sexta-feira, 26 de abril de 2013

Cristianismo Prático

(Comentário Romanos 12)

CHEGAMOS agora à justiça prática, o estado e o andar daqueles que foram feitos recipientes da graça de Deus, daqueles que foram tomados em soberano e livre favor, e justificados de todas as coisas; sem nenhuma condenação em Cristo. É por esta mesma compaixão de Deus que estes preceitos lhes são endereçados. "Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional." (Rm 12.1) Certamente é preciso um pouco de exercício da razão, no que diz respeito ao nosso corpo, para sujeitá-lo a um culto racional ou inteligente. Estamos "esperando a adoção, a saber,a redenção do nosso corpo". (Rm 8.23) Ele está para ser conformado ao Seu corpo glorioso. Estamos para levar a imagem do que é celestial. Mesmo no que diz respeito ao nosso corpo, logo deveremos vê-Lo e ser como Ele é. (Veja Filipenses 3.20,21; 1 Coríntios 15.48; 1 João 3.2.)

Portanto, estando cientes de tudo isso, podemos sujeitar nosso corpo desde já, para que pertença a Ele, para ser usado em santa separação, por Ele e para Ele. Que privilégio! Mas isto não será possível se estivermos conformados com este mundo -- um mundo em inimizade contra Ele. E, assim como fomos renovados em espírito, "transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." (Rm 12.2)

Se Deus nos salvou, em pura misericórdia e compaixão, busquemos, então, de modo inteligente, procurar conhecer Sua vontade, experimentando qual é essa vontade. Isto irá exigir inteligência espiritual quanto ao tempo ou dispensação em que nos encontramos. A boa, agradável, e perfeita vontade de Deus quanto a isso só pode ser conhecida e experimentada em humildade de espírito e em completa dependência.

"Porque pela graça, que me é dada." (Rm 12.3) Que necessidade constante há de uma consciência do livre favor que nos foi individualmente demonstrado, e concedido a cada um de nós! É isto o que nos capacita a termos um conceito humilde acerca de nós mesmos, e a pensarmos com temperança, ou pensarmos com sabedoria, conforme a medida de fé que Deus repartiu a cada um.

Assim como houve, na dispensação passada, uma nação na carne, e uma aliança de mandamentos adequada àquela dispensação, "assim nós, que somos muitos, somos um só corpo EM CRISTO, mas individualmente somos membros uns dos outros". (Rm 12.4,5) Que contraste é isto com Israel; e devemos ter entendimento disto, ou não poderemos provar a agradável vontade de Deus para conosco neste momento. No passado, ninguém poderia estar em Cristo. Jesus devia morrer, e ressuscitar de entre os mortos, ou então permanecer só; mas somos agora um corpo em Cristo. E esta verdade deve reger toda a nossa obediência a Cristo. Devemos agir em união, como acontece com os vários membros do corpo humano, pois somos um só corpo em Cristo. Aqui não se trata tanto da doutrina do um só corpo, mas da prática de todos os membros desse corpo.

Devemos estar sempre lembrando que, "tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada". (Rm 12.6) Com certeza, qualquer que seja o serviço exercido no um só corpo em Cristo, é tudo pura graça, tudo livre favor. Tendo esta bendita consciência do livre favor de Deus, sejamos diligentes no serviço, qualquer que seja ele -- seja profecia, ministério, ensino, exortação ou o presidir. Que tudo seja feito com alegria. Estes preceitos são tão claros que não há necessidade de explicação, além de vermos que tudo deve ser feito em referência ao um só corpo em Cristo. Todavia, cada um destes preceitos é da maior importância, e só pode ser guardado andando-se no Espírito, pois, na verdade, estes são frutos do Espírito. Poderia a carne, que continua em nós, cumprir o "apegai-vos ao bem", ou o "preferindo-vos em honra uns aos outros", ou ainda o "abençoai aos que vos perseguem"? (Rm 12.10-14) De modo nenhum; ela irá sempre oprimir aquilo que é nascido do Espírito. "Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes." (Rm 12.16) Isto é exatamente o oposto das maneiras deste mundo.

