quinta-feira, 27 de junho de 2013

O Encontro de José com Seus Irmãos

(Comentário Gênesis 42)

Consideremos agora, por uns momentos, a entrevista de José com seus irmãos, na qual encontraremos alguns pontos de semelhança com a história de Israel nos últimos dias. Durante o tempo em que José esteve oculto da vista de seus irmãos eles tiveram que passar por profunda e aguda provação, por meio de exercícios penosos e intensos da consciência. Um destes exercícios é concebido nestes termos: "Então, disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão, pois vimos a angústia de sua alma, quando nos rogava; nós, porém, não ouvimos; por isso vem sobre nós esta angústia. E Rúben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo dizia eu, dizendo: Não pequeis contra o moço? Mas não ouvistes; e, vedes aqui, o seu sangue é requerido" (capítulo 42:21-22).

Entretanto no capítulo 44:16 lemos: "Então, disse Judá: Que diremos a meu senhor? Que falaremos? E como nos justificaremos? Achou Deus a iniquidade de teus servos". Ninguém pode ensinar como Deus. Somente Ele pode produzir na consciência a verdadeira compreensão do pecado, e levar a alma aos profundos recessos da sua própria condição na Sua presença. Isto é tudo trabalho Seu. Os homens correm na sua carreira de culpa, descuidados de tudo, até que a flecha do Todo-Poderoso fere a sua consciência, e então são levados àquelas pesquisas do coração e intensos exercícios de alma, de que só podem achar alívio nos recursos do amor redentor. Os irmãos de José não tinham ideia de tudo que havia de resultar para eles devido aos seus atos para com ele: "... tomaram-no e lançaram-no na cova...; depois assentaram-se a comer pão" (capítulo 37:24-25). Ai dos "que bebeis vinho em taças e vos ungis com o mais excelente óleo, mas não vos afligis pela quebra de José!" (Amós 6:6).

Todavia, Deus promoveu dor de coração e exercícios de consciência dum modo maravilhoso. Passaram-se anos e estes irmãos poderiam ter pensado inutilmente que tudo estava bem; mas, "então, acabaram-se os sete anos de fartura que havia... e começaram a vir os sete anos de fome!" (capítulo 41:53-54). Quem os mandou e com que fim? Providência admirável! Sabedoria inescrutável! A fome chega a Canaã, e as necessidades da fome trazem agora os irmãos culpados aos pés do ofendido José! Como é notável a manifestação da mão de Deus em tudo isto! Ali estão eles, com a seta da convicção atravessada nas suas consciências, na presença do homem a quem haviam, com "mãos ímpias", lançado na cova. Certamente, o pecado tinha-os achado; mas era na presença de José. Bendito lugar!

Gênesis 42


Aquele que criou os céus e a terra, pediu um gole d'água.

Passaram-se mais de 18 anos desde José ter sido vendido. Mas Deus tem em mente um grande propósito. Quão pouco imaginavam os irmãos que aquele de quem tinham tanto ciúmes, e a quem venderam para escravidão, seria aquele a quem teriam que suplicar por pão! Quão pouco este mundo imagina que cada joelho irá se dobrar a Jesus (Fp 2:10).

Gn 42:6 Conte o número de vezes que eles se curvaram diante de José.

Gn 42:7 Ele os conheceu (Jo 15:16).

Gn 42:8-11 É só quando os irmãos reconhecem sua iniquidade é que ele poderia revelar o grande segredo de quem ele era.

Gn 42:12-20 As dificuldades aumentam, de modo que o exercício em seus corações se torna mais profundo.

Gn 42:21 Eles não podiam esquecer o momento, anos antes, quando viram sua expressão, quando o tinham vendido como escravo (Mt 27:36). (Para o Senhor Jesus não houve piedade.)

Gn 42:22 Seu sangue será requerido (Mt 27:25).

Gn 42:25-28 Repare nas últimas nove palavras!

Gn 42:29-38 Parece que a história deve terminar aqui. Que tragédia se assim tivesse ocorrido! (1 Co 15:14,8,19).

Gn 42:36 Repare nas últimas seis palavras. Que contraste, podemos dizer! (Rm 8:28).

