto uma lição para nós? Não siga o seu próprio desejo, porque para saber quem é a/o companheira(o) certa(o) para você, é preciso que peça ao Senhor para guiá-lo(a) pelo Seu Espírito. E devemos notar que o Espírito de Deus e a palavra de Deus não podem andar separados. O Espírito de Deus nunca nos dirigirá contrariamente a Sua Palavra; nunca! Quão importante é isto! Quão necessário é que você seja guiado pelo Espírito de Deus em cada passo ao encontro de um(a) companheira(o). Deus sabe tudo sobre você e pode guiá-lo e dirigi-lo como nenhum outro.

Não foi uma jornada fácil descer até a Mesopotâmia onde ele encontraria a família da fé. Era uma distância de várias centenas de quilômetros que, naquela época, tratava-se de um longo caminho a trilhar. Assim também, nos dias de hoje, existem muitos problemas para um jovem encontrar aquela que será a sua companheira, mas a fé espera no Senhor e receia dar um passo sem Ele. Talvez o servo de Abraão tenha perguntado se poderia levar Isaque a Mesopotâmia, no caso de não encontrar uma esposa para ele. "Não", disse Abraão, "cuide de não levar meu filho de volta para lá novamente". E ele fez seu servo prometer isso. Se alguém já conheceu o valor do lugar e o privilégio de se estar reunido ao nome do Senhor Jesus Cristo, não irá querer retornar para qualquer outra posição, a fim de encontrar uma esposa ou esposo, e muito menos para casar-se com algum incrédulo. Era melhor, muito melhor, cruzar o deserto sozinho em seu caminho de volta, do que tomar o caminho da desobediência para com seu Senhor.

"Mas é grande ganho a piedade com o contentamento" (1 Timóteo 6:6). "Os meus tempos estão nas tuas mãos" (Salmo 31:15). O desejo de escolhermos nossos próprios caminhos é a raiz de todos os pecados e tem ocasionado muita tristeza na vida de um grande número de jovens cristãos. Busquemos graça para aprendermos que a submissão à vontade de Deus é o primeiro princípio real de vida e testemunho cristão. Quando Paulo de Tarso viu o Senhor em glória, imediatamente disse: "Senhor, que queres que eu faça?" (Atos 9:6). Que seja esta a expressão de nossos corações diariamente!

Existe também outra lição relacionada com a pergunta do servo de Abraão, sobre o que deveria fazer caso a mulher não estivesse disposta a voltar com ele à terra de Canaã. Se assim fosse, ele não deveria levar Isaque até o lugar onde ela morava. Às vezes, quando um jovem vai se casar com uma jovem, descobre que ela não está disposta a deixar sua cidade a fim de ir até onde ele está. Eu acredito que temos aqui a sabedoria de Deus mostrando-nos que se ela agir dessa maneira é porque não ama o suficiente seu provável marido ao ponto de deixar o lar de seus pais e aqueles a quem ama, por sua causa. Em um caso como este nunca poderão esperar a bênção de Deus! É como se a jovem desejasse tomar o lugar da cabeça neste assunto, e isto nunca surte efeito prático, além de não estar de acordo com o pensamento de Deus (1 Coríntios 11:3). Além disso, tal atitude geralmente leva a um descontentamento ou inquietação e não à felicidade. A ordem de Deus que nos é dada aqui é, como sempre, a melhor, e podemos estar gratos por tal instrução para nosso caminho.

Com este assunto bem estabelecido em sua mente, o servo iniciou a longa jornada para a Mesopotâmia. Pode nos parecer estranho que toda a jornada transcorre em apenas um versículo. É ainda mencionado que o servo levou dez camelos e o número dez, nas Escrituras, representa responsabilidade do homem para com Deus. Além disso, aqui nos é trazido mais uma vez à memória que todos os bens de Abraão estavam nas mãos do servo. Você não ficará correndo de um lado para o outro a fim de ver todas as jovens que estão disponíveis e tampouco terá pressa ou pensará que o tempo de espera está sendo muito longo, se levar em conta duas coisas: Primeiramente, você é responsável para atuar corretamente diante de Deus; em segundo lugar, que o seu coração, bem como o de todos, encontra-se nas mãos d’Ele, e que Ele sozinho pode fazer com que você chegue à companheira certa. Dessa maneira, todo o tempo gasto para encontrar a companheira certa transcorre em apenas um versículo. Quantos desapontamentos você irá poupar se ponderar estas coisas em seu coração! Alguns de nós aprendemos isto de um modo duro, mas Deus é fiel e Ele diz: "Os que esperam em Mim não serão envergonhados" (Isaías 49:23).

Quando o servo aproximou-se com seus camelos do poço que estava perto da cidade de Naor, fez com que se ajoelhassem. Então orou ao Senhor pedindo que o guiasse na escolha. Ele já tinha tudo bem definido em sua mente e pediu ao Senhor que o dirigisse à jovem que havia de ser escolhida. Qualquer jovem cristão que lê sua Bíblia atenciosamente aprenderá a notar a cortesia (1 Pedro 3:7,8), amabilidade e diligência (Provérbios 31:10-31) de uma jovem piedosa. Se faltarem tais atributos, ele deveria questionar se aquela seria a companheira certa. O servo pediu ao Senhor que o dirigisse à jovem que tivesse tais características e é importante vermos onde ele procurou por ela. Não foi na rua movimentada de uma cidade, mas ao lado de um poço. Isto no faz pensar no lugar onde a Palavra de Deus é lida e comentada. O Senhor Jesus Cristo disse "Porque a água que Eu lhe der se fará nele, uma fonte d’água que salte para a Vida Eterna" (João 4:14). Você não poderá esperar encontrar a companheira certa no lugar errado. Você a encontrará no caminho da obediência à Palavra, tipificada aqui pela água do poço (veja Efésios 5.26).