Quão prontos somos a esquecer este bendito ensino dos versículos 17 ao 19. Quão pronta está a carne para pagar mal com mal. E quão triste é quando a indolência toma o lugar da busca pelas coisas honestas perante todos os homens. Sim, se não tiver cuidado, o cristão pode cair em quase todas as formas de desonestidade universalmente praticadas no mundo. E acaso uma transação enganosa e desonesta não tem o mesmo caráter de um assalto? Estas são palavras que deveriam estar penduradas na parede de cada escritório, oficina e estabelecimento: "PROCURAI AS COISAS HONESTAS PERANTE TODOS OS HOMENS". Oh, que tenhamos mais fé e uma obediência resoluta nas coisas comuns do dia-a-dia. Estamos convencidos de que a falta de cuidado nestas coisas, quando não se trata de algo pior ainda do que o descuido, é a causa de muita de nossa fraqueza. E quão pronta está a carne de cada um de nós para se vingar! Mas estas são as palavras do Espírito: "Não vos vingueis a vós mesmos, amados". (Rm 12.19)

Será que Ele, cujo nome tão precioso levamos, vingou-Se a Si próprio? O dia da vingança e do juízo que cairá sobre um mundo ímpio ainda virá, mas não é certo que somos seguidores dAquele que curou a orelha de Seu inimigo? Oh, que possamos ser mais semelhantes a Ele! Que ternas palavras são estas: "se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer: se tiver sede, dá-lhe de beber". (Rm 12.20) Onde, além das Sagradas Escrituras da verdade, poderíamos encontrar palavras assim? Deixe o homem entregue a si mesmo; irá ele agir assim? Não, não; estes são os preciosos frutos do Espírito. Possam eles abundar em nós cada vez mais.

Romanos 12

Seremos tão semelhantes ao segundo Homem como temos sido semelhantes ao primeiro.

Os últimos cinco capítulos carregam diferentes instruções para os crentes. Este capítulo diz ao crente como ele deve viver, trabalhar e amar. Para cada instrução na Bíblia em como viver, existe sempre uma doutrina clara quanto ao fundamento disto. O evangelho tem dois lados, o lado do crer e o lado do proceder. Todavia, ambos andam juntos, pois nosso proceder mostra o que cremos.

Rm 12:1 Uma vida devotada a Deus é a vida natural para cada crente.

Rm 12:2 Não devemos seguir o modo de falar, os hábitos ou os costumes do mundo, mas sermos transformados em um viver para Cristo, para então provarmos a boa, aceitável e perfeita vontade de Deus. Não devemos viver para agradar a nós mesmos, mas ao Senhor.

Rm 12:3-8 Nós crentes precisamos estar juntos em uma comunhão pois somos um "corpo". Você está vivendo isto?

Rm 12:9-21 O amor é, para o crente, um amor genuíno. É um amor que aprende do amor de Deus em Cristo e dele obtém sua força. "O amor seja não fingido" o que significa sem engano ou dissimulação. Quão verdadeiro estão sendo estes versículos a nosso respeito? 

terça-feira, 23 de abril de 2013

Jacó e Siquém

(Comentário Gênesis 34)

Não é que Jacó não fosse, em geral, um homem de fé; era, certamente, e como tal, tem um lugar entre "uma tão grande nuvem de testemunhas" de Hebreus 11. Porém mostrou um triste fracasso em não andar no exercício habitual desse princípio divino. Poderia a fé levá-lo a dizer, "ficarei destruído, eu e minha casa?" Não, evidentemente. A promessa de Deus no capítulo 28:14-15 devia ter banido qualquer temor do seu espírito. "...te guardarei... não te deixarei." Isto devia ter tranquilizado o seu coração. Porém, o fato é que a sua mente estava mais ocupada com o perigo que corria entre os homens de Siquém do que com a sua segurança nas mãos de Deus. Devia ter sabido que nem um só cabelo da sua cabeça poderia ser tocado, e, portanto, em vez de se preocupar com Simeão e Levi, ou as consequências do seu ato precipitado, devia julgar-se a si próprio naquela posição. Se não se tivesse fixado em Siquém, Diná não teria sido desonrada, e a violência de seus filhos não teria sido manifestada. Vemos constantemente crentes passando por profunda dor e dificuldades por causa da sua própria infidelidade; e então, em vez de se julgarem a si próprios, começam a ponderar as circunstâncias e lançam sobre elas a culpa.

Quantas vezes vemos pais crentes, por exemplo, em aflição de alma quanto à travessura, rebeldia e mundanidade dos seus filhos; e, ao mesmo tempo, eles são os próprios culpados por não andarem em fidelidade perante Deus quanto às suas famílias. Foi assim com Jacó. Estava em terreno moral baixo, em Siquém; e, visto que lhe faltava aquela sensibilidade refinada que o teria levado a detectar o baixo terreno, Deus, em verdadeira fidelidade, usou as suas circunstâncias para o castigar. "Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará" (Gl. 6:7). E um princípio do governo moral de Deus—um princípio de cuja aplicação ninguém pode escapar; e é uma misericórdia para os filhos de Deus serem obrigados a ceifar os frutos dos seus erros. É uma misericórdia ser-se ensinado, de qualquer modo, da amargura de deixar ou não de contar com o Deus vivo. Temos de aprender que este não é o nosso repouso; porque, bendito seja Deus, Ele não nos daria um repouso manchado. Ele quer que descansemos em e com Ele Próprio. Tal é a Sua graça; e quando os nossos corações duvidam, ou fracassam, a Sua palavra é "Se voltares..., diz o Senhor, para mim voltarás" (Jr. 4:1).