N. Berry. Fonte: http://www.stories.org.br/gn_p.html ou http://chaday.blogspot.com.br/

domingo, 16 de junho de 2013

A Elevação de José Sobre Toda a Terra do Egito

(Comentário Gênesis 41)

José foi tirado da cova e do cárcere, nos quais havia sido lançado por causa da inveja de seus irmãos, e do falso juízo de um gentio, para ser dominador de toda a terra do Egito; e não somente isto, mas para ser o meio de bênção, e o mantenedor da vida, para Israel e toda a terra. Tudo isto é ilustrativo de Cristo. De fato, um símbolo não podia ser mais perfeito. Vemos um homem posto, para todos os efeitos, no lugar da morte pelos homens, e então levantado pela mão de Deus e colocado em lugar de dignidade e glória. "Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; a este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, tomando-O vós, O crucificastes e matastes pelas mãos de injustos; ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela" (At 2:22-24).

Porém, há dois pontos na história de José, que, com o que já foi dito, tornam o símbolo notavelmente perfeito: refiro-me ao seu casamento com uma mulher estrangeira no capítulo 41, e a entrevista que tem com seus irmãos, em capítulo 45. A ordem dos acontecimentos é a seguinte: José apresenta-se aos seus irmãos como um que é enviado do pai; eles rejeitam-no, e, tanto quanto está neles, põem-no no lugar da morte; Deus tira-o dali, e exalta-o a uma posição da mais alta dignidade: assim exaltado, ele arranja uma noiva; e quando seus irmãos, segundo a carne, se prostram perante ele completamente humilhados, ele dá-se-lhes a conhecer, tranquiliza os seus corações e leva-os à bênção; então torna-se o meio de bênção para eles e todo o mundo


Asenate, Esposa de José: Imagem da Igreja Unida a Cristo

Desejo apenas fazer alguns comentários acerca do casamento de José e da restauração de seus irmãos. A noiva estrangeira ilustra a Igreja. Cristo apresentou-Se aos judeus, e, sendo rejeitado por eles, tomou o Seu lugar nas alturas e enviou o Espírito Santo para formar a Igreja, que é composta de judeus e gentios, para ser unida com Ele na glória celestial. A doutrina da Igreja já foi tratada quando dos nossos comentários sobre o capítulo 24 (leia: Parte 1, Parte 2, Parte 3, Parte 4), mas restam ainda dois ou três pontos a notar aqui. A esposa egípcia de José teve parte íntima com ele na sua glória. Sendo parte de si próprio, ela compartilhou de tudo que era seu. Além disso, ela ocupava um lugar de intimidade e aproximação dele somente conhecido dela. Assim é com a Igreja, a esposa do Cordeiro: ela está unida com Cristo para ser participante, ao mesmo tempo, da Sua rejeição e glória. E a posição de Cristo que dá caráter à posição da Igreja, e a sua posição deveria caracterizar sempre a sua conduta. Se somos reunidos para Cristo, é conforme Ele está exaltado em glória, e não humilhado aqui. "Assim que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora, já não o conhecemos desse modo" (2 Co 5:16). O centro de reunião da Igreja é Cristo na glória. "E eu quando for levantado da terra todos atrairei a mim" (Jo 12:32).

Existe muito mais de valor prático na compreensão deste princípio do que pode parecer à primeira vista. O intuito de Satanás, bem como a tendência de nossos corações é sempre levar-nos a ficar aquém do objetivo de Deus em todas as coisas, e sobre tudo no que diz respeito ao centro da nossa união como cristãos. É um sentimento vulgar que "o sangue do Cordeiro é a união dos santos", isto é, que é o sangue que forma o seu centro de união. Ora que é o sangue infinitamente precioso de Cristo que nos põe individualmente como adoradores na presença de Deus, é bem-aventuradamente verdadeiro. O sangue, portanto, forma a base divina da nossa comunhão com Deus. Porém tratando-se do centro da nossa união como Igreja, devemos ter em vista o fato que o Espírito Santo nos reúne para a Pessoa de um Cristo ressuscitado e glorificado; e esta grande verdade dá o caráter—caráter elevado e santo—à nossa união como cristãos. Se tomarmos outra posição, que não esta, então, formamos inevitavelmente uma seita ou ismo. Se nos reunirmos em volta de uma ordenação, por muito importante que seja, ou em torno de uma verdade, por mais indiscutível, fazemos de alguma coisa o nosso centro, que não Cristo.