Além disso, o servo pediu que pudesse não somente encontrar a pessoa certa, pela sua cortesia, amabilidade e diligência, mas pelo fato de que ela o refrescasse, e também desse de beber aos seus camelos, ajudando-o em sua jornada como convinha a uma verdadeira auxiliadora. Algumas jovens não ajudam espiritualmente os jovens que por elas se interessam, porém os prejudicam, impedindo seu crescimento nas coisas do Senhor. Querido jovem crente, se você encontrar a companheira certa, irá descobrir que ela refrescará sua alma no Senhor e, se ela não o fizer desde o princípio, então tenha cuidado. Enquanto o servo estava orando e pedindo a direção do Senhor, Rebeca chegou-se até o poço. Ele então cortesmente aproximou-se e pediu-lhe de beber do seu cântaro. Ela respeitosamente deu-lhe de beber e se ofereceu para tirar água para seus dez camelos. Que árdua tarefa foi esta, retirar água para dez camelos! Mas ela a executou rapidamente e de boa vontade. O servo pôde somente admirar em paz enquanto ela realizava esta tarefa. Sua oração havia sido mais do que respondida. Ele não havia pedido por boa aparência, porque a beleza é somente superficial, mas havia buscado a beleza que é interior, e que permanece; como nos dizem as Escrituras: "Vã é a graça e enganosa a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor essa será louvada" (Provérbios 31:30). Mas agora o servo havia encontrado a beleza que permanece em uma donzela que era "formosa à vista". Como o Senhor se regozija em exceder em Suas promessas, e nos dar mais do que aquilo que pedimos ou pensamos!

É notório aqui que todas as iniciativas foram tomadas pelo jovem e não pela jovem. Jovens piedosos não se sentirão atraídos pela audácia das jovens que tomam as iniciativas nestas coisas. É o espírito de nossa época, nós admitimos, mas não é de Deus, e aqueles que são apanhados nesta armadilha raramente encontram a felicidade conjugal. Na ordem de Deus, o amor começa no coração do homem (Efésios 5:25), como acontece no capítulo que estamos estudando. Feliz é a jovem que se casa com o homem que a ama, com verdadeira e profunda afeição. Num lar bem ordenado, o amor de Deus é conhecido e desfrutado, e o marido, como o cabeça de tal lar, ama sua esposa e satisfaz as afeições de seu amoroso coração. Somente o Senhor pode trazer o companheiro certo para suas vidas, queridas irmãs em Cristo, e, se for Sua vontade para você, Ele o trará a seu próprio tempo e maneira. Se não for a vontade de Deus, você estará bem melhor sozinha. Olhe para Ele, conte com Ele, e você "provará qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2).

O coração do servo foi tocado e convencido e ela reconheceu que tudo estava sendo dirigido pelo Senhor. Ele então perguntou a Rebeca: "De quem és filha?" Isto para mim é certificar-se de uma coisa importante. Ela pertencia à família da fé? Sua resposta foi clara e definida e, aquela pessoa que realmente é salva, estará contente em fazer uma clara confissão do Senhor Jesus. Quando ouvimos uma meia confissão de Cristo, somos levados a indagar a respeito da realidade da conversão dessa pessoa. Não é apenas um terrível engano e fonte de infelicidade, mas é uma desobediência direta à Palavra de Deus, casar-se com um incrédulo (II Coríntios 6:14).

O servo deu a Rebeca muitas jóias e ela as aceitou em sinal de tudo que havia se realizado entre eles, o que foi também reconhecido pela família (vers.30). Dar presentes caros deve ser considerado com seriedade e não superficialmente, principalmente quando se trata do anel de compromisso. Uma promessa desfeita significa um coração partido, e isto é uma coisa muito séria diante de Deus e dos homens. Os jovens do mundo brincam com suas afeições e muito do que vemos em nosso meio é uma imitação de uma forma mundana de proceder. Os rapazes e moças crentes precisam ser cuidadosos e não darem uma impressão errada, nem fazerem promessas apressadas, sem que antes haja muita oração diante do Senhor. Devemos buscar graça diante do Senhor e não falarmos nada até que sintamos o que devemos falar, falando então o que realmente sentimos.

O servo que havia esperado por completas instruções de seu senhor, orando antes de tomar qualquer iniciativa, agora reconheceu a bondade de Deus e deu graças a Ele. Vamos cultivar o hábito de oração e de ações de graças em nossas vidas. Somos tão propensos a nos esquecermos disto! Rebeca então correu e contou à sua mãe tudo o que havia acontecido. Isto é muito recomendável, pois não há nada que possa inspirar maior confiança no coração de seus pais do que dizer-lhes aonde você vai e o que faz. Se eles forem cristãos verdadeiros, estarão interessados e orando por você. É sempre um mal começo sair sem dizer aos pais onde você está indo.