A humildade falsa, a qual é apenas o fruto da incredulidade, leva o extraviado ou apóstata a tomar uma posição inferior, desconhecendo o princípio ou medida da restauração de Deus. O filho pródigo procurava ser tomado como um servo, desconhecendo que, tanto quanto lhe dizia respeito, ele não tinha mais direito ao título de servo que ao de filho; e, além disso, seria inteiramente indigno do caráter do pai colocá-lo numa tal posição. Devemos vir a Deus no princípio e segundo a maneira digna d'Ele Mesmo, ou então não vir.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

O Encontro de Jacó com Esaú

(Comentário Gênesis 33)

Podemos ver nestes dois capítulos (33 e 34) como os temores de Jacó eram infundados, e quão inúteis eram os seus planos. Não obstante a luta, o toque da juntura da sua coxa, e o coxear, vemos Jacó ainda ocupado com planos. "E levantou Jacó os seus olhos e olhou, e eis que vinha Esaú, e quatrocentos homens com ele. Então, repartiu os filhos entre Léia e Raquel, e as duas servas. E pôs as servas e seus filhos na frente e a Léia e a seus filhos, atrás; porém a Raquel e José, os derradeiros". Estes preparativos são prova da continuação dos seus temores. Previa ainda a vingança de Esaú, e expôs aqueles que menos lhe interessavam ao primeiro golpe dessa vingança.
 
Como as profundezas do coração humano são assombrosas! Como é tardo em confiar em Deus! Se Jacó tivesse confiado realmente em Deus nunca teria receado a destruição de sua família; mas, enfim, o coração sabe alguma coisa da dificuldade de descansar simplesmente em confiança calma num Deus infinitamente gracioso, Todo-Poderoso e Onipresente.
 
Mas, note-se, agora, como a ansiedade do coração era desnecessária. "Então, Esaú correu-lhe ao encontro e abraçou-o; e lançou-se sobre o seu pescoço e beijou-o; e choraram". O presente era inteiramente desnecessário; o plano inútil. Deus "aplacou" Esaú, como já havia acalmado Labão. É assim que Ele Se deleita em repreender os nossos pobres corações, covardes e incrédulos, e afugentar todos os nossos temores. Em vez da temida espada de Esaú, Jacó encontra o abraço e beijos de seu irmão; em vez de luta, eles misturam as suas lágrimas. Tais são os caminhos de Deus

Quem não confiará n'Ele? Quem não O honrará com a plena confiança do coração? Porque é que, não obstante toda a evidência agradável da Sua fidelidade para com aqueles que põem a sua confiança n'Ele, estamos tão prontos, em todas as ocasiões, a duvidar e hesitar. A resposta é simples: não estamos suficientemente unidos a Deus. "Une-te pois a Ele, e tem paz, e assim te sobrevirá o bem" (Jó 22:21). Isto é verdadeiro, quer seja acerca do pecador inconvertido, ou de um filho de Deus. Conhecer verdadeiramente a Deus (verdadeira intimidade com Ele) é vida e paz. "E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (João 17:3). Quanto mais perfeito for o nosso conhecimento de Deus, tanto mais sólida será a nossa paz, e mais elevadas serão as nossas almas acima de toda a dependência da criatura. "Deus é uma rocha", e nós precisamos apenas de alijar todo o nosso peso sobre Ele, para sabermos quão poderoso é para nos suster.

Gênesis 34


Estamos em comunhão com Cristo quando aquilo que é para a Sua glória é de grande importância para nós.
 
Antes de ler este capítulo, abra em Gl 6:7 e 8. O que a Palavra de Deus diz ali é o que acontece no capítulo de hoje. Após a promessa que ele recebeu em 28:22, Jacó deveria ter ido diretamente a Betel (ele finalmente chega lá, mas só após Deus mandar, 35:1). Mas o que ele viu da terra ao seu redor atraiu seus olhos e por isso ele não seguiu seu coração. Sua permanência no lugar errado fez com que este triste capítulo fosse escrito! Que lição há nisto para os que são pais. Temos cuidado com nossos filhos? Escolhemos os lugares só porque nos trazem vantagens? Morar perto daquela cidade foi algo arriscado, mas Jacó nunca pareceu se preocupar com isso! 

