domingo, 24 de abril de 2016

As Duas Ordenanças: O Que Há de Comum Entre Elas?

Existem duas ordenanças apenas que foram dadas pelo Senhor Jesus para os que creem nele. Uma é o batismo, feito uma só vez na vida da pessoa. Outra é a ceia do Senhor, celebrada a cada primeiro dia da semana ou "dia do Senhor" como vemos os discípulos fazerem. Mas existe algo de comum nessas duas ordenanças que poucos percebem: o nome.

O batismo não é feito por uma organização ou clérigo, mas por um irmão em Cristo, e é a Jesus que a pessoa é batizada, e não a uma religião ou denominação. Os que "foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar" (1 Co 10:2) estavam identificados com Moisés. Os que foram batizados por João Batista ficaram identificados com João, e conheciam "somente o batismo de João" (At 18:25).

"João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus." (Jo 19:4-5). Repare que o batismo de João não era um batismo cristão, por isso as pessoas precisaram ser novamente batizadas "em nome do Senhor Jesus", ou seja, segundo a fórmula ensinada por Jesus em sua ordenança de batizar "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28:19).

Mas o que a ceia do Senhor tem a ver com isso? Isso mesmo, ela é do Senhor, e não da igreja X ou Y, ou do pastor A ou B. No batismo somos associados a Jesus e a tudo o que isso representa, e na ceia lembramos do Senhor e anunciamos sua morte. Assim como o batismo não é a uma religião ou denominação, mas "em nome do Senhor", a ceia deve ser celebrada como congregados "em nome do Senhor", e não em algum outro nome ou denominação religiosa. Agora você nunca mais vai se esquecer de que é a Jesus que somos batizados e é a Jesus que devemos estar congregados para celebrar a ceia.

E a "igreja A" ou "igreja B"? Elas não são "Jesus", são?
 
M. Persona

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Jerusalém e Samaria Unidas pelo Evangelho

(Comentário Atos 8)

O amargo ciúme que existia entre judeus e samaritanos tinha sido, por muito tempo, proverbial; tanto que lemos: "os judeus não se comunicam com os samaritanos". Mas agora, em conexão com o Evangelho da paz, essa raiz de amargura desaparece. No entanto, na sabedoria dos caminhos de Deus, os samaritanos devem esperar pela mais elevada bênção do Evangelho até que os crentes judeus - os apóstolos da igreja em Jerusalém - impusessem suas mãos sobre eles, e oferecessem orações por eles. Nada pode ser mais profundamente interessante do que esse fato, quando tomamos em consideração a rivalidade religiosa que tinha sido, por tanto tempo, manifesta por ambos. Se Samaria não tivesse recebido essa lição oportuna de humildade, ela poderia ter sido descartada, mais uma vez, por manter sua orgulhosa independência de Jerusalém. Mas o Senhor não teria deixado assim. Os samaritanos tinham crido, se regozijado, e foram batizados, mas ainda não tinham recebido o Espírito Santo. "Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo (porque sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus). Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo." (Atos 8:14-17)

Identificação é a grande ideia da imposição de mãos, e unidade é a consequência do dom/dádiva do Espírito Santo. Esses são fatos importantes em conexão com o progresso da igreja. Samaria é, então, trazida à feliz associação com seu antigo rival, e feita uma só com a igreja em Jerusalém. Não há, na mente de Deus, pensamentos sobre uma assembleia ser independente da outra. Se elas tivessem sido abençoadas separada e independentemente, sua rivalidade poderia se tornar maior que nunca. Mas não deveria mais ser assim: "Nem neste monte nem em Jerusalém" (João 4:21), mas uma só Cabeça no Céu, um só corpo na Terra, um só Espírito, uma só família redimida adorando a Deus em espírito e em verdade, porque o Pai procura os que assim O adoram*.

{* Veja Lecture 6 de Atos 2, 8, 10, 19. Lectures on the New Testament Doctrine of the Holy Spirit, por W. Kelly. }

Para saber mais sobre a origem da mistura de povos e sobre a adoração de Samaria, leia 2 Reis 17. Eles eram apenas "metade" judeus, apesar de se gabarem por sua relação com Jacó. Eles consideravam os cinco livros de Moisés sagrados, mas subestimavam o restante da Bíblia. Eles eram circuncidados, guardavam a lei de maneira não muito fiel, e esperavam a vinda de um Messias. A visita pessoal do bendito Senhor a Samaria é do mais profundo e tocante interesse (João 4). Da fonte na qual Ele descansou diz-se que "ficava em um vale entre as duas famosas montanhas Ebal e Gerizim, onde foi lida a lei. Sobre este último estava o templo rival dos samaritanos, que por tanto tempo afligiu os judeus mais zelosos por sua ousada oposição ao único santuário escolhido, no Monte Moriá."