Quando o jantar foi preparado, o servo disse que gostaria de comunicar sua mensagem antes de comer. Ele não queria dar nenhuma má impressão. Nos dias de hoje, quando jovens caminham juntos, deixam, muitas vezes e irrefletidamente, impressões erradas que resultam em corações partidos. Devemos tomar cuidado para não deixarmos tais impressões e sim expormos claramente o que está em nossos corações, como o servo fez aqui. É algo muito sério brincar com as afeições de alguém, especialmente de uma jovem. Por outro lado, é bom que se aprenda a ser cuidadoso para não levar a sério coisas que nunca foram claramente declaradas ou pretendidas. Muitas vezes um ato de bondade cristã é erroneamente interpretado como intenção para se iniciar um relacionamento. Quando tomamos o cuidado de não nos anteciparmos, praticando sempre com modéstia o controle próprio, iremos aprender a aceitar atos de bondade de outros, seja ele um jovem ou uma jovem, sem tecermos idéias enganosas. Queremos advertir aqui que "sair" com alguém apenas por prazer é um engano, e aqueles que tratam suas afeições desse modo, raramente reconhecem a companheira certa quando a encontram.

Antes de finalizar, quero lembrar-lhes daquele versículo: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes de vida" (Provérbios 4:23). Vamos tomar cuidado com as nossas afeições, e sempre mantê-las dentro dos canais da preciosa Palavra de Deus. Se existe alguém pretendendo casar-se com um incrédulo, quero alertá-lo novamente que isso é uma direta desobediência à Palavra de Deus, a qual diz: "Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos" (II Coríntios 6:14). É evidente que antes de se iniciar qualquer relacionamento afetivo que possa culminar no matrimônio, você deve estar certo de que a outra pessoa é realmente salva. É freqüente encontrarmos "conversões de noivado" que não passam na primeira prova. Infelizmente muitos descobrem tarde demais que seu companheiro ou companheira não é um verdadeiro filho de Deus, e somente aqueles que estão unidos assim para toda a vida sabem dizer o quanto é triste.

É surpreendente notar quão frequentemente o Novo Testamento faz referência ao casamento e às relações conjugais. Elas são apresentadas em 1 Coríntios onde temos a ordem da assembléia (igreja local). Novamente em Efésios, onde o casamento nos é dado tipificando Cristo e Sua Igreja — Sua noiva. Encontramos este assunto novamente em Colossenses, onde o crente é visto como morto e ressurreto com Cristo, e onde Ele é a nossa vida. Também em Timóteo e em Tito onde somos instruídos a respeito daqueles que têm cargo na assembléia local. Finalmente nos é mostrado na primeira epístola de Pedro, onde temos a graça e o governo de Deus.

Não podemos separar nossa vida do lar, de nossa vida na assembléia (igreja local), e nem podemos escapar do governo de Deus conectado com ela. Um casamento errado irá afetar toda a sua vida, e um feliz casamento irá ajudá-lo em cada ponto da sua vida. Mesmo assim Deus é o Deus de toda graça, maior do que todas as nossas falhas e defeitos, apesar dos quais, Ele tem prometido nunca deixar-nos ou desamparar-nos; não podemos escapar de Seu governo em nossa vida. Que o Senhor Se compraz em usar estas poucas notas para Sua glória de benção das queridas ovelhas do rebanho de Deus, nesta grande e solene decisão: "Com quem me casarei?". Aqueles que seguem a sabedoria da preciosa Palavra de Deus, em comunhão e dependência d’Ele, não procederão erradamente, mas aqueles que escolhem seguir sua própria sabedoria e seus próprios caminhos, podem somente esperar dores. É o desejo do Senhor abençoá-lo, e Ele deseja que você desfrute de verdadeira felicidade, porque "A benção do Senhor é que enriquece, e não acrescenta dores" (Provérbios 10:22).

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O Testemunho do Espírito Santo e Seus Resultados

(Comentário Gênesis 24 - Parte 3)

É especialmente instrutivo encontrar neste capítulo 24 de Gênesis uma tão notável e encantadora figura da missão e do testemunho especial do Espírito Santo. O servo de Abraão, buscando uma noiva para Isaque, mostra toda a dignidade e riqueza com que o pai o havia dotado; o amor de que ele era alvo; e, em suma, tudo que era calculado para enternecer o coração e afastá-lo das coisas temporais. Ele mostrou a Rebeca um objetivo à distância, e pôs diante dela a bem-aventurança de ser tornada em um com aquele ente amado e altamente favorecido. Tudo que pertencia a Isaque viria a pertencer também a Rebeca, quando ela se tornasse parte dele. Este foi o seu testemunho. Este é, também, o testemunho do Espírito Santo. Ele fala de Cristo, da glória de Cristo, da beleza de Cristo, da plenitude de Cristo, da graça de Cristo, das "riquezas incompreensíveis de Cristo", da dignidade da Sua Pessoa e da perfeição da Sua obra.

O ensino mais espiritual será sempre caracterizado por completa e constante apresentação de Cristo: Ele será sempre o motivo de tal ensino. O Espírito não pode fixar a atenção em coisa alguma senão Jesus. Deleita-Se em falar d'Ele. Compraz-Se em mostrar os Seus atrativos e as Suas perfeições. Por isso, quando alguém fala do poder do Espírito de Deus haverá sempre mais de Cristo do que qualquer outra coisa no seu ministério. Numa tal pregação haverá pouco lugar para a lógica e a razão. Estas coisas podem ser muito boas quando alguém deseja mostrar-se, porém o único objetivo do Espírito  —  notem bem todos os que exercem o ministério — será sempre o de revelar Cristo.