Gn 34:30-31 Jacó fala asperamente com seus filhos depois que o dano está feito. Repare também o modo como respondem a seu pai. E até mesmo os motivos que Jacó deu a seus filhos para que não fizessem aquilo, estavam todos centralizados em sua reputação e em suas possessões! 

Gênesis 33

 
Quem poderia prever que um Menino na manjedoura de Belém seria, ao mesmo tempo, o "Deus Poderoso"?

Depois de tudo isso, Jacó volta a seus velhos hábitos e truques. Deus transforma Esaú de um homem selvagem, vingativo, em alguém gentil. Às vezes tememos muito uma situação e não estamos fazendo o que Fl 4:6 nos diz. .

Gn 33:17-20 Você irá reparar as quatro coisas que Jacó edifica quando volta à sua terra. Primeiro, uma casa (não um altar como em 26:25). Depois, cabanas (currais) para seu gado. À medida que vai entrando na terra, ele tem outros pensamentos. Em terceiro lugar, ele comprou um campo. E finalmente, ele constrói um altar - Deus por último! (veja os comentários em 26:25 sobre estas coisas).

terça-feira, 16 de abril de 2013

A Fidelidade de Deus (Parte 2)

(Comentário Romanos 11)

Porventura você permanece no livre, pleno e eterno favor de Deus; ou está procurando alcançá-la por meio das obras? Era exatamente isto o que Israel estava fazendo, porém "o que Israel buscava não o alcançou". (Rm 11.7) Com toda a sua ira contra Deus, como foi revelada em Cristo, eles estavam, ao mesmo tempo, sendo zelosos da lei, e procurando justiça pelas obras. Rejeitando o livre favor de Deus, nunca poderiam obtê-la pelas obras. Por isso sua cidade foi destruída e eles foram dispersos ou mortos. "Mas os eleitos o alcançaram" (Rm 11.7), ou seja, o livre favor de Deus no qual permaneceram. 

Existem agora dois fatos. Os profetas previram que esses rejeitadores seriam entregues à cegueira judicial, e foi isto o que aconteceu ao longo de muitos séculos. Se alguém, que se considere um que rejeita da verdade da eleição da graça, estiver lendo isto, oh, você corre o risco de também ser abandonado por Deus à cegueira e endurecimento de coração. Há quanto tempo Deus estende Suas mãos, pronto para receber você? E será que você é ainda um daqueles que, como Israel em sua justiça própria, continua a rejeitar? Deus poderá, em Seu justo juízo, abandonar você à dureza de coração, e às trevas que rapidamente estão se espalhando.

Mas será que a atual rejeição da graça de Deus por parte de Israel, e sua consequente cegueira, levam Deus a alterar Seus propósitos e Sua promessa? Devemos agora olhar cuidadosamente para o lado dispensacional desta questão. Deus transformou a queda deles em grande bênção para os gentios. E, se assim foi, quão maior não será a bênção da sua plenitude? (Romanos 11.12.) O mundo gentio foi abandonado à crassa idolatria, como vimos no capítulo 1. Mas agora, se a rejeição de Israel como nação resultou na "reconciliação do mundo" (Rm 11.15), o que será quando Deus os receber, senão vida dentre os mortos? O apóstolo não está falando aqui da vocação, ou privilégios celestiais, da igreja, mas de privilégios terrenos [para Israel].

Quando Deus chamou Abraão, e o separou de entre as nações, este tornou-se a oliveira de bênção e promessa sobre a Terra. Sua descendência veio a ser aquela árvore de privilégios, da qual Abraão era a raiz. Portanto, não é uma questão de ramos em Cristo, mas de ramos da oliveira da promessa ou dos privilégios. Trata-se, também, da questão da santidade relativa, ou separação do mundo. Alguns dos ramos naturais foram quebrados, mas não todo o Israel; alguns apenas. E, levando adiante esta figura, os gentios foram enxertados nesta oliveira de privilégios.