Por isso é muito importante ponderar as consequências práticas que resultam da verdade de sermos reunidos para um Cristo ressuscitado e glorificado no céu. Se Cristo estivesse na terra, seríamos reunidos para Ele aqui; mas, visto que está oculto nos céus, a Igreja toma o seu caráter da posição que Ele tem ali. Por isso, Cristo podia dizer: "Não são do mundo, como eu do mundo não sou", e também, "e por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade". (Jo 17:16-19). Assim também em 1 Pedro 2:4-5: "Chegando-vos para ele, a pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo". Se somos reunidos para Cristo, temos de ser reunidos para Ele como Ele é, e onde Ele está; e quanto mais o Espírito de Deus conduzir as nossas almas à compreensão disto, tanto mais veremos o caráter da conduta que nos convém. A noiva de José foi unida a si, não na cova nem no cárcere, mas na dignidade e glória da sua posição no Egito; e, no seu caso, não podemos ter dificuldade em perceber a grande diferença entre as duas posições.

Além disso, lemos, "e nasceram a José dois filhos (antes que viesse o ano da fome)" (capítulo 41:50). Aproximava-se uma época de tribulações; mas antes disso veio o fruto da sua união. Os filhos que Deus lhe deu foram chamados à existência antes deste tempo de provação. Assim será com respeito à Igreja. Todos os seus membros serão chamados, o corpo será acabado e ligado à Cabeça no céu, antes da "grande tribulação" que há-de vir sobre toda a terra.

Gênesis 41

Leia em http://www.bibliaonline.com.br/acf/gn/41

Em Sua morte, o Senhor Jesus, como Filho do Homem, glorificou a DEUS... durante toda a Sua vida Ele glorificou a Seu PAI.

Gn 41:33 O homem a ser escolhido precisava ser prudente e sábio (Hb 7:26).

Gn 41:38-39 Faraó liga a vida de José a Deus. "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8:31).

Gn 41:41 Exaltado sobre toda a terra do Egito! (Fp 2:9).

Gn 41:45 José recebeu um novo nome (Fp 2:9) e uma esposa gentia (Ef 5:25-27 e At 15:14).

Gn 41:47 Anos de abundância. O mundo está passando por seus anos de abundância - a fome vem depois. Mas José armazenou para o futuro.

Gn 41:53-57 Chega a fome. Faraó diz, "Ide a José" (Jo 14:6). O humilhado José se torna o exaltado José! Da cova para o palácio! O humilhado Jesus se torna o Centro da glória (Fp 2:5-11).

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Um em Cristo (Parte 1)

(Comentário Romanos 15)

O apóstolo diz: "Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos". (Rm 15.1) Por isso, quão ternos devemos ser neste tempo em que todos estão igualmente fracos e débeis. "Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação." (Rm 15.2) Não é algo verdadeiramente belo? Onde é que podemos encontrar isto perfeitamente exemplificado? Oh, há Um, sim, Um só que é perfeito. "Porque também Cristo não agradou a Si mesmo." Ele não procurou justificar-Se a Si mesmo; "mas, como está escrito: Sobre Mim caíram as injúrias dos que Te injuriavam". (Rm 15.3) Seu olhar estava sempre dirigido para o alto, dirigido para o Pai; Ele era a expressão, a revelação do Pai, Deus manifestado. E todas as injúrias que recebeu, sentia serem dirigidas contra Seu Pai. Ele não respondeu; não agradou-Se a Si mesmo, mas Seu inefável prazer estava em suportar tudo, e fazer a vontade dAquele que O enviou.

"Ora o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus. Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo." (Rm 15.5,6) Que oração esta! Quão necessária em todas as épocas, mas mais especialmente nestes últimos dias de tanta discórdia. Aqui está o modelo perfeito: "segundo Cristo Jesus". Ele nos recebeu na glória de Deus, sim, como objetos de misericórdia em conformidade com as riquezas da Sua graça. Quando recebermos uns aos outros, não nos esqueçamos de como Ele nos recebeu. As passagens são, então, apresentadas para demonstrar como a graça abundou para com os gentios. Isso mostrava aos judeus que não era para eles rejeitarem os gentios. Deve também ser observado que estas passagens terão seu pleno cumprimento no reino milenial. "Uma raiz em Jessé haverá, e naquele que se levantar para reger os gentios, os gentios esperarão." (Rm 15.12)

Segue-se, então, outra oração: "Ora o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo". (Rm 15.13) Com que clareza a condição da alma é conectada com a vinda do Senhor, mesmo não sendo este o tema da epístola! Possamos nós conhecer nosso Pai como o Deus de paciência e o Deus de esperança.