Pensemos, agora, por último, nos resultados de tudo isto. Uma coisa é falar das glórias da Igreja, e outra inteiramente diferente ser-se praticamente influenciado por essas glórias. No caso de Rebeca o efeito foi notável e decisivo. O testemunho do servo de Abraão ecoou aos seus ouvidos e penetrou fundo no seu coração e desligou inteiramente as afeições de seu coração das coisas que a rodeavam. Estava pronta a deixar tudo a fim de conhecer tudo que  lhe havia sido contado. Era normalmente impossível que ela pudesse ser o alvo de um tão elevado destino e continuasse todavia no meio das circunstâncias da natureza. Se aquilo que lhe era dito quanto ao futuro era verdadeiro, prender-se com o presente seria a pior de todas as loucuras. Se a esperança de ser a esposa de Isaque, co-herdeira com ele de toda a sua dignidade e glória, era uma realidade, continuar a apascentar as ovelhas de Labão equivaleria a desprezar tudo quanto Deus, em graça, havia posto diante de si.

Mas não, as perspectivas eram brilhantes demais para serem desprezadas. Verdade é que ela não havia ainda visto Isaque, nem a herança, mas acreditou no testemunho dado a seu respeito, e recebeu, com efeito, o penhor desse testemunho; e estas duas coisas eram suficientes para o seu coração; e por isso ela levantou-se sem hesitação e mostrou o seu desembaraço em partir na sua decisão memorável: “Eu irei”. Ela estava inteiramente pronta a fazer uma jornada desconhecida na companhia de um que lhe havia falado de um objetivo distante e de glória ligada com ele, à qual ela estava prestes a ser elevada. Exemplificação bela e tocante esta da Igreja sob a condução do Espírito Santo de viagem para ir ao encontro do Noivo celestial. Isto é o que a Igreja deveria ser; mas, infelizmente, existe nisto fracasso triste.

E é isto precisamente que nós necessitamos, este ministério do Espírito de Deus, mostrando Cristo às nossas almas, produzindo em nós desejo ardente de O ver como Ele é, e sermos semelhantes a Ele para sempre. Nada senão isto jamais desligará os nossos corações da terra e da natureza. O quê, a não ser a esperança de se ligar a Isaque, poderia ter levado Rebeca a dizer "irei", quando o seu irmão e sua mãe disseram "fique a donzela conosco alguns dias, ou pelo menos dez dias?" Assim é conosco: nada, senão a esperança de vermos Jesus como Ele é, e de sermos semelhante a Ele, nos poderá habilitar ou levar a purificarmo-nos a nós próprios, assim como Ele é puro (1 Jo 3:3).

C. H. Mackintosh. Fonte: http://www.scribd.com/doc/105168410/Notas-Sobre-o-Pentateuco-Genesis-C-H-Mackintosh

Paz Com Deus (Parte 1)

Você se queixa de não ter uma “paz firme” e que por isso está fazendo pouco progresso na verdade ou no conhecimento do Senhor? Sua reclamação, sinto admitir, não é algo incomum, mas brota de um conhecimento imperfeito do evangelho e por você confundir duas coisas que são diferentes. Portanto espero, com a bênção do Senhor, ser capaz de ajudá-lo, isto se você estiver disposto a considerar cuidadosamente o que estou para escrever.

Seu caso me faz lembrar de outra pessoa com quem me deparei recentemente. “Você tem paz com Deus?”, perguntei. Sua resposta foi: “Nem sempre...”. Assim como no seu caso, confunde-se a paz estabelecida com o desfrutar dessa paz. Quero dizer, quando você está alegre no Senhor, diz: “Agora sim, eu tenho paz”; mas quando fica deprimido por causa de algum fracasso ou tribulação acha que sua paz foi-se embora. 

Uma Paz Que Vem de Fora

Para prover uma solução para um sentimento assim, quero que considere atentamente quais são os fundamentos da paz com Deus. A alma tem muito a ganhar quando percebe com clareza que estes fundamentos não se encontram dentro, mas fora. Então poderá também enxergar que nossas experiências nada têm a ver com a questão.

Leia comigo Romanos 5.1. Ali vemos que, “sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”, e se examinarmos a ligação desta passagem com o contexto, aprenderemos, de uma vez por todas, qual é a origem da paz a que ela se refere. É este o contexto: Depois de haver explicado a maneira pela qual Abraão foi justificado diante de Deus, o apóstolo Paulo continua: “Ora não só por causa dele está escrito, que lhe fosse tomado em conta, mas também por nós, a quem será tomado em conta; os que cremos nAquele que dos mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor; O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação. Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 4.23-25; 5.1).