Trata-se de algo totalmente contrário à natureza enxertar a oliveira brava na boa. Na natureza, é sempre a boa oliveira, a boa macieira, que é enxertada na brava. Mas Deus tomou o pobre gentio, a planta "brava", e o enxertou na boa árvore abraâmica do privilégio. E mais ainda, o apóstolo não os deixa ignorar esta verdade dispensacional, de que "o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito, de Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades". (Rm 11.25,26) Deste modo, o período do "não há diferença" (Rm 10.12) chegará ao fim; o propósito de Deus em tirar para Si um povo de entre os gentios deverá se cumprir; então todo o Israel será salvo, conforme está escrito. Aí, então, todas as promessas que cabem a eles se cumprirão. Toda a nação de Israel, outrora dispersa, será reunida em sua própria terra, e serão então nascidos de Deus, conforme está escrito. É este o propósito de Deus, embora sejam eles os inimigos mais acirrados no tempo presente; Deus escolheu fazer assim.

Uma palavra mais, um solene aviso antes de terminarmos este capítulo. Se a cristandade gentia não permanecer em Sua benignidade, também ela será quebrada. Será que houve antes uma época em que a benignidade de Deus, o Seu livre favor, tenha sido mais evidentemente rejeitada do que no presente momento? Nunca antes, desde os dias dos apóstolos, a livre graça de Deus foi pregada tanto, e nunca também foi tão rejeitada. Há pouco tempo visitamos uma grande cidade onde foi construído um bom e amplo salão para a pregação do puro evangelho da graça de Deus. Estava fechado. Um outro grande edifício estava ocupado por aqueles que, como Israel na Antiguidade, procuram alcançar a justiça pelas obras, pelos rituais, e, disfarçadamente, pela missa. O local estava lotado, com pessoas, sentadas e em pé. Será que Deus irá suportar isso para sempre? Certamente o fim está próximo. Os ramos gentios devem ser quebrados. Foi assim que o Espírito explicou acerca deste período de "não há diferença" nestes três capítulos, Romanos 9, 10 e 11. Depois de seu fim haverá a dispensação do reino de Cristo, como foi anunciado pelos profetas. E nesse tempo todo o Israel será salvo, como objeto de Sua misericórdia. "Glória pois a Ele eternamente. Amém." (Rm 11.36)

Com isto termina a parte doutrinária desta maravilhosa revelação da justiça de Deus, em Seu proceder para com o homem. A leitura desta epístola de nada valerá se não for validada pelo Espírito Santo em nossos corações. Será que Ele, como vimos nas maravilhosas páginas desta epístola, tem usado assim a Sua Palavra? Será que reconhecemos verdadeiramente que somos pecadores ímpios e tão arruinados? Será que aprendemos que nunca houve, e nem pode haver, qualquer coisa boa na carne? Será que cremos em Deus que ressuscitou Jesus nosso Senhor de entre os mortos, O qual foi entregue por nossas ofensas? Será que nós, individualmente, já nos conscientizamos dessas ofensas e as reconhecemos como tendo sido transferidas para nosso santo Substituto? Será que posso dizer que Ele ressuscitou de entre os mortos para a MINHA justificação? Se assim for, certamente estamos justificados pela fé, e temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. E agora, permanecendo neste livre e abundante favor de Deus, como devemos andar? Sim, depois de completamente libertos, e possuindo o Espírito de vida, qual deveria ser o fruto disso? Os capítulos que restam dão a resposta a estas questões.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O Corpo de Cristo (Parte 1)

Existe outra questão, que agora exige sua atenção, relacionada ao corpo de Cristo. No dia de Pentecostes ocorreu algo completamente novo no desenrolar dos desígnios de Deus - a vinda do Espírito Santo. Até aquele período o Espírito Santo agia neste mundo, pois em todas as dispensações passadas houve almas vivificadas e "homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1.21). Mas até o Senhor Jesus ter sido glorificado à direita de Deus, o Espírito Santo, como uma Pessoa divina, não estava neste mundo. Isto não se trata de uma nova teoria, mas é um assunto claramente estabelecido nas Escrituras.

Assim, quando no grande dia da Festa dos Tabernáculos, "Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a Mim, e beba. Quem crê em Mim, como diz a Escritura, rios d'água viva correrão do seu ventre", é explicado que falava "do Espírito que haviam de receber os que nEle cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado" (João 7.37-39). O próprio Senhor acrescentou no mesmo sentido: "Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que Eu vá; porque, se Eu não for, o Consolador não virá a vós" (João 16.7; compare com João 14.16,17, 26 e 15.26). 

A Descida do Espírito Santo

Passando mais adiante, em Atos 2, encontramos o registro histórico da descida do Espírito de Deus: "E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem" (Atos 2.1-4). Assim se cumpriram as palavras que o Senhor falou aos Seus discípulos após a Sua ressurreição: "vós sereis batizados com o Espírito Santo; não muito depois destes dias... Mas recebereis a virtude [ou poder] do Espírito Santo, que há de vir sobre vós" (Atos 1.5,8).