A. Miller. Fonte: http://a-historia-da-igreja.blogspot.com.br/2014/08/jerusalem-e-samaria-unidas-pelo.html

sábado, 16 de abril de 2016

Os Triunfos do Evangelho em Samaria

(Comentário Atos 8)

Filipe, o diácono, evidentemente próximo a Estêvão em zelo e energia, desce à Samaria. O Espírito Santo opera por meio dele. Na sabedoria dos caminhos do Senhor, a desprezada Samaria é o primeiro lugar, fora da Judeia, onde o Evangelho foi pregado por Suas testemunhas escolhidas. "E, descendo Filipe à cidade de Samaria lhes pregava a Cristo. E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia. E havia grande alegria naquela cidade." (Atos 8:5-6,8). Muitos creram e foram batizados, tanto homens quanto mulheres. Até mesmo Simão Mago, o feiticeiro, experimentou a presença de um poder muito acima do seu próprio, e se curvou à força e corrente da obra do Espírito nos outros, embora a verdade não houvesse penetrado em seu próprio coração e consciência. Mas, como agora já viajamos a essa outra parte do país, este pode ser o momento apropriado para dizermos algumas palavras sobre sua história.

A Terra Santa, uma nação interessante, que se destaca entre as outras nações da Terra, tanto moral quanto historicamente, é em tamanho muito pequena. "É como um pedaço de um país, de tamanho próximo ao do País de Gales, com menos de 225 quilômetros de comprimento, e quase 64 quilômetros, em média, de largura"*. A parte norte é a Galileia; o centro, Samaria; o sul, a Judeia. Mas embora fisicamente tão pequena, ela foi o teatro dos acontecimentos mais importantes na história do mundo. Lá, o Salvador nasceu, viveu e foi crucificado - e lá Ele foi sepultado e ressuscitado. E lá, também, Seus apóstolos e mártires viveram, testificaram e sofreram. E lá o evangelho foi pregado pela primeira vez, e lá a primeira igreja foi plantada.

{*Dicionário Bíblico de Smith}

A terra ocupada por Israel se encontra entre os antigos impérios da Assíria e do Egito. Daí a frequente referência no Antigo Testamento ao "rei do Norte" e ao "rei do Sul". Devido a essa posição, Israel foi muitas vezes o campo de batalha desses dois poderosos impérios, e sabemos que ainda será o cenário de seu último e mortal conflito (Daniel 11). Os homens têm sido tão supersticiosos sobre a Terra Santa que ela tem sido objeto de ambição nacional, e quase sempre motivo de guerras religiosas desde os dias dos apóstolos. Quem poderia estimar quanto sangue foi derramado, e o tesouro que foi desperdiçado por essas planícies sagradas? - e tudo, podemos acrescentar, sob o nome do zelo religioso, ou melhor, sob as bandeiras da cruz e da lua crescente. Para ali os peregrinos de todas as eras têm viajado para que pudessem adorar no "santo sepulcro" e cumprir seus votos. Também tem sido a grande atração para viajantes de todo tipo e de todas as nações, e o grande empório de "relíquias milagrosas". O cristão, o historiador e o antiquário têm procurado diligentemente e feito conhecidas suas descobertas. Desde os dias de Abraão, esse tem sido o lugar mais interessante e atraente da face da Terra. E para o estudante da profecia, sua história futura é ainda mais interessante que seu passado. Ele sabe que o dia se aproxima, quando toda aquela terra será povoada pelas doze tribos de Israel, e cheia da glória e majestade de seu Messias. Então eles serão conhecidos como o povo metropolitano da Terra. Retornemos, agora, a Samaria, com sua nova vida e alegria.