Um Só Fundamento

Esta passagem deixa bem claro que o único fundamento de paz com Deus está na obra de Cristo. Na realidade, após o fundamento haver sido assim colocado, Deus declara que todo aquele que crê em Seu testemunho a esse respeito, crê que Ele intercedeu em graça para providenciar tudo o que era necessário para a salvação do pecador. E declara ainda que aquele que assim crê em Deus está justificado e, por estar justificado, já tem a paz que foi feita pela morte de Cristo – já entra na posse dela. Mas, deve ser observado que está escrito que Cristo foi entregue por nossas ofensas, e que “ressuscitou para nossa justificação” (Romanos 4.25). Ou seja, a ressurreição de Cristo é a prova final que demonstrou como foi completa a Sua obra; a evidência de que os pecados pelos quais Ele morreu, e sob os quais desceu até à morte, foram-se para sempre.

A ressurreição de Cristo é o testemunho de que todas as exigências de Deus que recaíam sobre nós foram plenamente atendidas e satisfeitas. Pois se Ele foi entregue por nossas ofensas, e deixou o túmulo, tendo sido ressuscitado da morte, as “ofensas” sob as quais Ele padeceu a morte foram-se para sempre, caso contrário Ele continuaria na sepultura. Portanto, a ressurreição de Cristo é a expressão clara e enfática da satisfação de Deus com a expiação que foi feita na cruz.

Repetindo...

Fica assim mais que evidente, como já foi dito, que o único fundamento de paz com Deus está na morte de Cristo. Isto é repetido muitas e muitas vezes nas Escrituras. Em Romanos 5.9 lemos que somos “justificados pelo Seu sangue”; e em Colossenses 1.20 diz que “havendo por Ele feito a paz pelo sangue da Sua cruz”. Portanto, é Cristo (e não nós) Quem faz a paz com Deus, e Ele já a fez por meio de Sua morte como sacrifício – a morte que cumpriu todas as exigências que Deus fazia ao pecador, e que satisfez tudo aquilo que Ele com justiça poderia requerer do homem, glorificando ainda a Deus em cada atributo de Seu caráter. É por isso que Deus agora pode rogar ao pecador que se reconcilie com a Sua Pessoa. “Rogamo-vos pois da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus” (2 Coríntios 5.20).

(Continua...)

Edward Dennett. Fonte: http://www.stories.org.br/doze.html

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Experiência Vitoriosa (Parte 2)

(Comentário Romanos 8)


"E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado." (Rm 8.10) Se a doutrina da perfeição na carne fosse verdadeira, o corpo não poderia estar morto, e nem morrer, pois pelo pecado veio a morte. Vemos o efeito do pecado no corpo, e isto inclui a morte. "Mas o Espírito vive (ou "o Espírito é vida") por causa da justiça." Existe morte em razão do pecado; existe vida em razão da justiça -- não nossa, mas da justiça de Deus, cumprida pela morte de Seu Filho por nós.

Deve o corpo, portanto, permanecer morto por causa do pecado? Não. "E, se o Espírito dAquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, Aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo Seu Espírito que em vós habita." (Rm 8.11) Quão completa a vitória de Cristo! A redenção de nossos corpos fica assim assegurada. O Espírito de Deus habita em nós? Então a vivificação de nossos corpos mortais é certa.

Não estamos, portanto, na carne, embora ela esteja em nós; mas não somos devedores a ela, para vivermos após ela. O fim do pecado, ou da carne, é morte. Descobrimos, para nossa tristeza, que a morte está sempre pronta para agir no corpo. "Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis." (Rm 8.13) Se nossa velha natureza não tivesse sido deixada para agir em nós, não teríamos necessidade de mortificar as obras do corpo. Não se trata de mortificar o corpo, mas as obras do corpo. O importante é vermos que isto é pelo Espírito. Este é um assunto apresentado na sua totalidade em Gálatas 5.16-25.

"Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus." (Rm 8.14) Jesus disse: "O servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre". (Jo 8.35) Não estamos na escravidão, mas na maravilhosa liberdade e privilégios do Filho. E também, "se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei". (Gl 5.18). Como temos visto até aqui, colocar um crente sob a lei, ou colocá-lo sob a direção da lei, é colocá-lo sob o ministério da morte e da maldição. O Espírito sempre nos levará a refletir a glória do Senhor, e a sermos transformados na mesma glória.

O Espírito concede liberdade, não escravidão. Qual é a sua porção -- a liberdade dos filhos de Deus, ou a escravidão do servo, do escravo? Os filhos não deixam de ser filhos para voltarem a ser escravos. "Porque não recebestes o Espírito de escravidão para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus." (Rm 8.16,17) Poderia um filho deixar de ser filho? Poderia Cristo, o Filho, deixar de ser o Filho? Porventura não ouvimos de Seus lábios que Deus é nosso Pai, tanto quanto é Pai dEle também? Este parentesco não pode nunca mudar, não pode nunca deixar de existir. Oh, as riquezas da Sua graça! Que maravilha é que nós, que estamos cônscios de que tão somente merecíamos Sua eterna ira, tenhamos sido introduzidos em um parentesco tão imutável -- filhos de Deus. Um só espírito com o Filho. Agora, sem nenhuma escravidão a ser outra vez temida, mas possuindo o Espírito de adoção, será que por meio dEle clamaríamos, como pecadores distantes de Deus, "Tem misericórdia de nós"? Não! Clamamos, isto sim, Abba, Pai! E, note bem, é este o testemunho do próprio Espírito.