Foi pela descida do Espírito Santo que a Igreja foi formada - a Igreja de Deus conforme é encontrada no Novo Testamento - e desde então ela existe em dois aspectos: como a casa de Deus (1 Timóteo 3.15) e como o corpo de Cristo (Efésios 1.22,23). É o segundo aspecto da Igreja que desejo trazer diante de você nesta carta, e há dois versículos que nos capacitarão a compreender isto. Em Colossenses 1.18 lemos que "Ele é a cabeça do corpo da Igreja"; e em 1 Coríntios 12.13, "Pois todos nós fomos batizados em um Espírito formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres". Isto parece indicar que no dia de Pentecostes, pela vinda do Espírito Santo, os crentes foram batizados em um corpo, e que assim foi formado o corpo de Cristo. 

Quem Faz Parte do Corpo?

Mas, permita-me perguntar, de que, ou de quem, é composto o corpo de Cristo? "Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também" (1 Coríntios 12.12). O termo "Cristo", conforme é usado aqui, inclui o próprio Cristo e todos os membros do corpo, vistos como um todo. Portanto o corpo de Cristo inclui a Ele próprio, como a Cabeça, e a todos os crentes sobre a face da Terra, nos quais o Espírito Santo veio habitar. Como consequência, cada filho de Deus que pode clamar "Aba, Pai" é um membro do corpo de Cristo e, por esta razão, o apóstolo diz que "somos membros do Seu corpo" (Efésios 5.30).

Este é um ponto para o qual desejo chamar sua atenção, pois um grande número dos amados filhos de Deus ignoram que ocupam esta maravilhosa e privilegiada posição. Por ocasião de uma visita que fiz há algum tempo a um crente prestes a morrer, perguntei-lhe: "Sabe que você é um membro do corpo de Cristo?". Sua resposta foi: "Não, jamais ouvi coisa semelhante". Tão cedo não vou me esquecer do gozo que expressavam as feições daquele moribundo à medida que eu ia expondo as Escrituras que falam deste assunto. 

Permita-me, então, pedir-lhe que considere o que significa ser um membro do corpo de Cristo. Primeiro, e o mais importante, nos ensina que estamos unidos a Cristo - a Cristo como Homem glorificado à direita de Deus. E uma vez que Ele é a cabeça do corpo, cada membro está de uma forma vital, e podemos até mesmo dizer organicamente, ligado a Ele. "O que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito" (1 Coríntios 6.17). Veja, portanto, até onde vai a graça de nosso Deus! Se não bastasse o fato de nossos pecados terem sido perdoados; de estarmos justificados pela fé; de termos sido introduzidos no claro e perfeito favor de Deus; de estarmos ressuscitados com Cristo; de estarmos assentados nEle nos lugares celestiais; mesmo possuindo tanto, a despeito de estarmos cercados de fraqueza e enfermidade neste mundo, nos é dado saber que estamos unidos a Cristo na glória! Podemos elevar nossos olhos a Ele na glória, onde Ele está, e dizer com toda a segurança: "Somos membros do Seu corpo, da Sua carne, e dos Seus ossos!" (Efésios 5:3 - Versão Almeida Corrigida Fiel).

Se os crentes conhecessem esta verdade em poder, como poderia haver discussões quanto à certeza da nossa salvação aqui e agora? E, quando tivéssemos que enfrentar novas provas ou perigos, cada vez maiores, que força nos daria se tivéssemos sempre em mente esta verdade: Estamos unidos a Cristo! E, oh! que revelação isto nos dá da proximidade e intimidade que possuímos com Ele! Pois nos foi dado conhecer que somos um com Ele próprio; que tudo o que nos atinge, atinge a Ele também (leia Atos 9.4). Estamos, portanto, inseparavelmente, indissoluvelmente ligados a Ele para todo o sempre.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Deus Luta com Jacó

(Comentário Gênesis 32)

"Jacó porém ficou só; e lutou com ele um varão." Notemos que não foi Jacó quem lutou com um varão; mas um varão que lutou com Jacó. Esta cena é vulgarmente mencionada como um exemplo do poder de Jacó na oração. Que não é assim é evidente pela simples redação da passagem. O eu lutar com um homem, e um homem lutar comigo são duas ideias totalmente diferentes para a mente. Se sou eu quem luta com outro é porque pretendo dele alguma coisa; se, pelo contrário, é outro que luta comigo é porque deseja conseguir alguma coisa de mim. Ora, no caso de Jacó, o objetivo divino era levá-lo a ver que criatura pobre, fraca, inútil, ele era, e quando Jacó resistiu tenazmente ao tratamento divino, o varão "tocou a juntura de sua coxa; e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com ele". A sentença de morte tem que ser lavrada sobre a carne — o poder da cruz tem que ser compreendido antes de podermos andar firmemente com Deus.
Até aqui temos seguido Jacó por entre todos os meandros e expedientes do seu extraordinário caráter — vimo-lo fazendo planos e pondo-os em prática durante a sua estadia de vinte anos com Labão; mas não foi antes de ter ficado só que teve uma verdadeira ideia da sua inutilidade. Então, havendo sido tocado o centro da sua força, ele pôde dizer, "não te deixarei ir". Como disse o poeta:

"Nenhum outro refúgio tenho;
Minha alma desamparada apega-se a Ti."

Isto foi uma nova era na história do suplantador e engenhoso Jacó. Até aqui ele havia-se agarrado aos seus meios e caminhos; mas agora é levado a dizer "não te deixarei ir". Bom, o leitor dirá que Jacó não se exprimiu assim até que "a juntura da sua coxa foi tocada". Este simples fato é suficiente para concretizar a verdadeira interpretação de toda a cena. Deus lutava com Jacó para o levar a este ponto. Já vimos que, quanto ao poder de Jacó na oração, tão depressa pronunciava algumas palavras a Deus mostrava logo o verdadeiro segredo da independência da sua alma, dizendo: "Eu o aplacarei (a Esaú) com o presente." Teria dito isto se tivesse realmente compreendido o significado do oração ou da verdadeira dependência em Deus? Certamente que não. Se tivesse esperado só em Deus, para aplacar Esaú, poderia ter dito: "eu o aplacarei com o presente?" Decerto que não! É preciso que Deus e a criatura conservem o seu lugar distinto, e sempre assim será com toda a alma que conhece a santa realidade de uma vida de fé.

Mas, oh! aqui está onde nós falhamos, se podemos falar uns pelos outros! Sob a fórmula plausível e aparentemente piedosa de usarmos meios, nós realmente encobrimos a infidelidade dos nossos pobres corações enganosos; pensamos que estamos esperando em Deus para abençoar os nossos meios, ao passo que, na realidade, O afastamos confiando nos meios, em vez de dependermos d'Ele, Oh! que os nossos corações possam compreender o mal deste procedimento! Possamos nós aprender a confiar mais simplesmente em Deus somente, para que assim a nossa história possa ser mais caracterizada por aquela santa elevação acima das circunstâncias através das quais estamos passando. Não é uma coisa fácil chegar a conhecer-se a nulidade da criatura até ao ponto de poder dizer-se: "não te deixarei ir se me não abençoares". Dizer isto do coração e permanecer no seu poder é o segredo de todo o verdadeiro poder. Jacó disse-o quando a juntura da sua coxa foi tocada; mas não antes. Lutou muito, até ceder, porque a sua confiança na carne era grande. Porém, Deus pode deprimir até ao pó o caráter mais ativo. Ele sabe como tocar a mola do poder da natureza, e escrever a sentença de morte inteiramente sobre ela; e até que isto não for feito não pode haver verdadeiro poder com Deus ou o homem. Temos de ser "fracos" para podermos ser "fortes". "O poder de Cristo" só pode "repousar sobre nós" em ligação com o conhecimento das nossas fraquezas. Cristo não pode pôr o selo da Sua aprovação sobre o poder da natureza, a sua sabedoria ou a sua glória: todas estas coisas têm de submergir-se para que Ele possa levantar-Se. A natureza humana nunca poderá constituir, de modo nenhum, uma base para manifestar a graça ou o poder de Cristo; pois se pudesse sê-lo então a carne podia gloriar-se na Sua presença; mas isto, como sabemos, nunca poderá ser. 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

A Má Consciência de Jacó

(Comentário Gênesis 32)

"E foi também Jacó o seu caminho, e encontraram-no os anjos de Deus". Apesar de tudo, a graça de Deus ainda segue Jacó. Nada pode alterar o amor de Deus. Quem Ele ama, e como ama, ama-o até ao fim. O Seu amor é como Ele Próprio, "o mesmo ontem, e hoje, e eternamente" (Hb. 13:8). Contudo, o pouco efeito que "o exército de Deus" produziu em Jacó pode ser visto pelos seus atos descritos neste capítulo. "E enviou Jacó mensageiros diante da sua face a Esaú, seu irmão, à terra de Seir, território de Edom." Jacó sente-se evidentemente inquieto a respeito de Esaú, e com razão: havia-o tratado mal, e a sua consciência não estava tranquila. Contudo em vez de confiar em Deus sem reservas, ele entrega-se outra vez aos seus próprios planos, de modo a impedir a ira de Esaú. Procura entender-se com Esaú, em vez de apoiar-se em Deus.