Os samaritanos, por meio da bênção de Deus, prontamente creram no Evangelho pregado por Filipe. O efeito da verdade, recebida com simplicidade, foi imediato e do mais bendito caráter. "Havia grande alegria naquela cidade", e muitos foram batizados. Tais devem ser sempre os efeitos do Evangelho, quando crido, a menos que haja algum obstáculo com relação a nós mesmos. Onde há genuína simplicidade de fé, deve haver paz e alegria genuínas, e uma feliz obediência. O poder do Evangelho sobre um povo que tinha, durante séculos, resistido às reivindicações do judaísmo, foi então demonstrado. O que a lei não podia fazer a este respeito, o Evangelho realizou. "Samaria foi uma 'conquista'", disse alguém, "que toda a energia do judaísmo não tinha sido capaz de fazer. Foi um novo e esplêndido triunfo do Evangelho. O domínio espiritual do mundo pertencia à igreja."

A. Miller. Fonte: http://a-historia-da-igreja.blogspot.com.br/2014/07/os-triunfos-do-evangelho-em-samaria.html

sexta-feira, 8 de abril de 2016

A Perseguição e Dispersão dos Discípulos

(Comentário Atos 8)

Após a morte de Estêvão uma grande perseguição começou (Atos 8). Os líderes judeus pareciam ter ganho uma vitória sobre os discípulos, e estavam determinados a prosseguir com seu aparente triunfo com a maior violência. Mas Deus, que está acima de todos, e que sabe como conter as crescentes paixões dos homens, anulou a posição deles para o cumprimento de Sua própria vontade.

O homem ainda não tinha aprendido a verdade do provérbio, que "o sangue dos mártires é a semente da igreja." No caso do primeiro e mais nobre dos mártires, o provérbio foi plenamente verificado. Mas em todas essas vinte centenas de anos os homens têm sido lentos para aprender, ou crer, nesse simples fato histórico. A perseguição, geralmente falando, tinha feito aumentar a causa que procuravam reprimir. Isso tem se provado verdadeiro na maioria dos casos,  em qualquer tipo  de perseguição  ou  de oposição. Resistência, decisão e firmeza são criadas por tal tratamento. Verdadeiramente, mentes tímidas podem ser levadas à apostasia por um tempo sob a perseguição; mas quão comumente tais, com o mais profundo arrependimento, e de modo a recuperar sua antiga posição, suportaram com a maior alegria os mais agudos sofrimentos, e mostraram em seus últimos momentos a maior fortaleza! Mas a perseguição, de uma forma ou de outra, deve ser esperada pelos seguidores de Jesus. Eles são exortados a tomar sua cruz diariamente e segui-Lo. Isto testa a sinceridade de nossa fé, a pureza de nossos motivos, a força de nossa afeição por Cristo, e a medida de nossa confiança nEle.

Aqueles que não são verdadeiros de coração para Cristo com certeza irão cair em tempos de afiada perseguição. Mas o amor pode perdurar até o fim, quando não houver mais nada a fazer. Vemos isso perfeitamente no próprio bendito Senhor. Ele suportou a cruz - que era de Deus: Ele desprezou a vergonha - que foi do homem. Foi em meio à vergonha e sofrimentos da cruz que toda a força do Seu amor apareceu, e na qual Ele triunfou sobre tudo. Nada poderia afastar Seu amor do objeto deste, ou seja, do Pai, pois era mais forte que a morte. Nisso, assim como em todas as coisas, Ele nos deixou um exemplo, de que devemos andar em Seus passos. Que possamos sempre ser encontrados seguindo-O de perto!

Da história da igreja em Atos aprendemos que o efeito do martírio de Estêvão foi a imediata propagação da verdade que seus perseguidores estavam tentando impedir. As impressões produzidas por tal testemunho, e tal morte, devem ter sido avassaladoras para seus inimigos, e convincentes para os imparciais e indecisos. O último recurso da crueldade humana é a morte. No entanto, é maravilhoso dizer que a fé cristã, em sua primeira dificuldade, provou-se mas forte que a morte em sua forma mais assustadora. O inimigo foi testemunha disso, e sempre se lembraria. Estêvão estava sobre a Pedra, e as portas do inferno não podiam prevalecer contra Ela.