"O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com Ele padecemos para que também com Ele sejamos glorificados." (Rm 8.16,17) Sim, os dois grandes fatos pelos quais o Espírito dá testemunho, são os desta passagem: nossa permanente filiação e nossa posição de herdeiros. E, em Hebreus 10, Ele testemunha que somos aperfeiçoados para sempre, continuamente, pelo sacrifício único de Cristo, de maneira que Deus não Se lembrará mais de nossos pecados. Não há nada que seja negado, ou duvidado com maior frequência, do que estes dois benditos fatos.

Sim, um é o fato de nós, se crentes, sermos perfeitos para sempre. O outro é que somos co-herdeiros juntamente com Cristo. O Espírito dá testemunho disso. E, note bem, se somos co-herdeiros de toda a glória vindoura de Jesus -- o Filho do homem -- não deixe passar por alto estas poucas palavras: "se é certo que com Ele padecemos, para que também com Ele sejamos glorificados". (Rm 8.17) Para constatar que isso foi assim, basta ver toda a história do livro de Atos. O mundo, e especialmente a sua parte religiosa, odiava os discípulos de Cristo tanto quanto odiava o Senhor. E os discípulos sofriam com Ele. E por que não acontece o mesmo hoje? É porque o mundo religioso agora finge ser cristão; e, oh! nós também acabamos descendo a esse mesmo nível. Mas, à medida que formos guiados pelo Espírito, acabaremos certamente sofrendo o ódio do mundo.

Será que você, amado leitor, sabe o que é ser guiado pelo Espírito? Ou será que você está sendo guiado pelas organizações e pelos projetos do mundo religioso? Se assim for, não é de admirar que não saiba o que é desfrutar do parentesco de um filho de Deus, ou o que é sofrer com Cristo. Acaso você pode afirmar estar sendo guiado pelo Espírito de Deus em sua vida diária -- em suas compras, em seus negócios -- ou será que você é simplesmente guiado pelas máximas deste mundo? Se assim for, você está entristecendo o Espírito, e não pode desfrutar do bendito parentesco dos filhos de Deus -- co-herdeiros com Cristo. Trata-se de algo maravilhoso ter o Consolador, o Espírito Santo, sempre habitando conosco, bem capaz de cuidar de nós e de todos os nossos interesses aqui, como filhos que somos de Deus. Oh, que maravilha é ser guiado por Ele em todas as circunstâncias!

Basta recusar-se a ser guiado pelo Espírito, e você poderá receber as honras e o aplauso do mundo religioso. Se for guiado pelo Espírito, certamente você será rejeitado, assim como Cristo foi rejeitado, e passará a ser seu feliz privilégio sofrer com Ele. Mas, oh!, o que é isto em comparação com a glória a ser revelada em nós? Que contraste há entre ser guiado pelo Espírito, e ser guiado pelas modas deste mundo! Oh, quantos são os que sacrificarão a eternidade em troca das modas deste pobre e enganado mundo, enquanto, ao mesmo tempo, fingirão, sim, até mesmo pensarão, ser cristãos! Engano fatal! Se for este o estado de qualquer leitor destas linhas, que Deus possa usar estas palavras para despertá-lo de seu sono enganador. Certamente todos nós precisamos destas perscrutadoras palavras: "se é certo que com Ele padecemos".

domingo, 6 de janeiro de 2013

A Posição e o Estado do Crente

POSIÇÃO: a completa e perfeita condição, resultado da obra perfeita de Cristo, em que se encontra cada crente diante de Deus, recebida por graça, mediante a fé. Alguns títulos dados a essa elevada posição: filho, santo, irrepreensível, assentado nos lugares celestiais, herdeiro, sacerdote, etc. Não se pode perder essa posição, assim como não se pode deixar de ser filho de alguém. Tem dúvidas quanto à sua salvação? Dê uma olhada nesses links: [1, 2]):

"Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus" (1 Jo 5.1).
"E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo" (Rm 8.17).
"Para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós, que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo" (1 Pe 1.4,5).


ESTADO: é a conduta do crente neste mundo. É resultado da salvação, e não condição para ser salvo. Resulta de fazer a vontade de Deus, andando em Espírito (Rm 8).

"E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais... Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?" (1 Co 3.1-3).
"Mas agora (falando à igreja de Colossos), despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos" (Cl 3.8,9).

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O crente não está sob um período de experiência para que se verifique se é digno de uma posição inconcebivelmente elevada; antes, principiando pela confissão de sua total indignidade, ele recebe a posição totalmente como o resultado da obra de Cristo. Sua posição é a de alguém aperfeiçoado para sempre (Hb 10.14), mas, olhando para o interior, para sua condição / estado, ele deve dizer: "Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito" (Fl 3.12).

Seria possível dizer que todo o trabalho subsequente de Deus em seu favor, a aplicação da Palavra a sua caminhada e consciência (Jo 17.17; Ef 5.26), as disciplinas exercidas pela mão do Pai (Hb 12.10; 1 Co 11.32), o ministério do Espírito (Ef 4.11,12), todas as dificuldades e provações em meio ao deserto (1 Pe 4.12-14) e a transformação final quando o Senhor se manifestar (1 Jo 3.2) - tudo tem o propósito de levar o caráter do crente à perfeita conformidade com a posição que ele passa a ter no instante de sua conversão. Ele cresce em graça, de fato, mas não se torna digno dela.