"E ordenou-lhes, dizendo: Assim direis a meu senhor Esaú: Assim diz Jacó, teu servo. Como peregrino morei com Labão e me detive lá até agora." Tudo isto indica uma alma muito afastada do seu centro em Deus. "Meu senhor", e "teu servo", não é a linguagem própria de um irmão ou de alguém cônscio da dignidade da presença de Deus; mas era a linguagem de Jacó, e de Jacó, também, com uma má consciência.

"E os mensageiros tornaram a Jacó, dizendo: Fomos a teu irmão Esaú; e também ele vem a encontrar-te, e quatrocentos varões com ele. Então, Jacó temeu muito e angustiou-se." Mas o que faz ele primeiramente?- Confia em Deus? Não, começa a atuar:

"... repartiu em dois bandos o povo que com ele estava, e as ovelhas, e as vacas, e os camelos. Porque dizia: Se Esaú vier a um bando, e o ferir, o outro bando escapará." O primeiro pensamento de Jacó era sempre um plano, e ele não é mais que um verdadeiro exemplo do pobre coração humano. Verdade é que depois de ter feito o seu plano ele volta-se para Deus, e pede-Lhe libertação; mas tão depressa acaba de orar, recomeça os seus planos. Bom, orar e fazer planos nunca dará resultado. Se eu fizer planos, estou confiando, mais ou menos, nos meus planos; mas quando oro, devo descansar unicamente em Deus. Por isso, as duas coisas são inteiramente incompatíveis: destroem-se virtualmente uma à outra. Quando a minha vista está ocupada com a minha própria administração das coisas não estou preparado para ver Deus atuar por mim; e nesse caso, a oração não é a expressão da minha necessidade, mas apenas o cumprimento supersticioso de alguma coisa que julgo deve ser feita, ou pode ser o pedido a Deus para santificar os meus planos. Isto nunca dará resultado. O princípio não é pedir a Deus para santificar e abençoar os meus planos, mas pedir-Lhe para o fazer Ele Próprio (1).

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(1) Sem dúvida, quando a fé deixa Deus atuar, Ele empregará os Seus meios; porém isto é uma coisa totalmente diferente de Ele aceitar e abençoar os planos e preparativos da incredulidade e impaciência. Esta distinção não é suficientemente compreendida.
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terça-feira, 2 de abril de 2013

Gênesis 32


A única descrição biográfica que Jesus deu de Si próprio foi, "Sou manso e humilde de coração" (Mt 11:29).

Gn 32:1-2 Outra prova do cuidado de Deus por Jacó. Deus envia um grupo de anjos ao encontro dele. Pode ajudar se você abrir em algumas passagens sobre anjos. Sl 34:7, Dn 6:22, Hb 1:4 e 1 Pd 1:12. Nelas vemos que os anjos não são apenas servos de Deus (Hb 1:7) mas nos servem também. Eles estão ao nosso redor hoje (Hb 13:2). A palavra "Maanaim" significa dois arraiais ou dois exércitos. Um arraial era formado por suas esposas, filhos e por ele próprio. O outro era um guarda-costas formado por anjos! Será que estamos menos protegidos? não. Mas este arraial só é visto por nós pelo olho da fé.

Gn 32:3-7 Ao invés de confiar na promessa de Deus, e nos anjos de Deus, Jacó faz seus próprios planos. Ele envia servos para dizerem a seu irmão Esaú o quão rico ele está. Mas Jacó fica mais apavorado quando escuta que Esaú está vindo com um exército de 400 homens!

Gn 32:8 Jacó divide sua família em dois grupos.

Gn 32:9-12 Quase como uma lembrança de última hora, ele ora a Deus!

Gn 32:13-23 Ele continua a armar estratagemas!

Gn 32:24-32 Um homem o encontra e luta com ele. Jacó persiste em lutar e em atracar-se ao anjo (na verdade o Senhor) até que lhe seja dada uma bênção. Sua coxa é tocada e pelo resto de sua vida ele andou mancando (vers. 31). Quando chegamos ao fim de nós mesmos e o Senhor nos toca de algum modo que nos faça sentir nossa fraqueza, então nunca mais "andamos" do mesmo modo. O nome de Jacó é mudado, e também seu caráter. O Senhor nos mudou? Ou será que continuamos a mesma pessoa obstinada, presunçosa, que costumávamos ser?

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