quinta-feira, 27 de junho de 2013

O Encontro de José com Seus Irmãos

(Comentário Gênesis 42)

Consideremos agora, por uns momentos, a entrevista de José com seus irmãos, na qual encontraremos alguns pontos de semelhança com a história de Israel nos últimos dias. Durante o tempo em que José esteve oculto da vista de seus irmãos eles tiveram que passar por profunda e aguda provação, por meio de exercícios penosos e intensos da consciência. Um destes exercícios é concebido nestes termos: "Então, disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão, pois vimos a angústia de sua alma, quando nos rogava; nós, porém, não ouvimos; por isso vem sobre nós esta angústia. E Rúben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo dizia eu, dizendo: Não pequeis contra o moço? Mas não ouvistes; e, vedes aqui, o seu sangue é requerido" (capítulo 42:21-22).

Entretanto no capítulo 44:16 lemos: "Então, disse Judá: Que diremos a meu senhor? Que falaremos? E como nos justificaremos? Achou Deus a iniquidade de teus servos". Ninguém pode ensinar como Deus. Somente Ele pode produzir na consciência a verdadeira compreensão do pecado, e levar a alma aos profundos recessos da sua própria condição na Sua presença. Isto é tudo trabalho Seu. Os homens correm na sua carreira de culpa, descuidados de tudo, até que a flecha do Todo-Poderoso fere a sua consciência, e então são levados àquelas pesquisas do coração e intensos exercícios de alma, de que só podem achar alívio nos recursos do amor redentor. Os irmãos de José não tinham ideia de tudo que havia de resultar para eles devido aos seus atos para com ele: "... tomaram-no e lançaram-no na cova...; depois assentaram-se a comer pão" (capítulo 37:24-25). Ai dos "que bebeis vinho em taças e vos ungis com o mais excelente óleo, mas não vos afligis pela quebra de José!" (Amós 6:6).

Todavia, Deus promoveu dor de coração e exercícios de consciência dum modo maravilhoso. Passaram-se anos e estes irmãos poderiam ter pensado inutilmente que tudo estava bem; mas, "então, acabaram-se os sete anos de fartura que havia... e começaram a vir os sete anos de fome!" (capítulo 41:53-54). Quem os mandou e com que fim? Providência admirável! Sabedoria inescrutável! A fome chega a Canaã, e as necessidades da fome trazem agora os irmãos culpados aos pés do ofendido José! Como é notável a manifestação da mão de Deus em tudo isto! Ali estão eles, com a seta da convicção atravessada nas suas consciências, na presença do homem a quem haviam, com "mãos ímpias", lançado na cova. Certamente, o pecado tinha-os achado; mas era na presença de José. Bendito lugar!

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