Um príncipe, enquanto é uma criança pequena, é provavelmente tão voluntarioso e ignorante quanto as demais crianças pequenas. Algumas vezes, pode ser muito obediente, receptivo ao ensino e carinhoso - e, então, fica feliz e recebe aprovação. Outras vezes, pode ser indisciplinado, teimoso e desobediente - e, então, torna-se infeliz e, talvez, receba uma punição. Contudo, não deixa de ser menos príncipe nestes dias do que naqueles. Pode-se esperar que, conforme o tempo passe, ele aprenda a se colocar em voluntária e afetuosa submissão em relação a todo caminho correto, e então sua conduta será mais adequada à de um príncipe - mas não será realmente mais príncipe do que antes. Ele nasceu príncipe.

No caso de todo filho verdadeiro do Rei dos reis e Senhor dos senhores, esse crescimento à imagem do rei é garantido. No final, posição e condição, caráter e lugar serão iguais. Mas a posição não é a recompensa do caráter aperfeiçoado - o caráter é desenvolvido a partir da posição.

A Igreja, o Complemento de Cristo


(Comentário Gênesis 24 - Parte 2)

A Igreja goza de vida divina; ela encontra-se em justiça divina; e a esperança que a anima é a esperança de justiça (ver passagens citadas no texto anterior). Isto emana do fato de ela ser um com Aquele que ressuscitou de entre os mortos. Ora nada pode dar tanta segurança ao coração como a convicção que a existência da Igreja é essencial para a glória de Cristo: "... a mulher é a glória do varão" (1 Co 11:7). Outro tanto, a Igreja é chamada "a plenitude daquele que cumpre tudo em todos" (Ef 1:23). Esta última expressão é notável. A palavra traduzida "plenitude" quer dizer o complemento, aquilo que, sendo acrescentado a alguma coisa mais, faz um todo. Encarando o assunto sob este ponto de vista não é de admirar que a Igreja tivesse sido o objeto dos pensamentos eternos de Deus. Quando a contemplamos como o corpo, a noiva, a companheira, a outra metade do Seu Filho unigênito, vemos que houve, pela graça, uma razão maravilhosa para Deus ter assim pensado nela antes da fundação do mundo (Ef 1.4).


Rebeca era necessária para Isaque, e, portanto, ela era o assunto de conselho secreto, enquanto estava ainda em absoluta ignorância quanto ao seu destino. Todo o pensamento de Abraão era acerca de Isaque. "Põe agora a tua mão debaixo da minha coxa para que eu te faça jurar pelo SENHOR, Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para meu filho mulher das filhas dos cananeus, no meio dos quais habito." (vv. 2-3) Aqui vemos que o ponto importante era: mulher para meu filho. "Não é bom que o homem esteja só." (Gn 2.18) Isto descobre uma profunda e bem-aventurada vista da Igreja. Nos desígnios de Deus ela é necessária para Cristo; e na obra consumada de Cristo foi feita provisão divina para a sua chamada à existência. Deus quer "fazer as bodas de Seu Filho", e a Igreja é a noiva escolhida — ela é o objeto do propósito do Pai, o objeto do amor do Filho e do testemunho do Espírito Santo. Ela vai ser participante de toda a dignidade e glória do Filho, assim como é participante de todo esse amor de que Ele tem sido o objeto eterno. Escutai as Suas Palavras: "E Eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que tens amado a eles como me tens amado a mim" (Jo 7:22-23).


Isto resolve toda a questão. As palavras que acabo de reproduzir dão-nos os pensamentos do coração de Cristo a respeito da Igreja. Ela está destinada a ser como Ele é, e não somente isto, mas ela é-o agora; como o apóstolo João nos diz: "Nisto é perfeita a caridade (amor) para conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo" (1 Jo 4:17). Isto dá plena confiança à alma. "... no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu filho Jesus Cristo" (1 Jo 5:20). Não existe aqui fundamento para a incerteza. Tudo está seguro para a noiva no Noivo. Tudo que pertencia a Isaque ficou sendo de Rebeca, porque Isaque era dela; e do mesmo modo tudo que é de Cristo é facultado à Igreja: "... tudo é vosso: seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro, tudo é vosso, e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus" (1 Co 3:21-23). 

Cristo é Cabeça da Igreja sobre todas as coisas (Ef 1:22). Será Seu gozo, em toda a eternidade, exibir a Igreja na glória e beleza com que Ele a dotou, pois a sua glória e beleza serão apenas o Seu reflexo. Os anjos e os principados verão na Igreja a manifestação maravilhosa da sabedoria, do poder, e da graça de Deus em Cristo.



quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Rebeca, Figura da Igreja

(Comentário Gênesis 24 - Parte 1)


A ligação deste capítulo com os dois que o precedem é digna de nota. No capítulo 22 Isaque é oferecido; no capítulo 23 Sara é posta de lado; e no capítulo 24 o servo é enviado em procura de uma noiva para aquele que foi, com efeito, em figura, recobrado dos mortos. Esta ligação coincide de uma maneira notável com a ordem dos acontecimentos referentes à chamada da Igreja. Quando nos voltamos para o Novo Testamento os grandes acontecimentos que chamam a nossa atenção são, em primeiro lugar, a rejeição e morte de Cristo; em segundo lugar, Israel é posto de parte; e, por último, dá-se a chamada da Igreja para ocupar a elevada posição de noiva do Cordeiro. Ora tudo isto corresponde exatamente com este e os dois capítulos precedentes.