Devemos notar, no versículo 14, que não há ali nenhum pensamento acerca de um primeiro bispo de Roma. "Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outros." (Rm 15.14) Não é notável que, em toda esta carta inspirada que é endereçada aos santos em Roma, não exista uma única sentença que pudesse reconhecer ou fazer referência, ainda que levemente a um suposto bispo de Roma? Os irmãos estavam capacitados a admoestar uns aos outros; e cada um era responsável, em conformidade com a medida de graça conferida a cada um, como vimos no capítulo 12. O primeiro bispo de Roma e seus sucessores são pura invenção de uma época posterior à epístola.

Se Pedro, ou qualquer outro irmão, tivesse sido O BISPO de Roma, Paulo o teria reconhecido como tal. Ao contrário, Paulo declara seu próprio apostolado como ministro dos gentios (versículos 15-20). Para Paulo era tudo resultado do livre favor de Deus, "pela graça que por Deus me foi dada; que seja ministro de Jesus Cristo entre os gentios". (Rm 15.15,16) E o resultado de todo esse bendito favor, Paulo podia oferecer a Deus como oferta "santificada pelo Espírito Santo". (Rm 15.16) E então, sendo tudo resultado do livre favor de Deus, ele podia se gloriar. "De sorte que tenho glória em Jesus Cristo nas coisas que pertencem a Deus." (Rm 15.17) Todo jovem crente fará bem em ponderar nestes preciosos princípios divinos de serviço -- de como os gentios tornaram-se obedientes ao evangelho. Foi por meio de poderosos sinais e maravilhas; não por sabedoria ou eloquência humana, mas pelo poder do Espírito de Deus. E que missão aquela aos gentios!

domingo, 9 de junho de 2013

Romanos 15


A justificação é obra de Cristo; a santificação é obra do Espírito Santo.

Rm 15:1-7 Paulo havia aprendido que a obediência não é para agradar a si mesmo. Esta é uma das coisas mais importantes para se entender. Paulo coloca o Homem perfeito diante de nós como um exemplo. Apenas um crente em Cristo tem o poder para viver a vida cristã em conformidade com a Bíblia. Lembre-se de que Paulo não estava apenas dizendo a eles como deveriam agir, mas estava lhes mostrando.

Rm 15:8-13 Os crentes que tinham sido Judeus podiam pensar que sabiam mais do que os crentes que tinham sido Gentios. E os crentes Gentios podiam estar pensando que os crentes Judeus estavam presos a uma porção de tradições, as quais vinham dos dias do Antigo Testamento. Paulo leva ambos a olharem para Cristo.

Rm 15:13 Que belas palavras para unir todos os crentes em um só desejo de agradar somente a Deus.

Rm 15:17-21 Paulo relembra seu trabalho missionário e não quer o crédito pelo trabalho missionário de outros. Mas aponta para a obra de Cristo feita por intermédio de si.

Rm 15:22-32 Paulo traça seus planos futuros. Este capítulo tem vários pontos muito belos. Aqui estão alguns deles. Deus é o Deus de paciência (vers. 5), o Deus de consolação (encorajamento, vers. 5), o Deus de paz (vers. 33). Então temos a glória de Deus, a verdade de Deus, o evangelho de Deus, o Espírito de Deus, e a vontade de Deus. Veja se você pode encontrar as cinco coisas. Se tiver tempo, procure por (A) referências ao Espírito Santo, (B) referências à esperança, (C) referências a Cristo, (D) referências a muitas coisas com as quais podemos ser preenchidos. Como membros do um só corpo, repare que devemos (1) auxiliar, (2) agradar, (3) receber, (4) admoestar (avisar outros), (5) ministrar (servir), e (6) orar uns pelos outros.

terça-feira, 4 de junho de 2013

A Mesa do Senhor (Parte 2 - Final)