Toda a igreja em Jerusalém, na ocasião, foi dispersa; mas eles iam por toda a parte pregando a Palavra. Como a nuvem que voa com o vento, levando sua chuva fresca a terras secas, assim os discípulos foram expulsos de Jerusalém pela tempestade da perseguição, levando as águas da vida às almas sedentes de terras distantes. "E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria, exceto os apóstolos" (Atos 8:1). Alguns historiadores pensam que o fato dos apóstolos permanecerem em Jerusalém quando os discípulos fugiram prova, da parte deles, maior firmeza e fieldade na causa de Cristo, mas estamos dispostos a julgar o fato de modo diferente, e a considerá-lo uma falha em vez de fieldade. A comissão do Senhor a eles era: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mateus 28:19). E eles tinham sido ensinados: "Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra" (Mateus 10:23). Até onde a história das Escrituras nos informa, a comissão nunca foi realizada pelos doze. No entanto, Deus era poderoso em Paulo, para com os gentios, e em Pedro para com os judeus.

O Espírito Santo agora vai além de Jerusalém, para manifestar poder em terras estrangeiras - que solene verdade! Mas aquela cidade culpada preferia a dominação de Roma à ressurreição em poder de seu próprio Messias. "Que faremos?", diziam os judeus, "porquanto este homem faz muitos sinais. Se o deixamos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação." (João 11:47-48). Eles rejeitaram o Messias em Sua humilhação, e agora eles rejeitam o testemunho do Espírito Santo sobre Sua exaltação. A iniquidade deles era completa, e a ira se aproximava deles até o fim. Mas, por ora, nossa tarefa, seguindo o curso da história da igreja, é acompanhar o Espírito Santo em seu caminho a Samaria. Seu caminho é a linha prateada da graça salvadora para almas preciosas.

A. Miller. Fonte: http://a-historia-da-igreja.blogspot.com.br/2014/07/capitulo-3-perseguicao-e-dispersao-dos.html

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Atos 8

Nunca existe poder coletivo sem fidelidade individual. 

ATOS 8

At 8:1-3 Acontece uma boa mudança. A igreja (assembleia), formada principalmente por crentes Judeus, começa agora a se espalhar para os Gentios. Mas a perseguição se espalha também. Nenhuma dificuldade pode permanecer quando Deus está ali, e nós crentes não podemos resistir a nossos inimigos quando Ele não está ali. Até o martírio de Estêvão, Jerusalém havia sido o único centro - (Dt 12:13-14). Agora Israel havia rejeitado o Espírito Santo por meio do assassinato de Estêvão, portanto a mensagem do evangelho do amor e da graça de Deus saiu a todas as nações.

At 8:5-25 Deus usa outro dos homens escolhidos para servir as mesas no capítulo 6.

At 8:9-25 Simão "creu", mas vemos mais tarde que foi apenas em sua cabeça, pois ele demonstra estar numa condição de perdido. Deve ser com o coração - Rm 10:10. Os milagres o haviam afetado. As pessoas dizem com frequência que se vissem creriam. Foi exatamente o que Simão fez, mas não era real.

At 8:26-40 Outro exemplo da mudança. O homem da Etiópia recebe a Cristo e segue seu caminho regozijando, ainda que sem Filipe. Quando estamos desfrutando de Cristo, não ficamos dependendo de contatos externos.

N. Berry. Fonte: http://www.stories.org.br/at_p.html

sábado, 2 de abril de 2016

"Está na Bíblia!"

"Está na Bíblia!". Esta é uma frase que muitas pessoas usam para defender uma ideia, prática ou lei dizendo ser baseada na Bíblia, geralmente tentando justificar que algo do Antigo Testamento, que foi endereçado para o povo de Israel, é aplicável para os cristãos na presente era.

Não adianta dizer que algo está na Bíblia sem conhecer o contexto. Na Bíblia também está escrito: "Não há Deus" (Salmos 14:1). Mas se você for ler o versículo inteiro (o contexto), vemos do que se trata: "Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem."

É ignorância também achar que tudo o que está na Bíblia é endereçado diretamente aos cristãos. A maior parte da Bíblia (todo o Antigo Testamento e algumas partes dos Evangelhos) trata de um outro povo: os judeus. Não compreender ou ignorar a distinção entre a igreja (cristãos) e Israel (judeus) é não "manejar bem a Palavra da Verdade" (2 Tm 2:15). Esse "manejar bem", em outras traduções (como a versão mais utilizada em língua inglesa, a King James), pode ser traduzido como "dividir corretamente". É necessário "dividir corretamente a Palavra da Verdade" se quiser compreendê-la. E é claro, a compreensão verdadeira só pode vir do Espírito Santo, somente Ele (e não uma religião ou denominação e seus líderes) pode ensinar: "Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito." (João 14:26).

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