Para a boa compreensão de todo o capítulo, devemos considerar os seguintes pontos: 1. — o pacto,-  2.  — o testemunho; 3. — os resultados. É encantador notarmos como a chamada e exaltação de Rebeca foram fundadas sobre o pacto entre Abraão e o seu servo. Ela não sabia nada a esse respeito, embora fosse, nos desígnios de Deus, o objetivo de tudo isso. Assim é com a Igreja de Deus como um todo, e cada parte constituinte: "... no teu livro  todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia" (Sl 139:16). "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor" (Ef 1:3,4). "Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito de entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou, e aos que justificou, a esses também glorificou" (Rm 8:29-30).

Estas passagens estão todas de harmonia com o assunto que passamos imediatamente a considerar. A chamada, a justificação, e a glória da Igreja são fundadas no propósito eterno de Deus — a Sua Palavra e juramento retificados pela morte, ressurreição e exaltação de Seu Filho. Muito antes, antes do raiar do tempo, nos profundos recessos da mente eterna de Deus, acha-se este maravilhoso propósito a respeito da Igreja, o qual não pode, de nenhum modo, ser separado do pensamento divino quanto à glória do Filho. O juramento entre Abraão e o servo tinha como seu objetivo a  procura de uma noiva para o filho. Foi o desejo do pai acerca do filho que levou a toda a dignidade posterior de Rebeca.

E agradável vermos isto. Agradável ver como a segurança e bênção da Igreja estão inseparavelmente ligadas com Cristo e a Sua glória: "Porque o varão não provém da mulher, mas a mulher, do varão. Porque também o varão não foi criado por causa da mulher, mas a mulher, por causa do varão" (1 Co 11:8-9). O mesmo acontece com a parábola da ceia: "O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho" (Mt 22:2). O FILHO é o grande objeto de todos os desígnios de Deus: e se alguém é trazido para a bênção, ou glória, ou dignidade, só o pode ser por ligação com Ele. O direito a estas coisas, e até mesmo à própria vida, foi perdido pelo pecado; porém Cristo cumpriu a pena do pecado; Ele responsabilizou-Se por tudo a favor da Igreja: foi pregado na cruz como seu substituto, levou os seus pecados no Seu corpo sobre a cruz, e baixou à sepultura sob o peso deles. Por isso nada pode ser mais completo do que a libertação da Igreja de tudo que era contra ela. Ela é vivificada da sepultura de Cristo, onde todos os seus pecados foram deixados. A vida que ela tem é uma vida tomada do outro lado da morte, depois de todas as exigências possíveis terem sido satisfeitas. Por isso, esta vida é ligada e fundada sobre a justiça divina, tanto mais que o direito de Cristo à vida é baseado sobre o fato de ter esgotado inteiramente o poder da morte; e Ele é a vida da Igreja. Desta maneira a Igreja goza de vida divina; ela encontra-se em justiça divina; e a esperança que a anima é a esperança de justiça (vede, entre outras, as passagens seguintes, Jo 3:16,36; 5:39,40; 6:27,40,47,68; 11:25;17:2; Rm 5:21;6:23; 1 Tm 1:16; 1 Jo 2:25; 5:20; Judas 21; Ef 2:1 a 6,14,15; Cl 1:12-22;2:10-15; Rm l:17;3:21-26;4:5,23-25; 2 Co 5:21; Gl 5:5).

(Continua...)

Gênesis 24

Ressurreição... o glorioso intérprete dos caminhos e propósitos de Deus, e o pleno e eterno testemunho do Seu amor e poder.

Leia em http://www.bibliaonline.com.br/acf/gn/24

Não lemos muito do caráter de Isaque. Abraão era ativo e agressivo, Isaque parece quieto e retraído. Existe um lampejo de seu caráter nos versículos 62 e 63. Neste servo que busca por uma noiva para o filho de seu senhor, temos uma linda figura da obra do Espírito Santo no mundo hoje. Ele está buscando uma noiva para Cristo, o Isaque celestial. A família pergunta à moça Rebeca se ela tem o desejo de ir com o homem (vers. 58). Repare na resposta clara que ela dá. Você está desejoso de seguir o Espírito Santo? Ele só pode guiar você a um centro na terra enquanto você viaja para encontrar seu "Isaque". Este Centro é Cristo. O Espírito de Deus não pode separar os crentes, isto é a obra de Satanás. Estamos nós desejosos de sermos guiados pelo Espírito de Deus, ou será que achamos que temos o direito de escolher? Estar reunido somente para o nome do Senhor Jesus Cristo é a obra do Espírito de Deus hoje. Segui-Lo sem hesitar é ser levado a um lugar de paz e gozo só conhecido quando agimos fazendo assim. 

Gn 24:62-67 Quando estávamos lendo no final do capítulo 22, mencionamos o nascimento de Rebeca. Agora a vemos aqui quase a encontrar seu futuro marido. Ligue as duas partes. Nós somos a noiva. Estamos a ponto de encontrar nosso amado Senhor Jesus! Aqui lemos de "amor" pela segunda vez. Amor de Cristo por Sua noiva. Você se lembra da menção anterior? O homem que está acompanhando Rebeca é uma figura do Espírito Santo. Pare um minuto para ler como a Bíblia termina. Ap 22:17. Percebe a ligação?

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