Outras Características

Acredito que se acrescentarmos mais algumas características da mesa do Senhor, isto servirá para guardá-lo do erro: 
  1. A mesa deve estar estabelecida sobre uma base fora de todos os sistemas denominacionais, caso contrário, como já vimos, ela não estará abrangendo todos os membros do corpo de Cristo. 
  2. Os santos deverão estar reunidos em torno da mesa no primeiro dia da semana, pois assim lemos: "E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão" (Atos 20.7), o que é uma prova inquestionável de que era este o costume dos primeiros cristãos. Veja também em João 20 como nosso bendito Senhor, em duas ocasiões após Sua ressurreição, escolheu o primeiro dia da semana para Se apresentar no meio de Seus discípulos reunidos (versículos 19 e 26), consagrando, por assim dizer, esse dia para a assembléia proclamar Sua morte. 
  3. O propósito da reunião deve ser o partir do pão. Chamo sua atenção para este ponto, pois em muitos lugares existem mesas postas semanalmente, mas que encontram-se subordinadas a outras atividades tais como pregação, etc.
  4. Tudo aquilo que estiver em conexão com a mesa - adoração, ministério e disciplina - deve estar de acordo com a Palavra de Deus e em completa sujeição a ela. Se houver qualquer indício de regras humanas, sejam quais forem os motivos pelos quais tenham sido adotadas, o caráter da mesa estará arruinado. Pois a mesa é do Senhor e, portanto, somente a Sua autoridade deve ser reconhecida pelos Seus santos reunidos.
A Triste Indiferença

Devo acrescentar algo mais? Sim, pois há um ou dois perigos que gostaria de assinalar. O primeiro é a indiferença. Há alguns dias perguntei a uma cristã se ela estava na mesa do Senhor. Entendendo a que me referia, ela respondeu: "Não desejo preocupar-me com tais assuntos, pois para mim é suficiente saber que Cristo é meu Salvador". Poderia algo ser mais triste? Como se não fosse tão importante conhecer a vontade do Senhor! Pois você pode ter certeza de que se Ele tem indicado a Sua vontade sobre este assunto, deveria ser um gozo para nós podermos averiguá-lo e sermos encontrados a andar em obediência também nisto. Outra pessoa me respondeu de um modo diferente: "Não cabe a mim julgar aqueles com os quais me reúno, e quero ter comunhão com todos eles". "Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas" (Apocalipse 2.7 - Leia os capítulos 2 e 3 de Apocalipse). Somos chamados a julgar a maneira de agir daqueles com os quais mantemos comunhão - e até mesmo das "igrejas" - medindo tudo pela Palavra e rejeitando aquilo que ela não nos ordene fazer, ou que seja condenado por ela. A indiferença é o espírito de Laodicéia e a resposta do Senhor a isso é: "Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca" (Apocalipse 3.16). 

Laços Sentimentais

Outro perigo é o da associação. Veja, por exemplo, quantos recém convertidos são atraídos àquilo que é contrário aos pensamentos do Senhor devido a vínculos de amizade, parentesco ou religião! Acabam sendo guiados pelas opiniões de seus amigos ao invés de o serem pela Palavra de Deus. Também é comum encontrarmos aqueles que, por terem se convertido ao Senhor ou recebido uma bênção em determinado lugar, desejam permanecer onde a bênção foi recebida. Mas, qualquer que seja o caso, a pergunta que sempre deveria ser feita é: "Senhor, que queres que faça?" (Atos 9.6). Caso contrário, mesmo que o crente tenha o mais sincero desejo de fazer o que o Senhor ordenou, lembrando-O em Sua morte, estará fazendo de uma maneira que realmente desagrada ao Senhor.

Ao chamar a sua atenção para estes perigos, quero lembrá-lo de que é muito melhor esperar do que participar da ceia do Senhor em desobediência. Portanto, antes de buscar o seu lugar à mesa do Senhor recorra às Escrituras, pedindo a direção do Senhor; e "se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz" (Mateus 6.22). Deixarei o assunto da ceia para a próxima carta.

Gênesis 40


Através da morte de Cristo recebemos um poder que nos capacita a resistir a Satanás e seus enganos.

As mais terríveis circunstâncias não fizeram com que José se comprometesse. Estes dias negros apenas precedem a aurora. Portanto não desistamos tampouco, o Senhor Jesus logo vem. José não sabia que aqueles eventos iriam ser os próprios meios de levá-lo à presença do grande rei Faraó. Os dois destinos, do copeiro e do padeiro, são similares aos dois ladrões que estavam pendurados em ambos os lados do Salvador. Um pereceu, e o outro foi para o paraíso com Cristo. Repare quão fácil foi para José dizer o significado dos sonhos. Por que? Porque Deus era tão real ao Seu servo sofredor (Jo 15:15).

Gn 40:14 Que pedido simples. Quão fácil de cumpri-lo. O Senhor Jesus nos fez um pedido (Lc 22:19).

Gn 40:23 Seria possível? Com que freqüência, no transcorrer da semana, nossos pensamentos estão associados a Cristo e a tudo o que Ele sofreu na cruz por nós? José esperou dois anos!

sábado, 1 de junho de 2013

Deus Sempre Cumpre Seus Desígnios

(Comentário Gênesis 39, 40, 41)

Lendo atentamente estas porções interessantes de inspiração percebemos uma cadeia notável de atos providenciais, convergindo todos para um ponto, a saber, a exaltação do homem que havia estado na cova, e ao mesmo tempo trazendo à luz, gradualmente, um número de objetos secundários. "Os pensamentos de muitos corações" estavam para ser "revelados"; mas José estava para ser exaltado. "Chamou a fome sobre a terra; fez mirrar toda a planta do pão. Mandou adiante deles um varão, que foi vendido por escravo: José, cujos pés apertaram com grilhões e a quem puseram em ferros, até ao tempo em que chegou a sua palavra: a palavra do SENHOR O provou. Mandou o rei, e o fez soltar; o dominador dos povos o soltou. Fê-lo Senhor de sua casa, e governador de toda a sua fazenda para, a seu gosto, sujeitar os seus príncipes e instruir os seus anciãos" (Sl 105:16-22).


É bom ver que o fim era exaltar aquele que os homens haviam rejeitado; e então produzir nesses mesmos homens a mágoa do seu pecado na rejeição. E como tudo isto é admiravelmente conseguido! Circunstâncias triviais e importantes, prováveis e improváveis, são usadas no desenrolar dos propósitos de Deus. No capítulo 39 Satanás emprega a mulher de Potifar, e no capítulo 40 serve-se do copeiro-mor do Faraó. Aquela foi usada para meter José no cárcere; e este para o conservar lá, por causa do seu esquecimento ingrato; mas foi tudo em vão. Deus estava atrás dos bastidores dirigindo com a Sua mão as molas do encadeamento das circunstâncias, e a seu tempo tirou dali o homem do Seu desígnio e encaminhou os seus pés para um lugar espaçoso. Ora isto é sempre prerrogativa de Deus. Ele está acima de tudo e pode usar tudo para cumprimento dos Seus inescrutáveis desígnios. É agradável podermos seguir assim a mão do nosso Pai em todas as coisas. Agradável saber que toda a sorte de agentes está ao Seu soberano dispor: anjos, homens, e demônios — todos estão debaixo da Sua mão onipotente, e todos são criados para cumprir os Seus propósitos.

Neste capítulo tudo isto se nos apresenta de um modo notável. Deus visita o lar de um capitão gentio, o palácio de um rei pagão, sim, e o seu quarto, e faz com que as próprias visões que ele tem em seu leito contribuam para o cumprimento dos Seus desígnios. Nem tão-pouco são só indivíduos e as suas  circunstâncias que são usados para o progresso dos propósitos de Deus; mas o próprio Egito e todos os países circunvizinhos são postos em cena; em suma, toda a terra foi preparada pela mão de Deus para ser o teatro no qual pudesse ser mostrada a glória e grandeza de um que "fora separado de seus irmãos". Tais são os caminhos de Deus; e é um dos mais felizes e altos privilégios de exercício da alma de um santo seguir assim os atos admiráveis de seu Pai Celestial. Como a providência de Deus é forçosamente trazida à luz nesta história profundamente interessante de José! Olhai, por um momento, para o cárcere do capitão da guarda. Vede ali um homem "em ferros", acusado de um crime abominável — proscrito e escória da sociedade; e todavia vede-o, quase num momento, elevado à mais alta distinção; e quem poderá negar que Deus está em tudo isto?

C. H. Mackintosh. Fonte: http://www.scribd.com/doc/105168410/Notas-Sobre-o-Pentateuco-Genesis-C-H-Mackintosh

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