domingo, 12 de julho de 2015

Fim dos Templos

(Leitura: Lucas 22:8-9)
Vídeo: https://youtu.be/-4Y9N6Y571k

Fazemos muitas coisas sem perguntarmos a Deus, e por isso existe tanta confusão no testemunho cristão. É o caso dos templos e santuários que cristãos bem intencionados constroem como se fossem lugares físicos de adoração. Mas será que Deus ordenou que os cristãos construíssem templos ou adotassem o modelo judaico de adoração?

É certo que Deus deu a Israel instruções precisas sobre o local onde queria ser adorado. Não era para eles imitarem os pagãos, que adoravam a seus deuses onde e como bem entendessem, mas os israelitas deviam buscar “o local que o Senhor, o seu Deus, escolhesse dentre todas as tribos para ali pôr o seu nome para sua habitação.” (Dt 12:5). Não haveria outro nome e não haveria outro lugar onde Deus pudesse ser adorado. Deus ainda os alertou: “Tenham o cuidado de não sacrificar os seus holocaustos em qualquer lugar que lhes agrade. Ofereçam-nos somente no local que o Senhor escolher. (Dt 12:13-14). Esse lugar seria o Templo construído em Jerusalém por direção divina. Somente ali o povo deveria adorar.

Quando Jesus esteve aqui revelou uma mudança radical que estava para acontecer. Diante da afirmação da mulher samaritana de que os “judeus dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar”, ele declarou: “Está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém... está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade... Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”. (Jo 4:20-23). Mais tarde Deus permitiria a destruição total do Templo de Jerusalém, pondo um fim ao modelo judaico de adoração, e a epístola aos Hebreus comprova isso.

Hoje não temos um templo onde adorar e nem estamos separados da presença de Deus por um véu como os judeus estavam. “Temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo.” (Hb 10:19-20). Embora não exista um lugar físico de adoração, o princípio de que é o nome do Senhor que valida o lugar permanece. “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” (Mt 18:20). A ordem para hoje é clara: “Saiamos até ele [Jesus], fora do acampamento” (Hb 13:13), ou sistema judaico. Mas aonde ir? Perguntando ao Senhor, como os discípulos fizeram: “Onde queres que a preparemos?” (Lc 22:9).

M. Persona. Fonte: http://www.3minutos.net/2015/03/614-fim-dos-templos.html

segunda-feira, 6 de julho de 2015

O Plano de Salvação - O Perdão (Parte 2)

A Culpabilidade dos Povos Idólatras



Para convencer um homem de pecado pode ser ne­cessário um tempo bastante longo. Por isso, o apóstolo começa descrevendo o triste estado dos povos idólatras e depravados (Rm 1:18-32).

A Palavra de Deus os declara culpáveis e indescul­páveis, porque não corresponderam como deviam ao conhecimento do Deus supremo, revelado inicialmente a todos os povos. Não glorificaram a seu Criador e nem Lhe deram graças pela Sua bondade. O que é pior ainda, praticaram a idolatria, honrando e servindo a criatura em lugar dAquele que a criou. Como consequência, ca­íram numa espantosa degradação moral, arruinando a sua alma e corpo. O apóstolo não se preocupa em es­tabelecer sua culpabilidade, antes limita-se a enumerar suas características depravadas. Isso é suficiente para compreender por que a ira de Deus se revela contra eles.


A Culpabilidade dos Homens Cultos



Depois de ter apresentado o caso dos povos que pare­ciam ser mais distantes de Deus, a epístola aos Romanos interessa-se pelos homens que, então, constituíam o grupo mais seleto, todos aqueles que se sentiam em condições de julgar aos outros (Rm 2:1-16). Podiam ser tanto mo­ralistas como gregos versados em filosofia. O apóstolo os interpela nestes termos: "... és indesculpável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas". Eles são declarados "in­desculpáveis", pois sob a bela aparência do ensino moral e do pensamento filosófico, ocultavam-se os quais impuros costumes. Contudo, é necessária uma argumentação bem construída para levá-los à convicção do pecado. Os três fatos em que é apoiada a demonstração do apóstolo tornam impossível qualquer escapatória do juízo de Deus.

Em primeiro lugar, este juízo é "segundo a verdade" (v. 2). Estes homens que condenam aos outros e se consi­deram superiores não enganam a Deus. O juízo divino é segundo a exata verdade. Deus não se apoia na aparência, mas considera o verdadeiro estado moral de cada um e conhece os pensamentos secretos dos homens.


Em segundo lugar, este juízo é "justo" (v. 5): pre­valecerá uma justiça absoluta e inflexível. Não serão julgadas somente as faltas manifestas, mas também o espírito argumentador desses homens e sua rejeição em se submeter à vontade de Deus.


Por último, este juízo é imparcial, porque "para com Deus não há acepção de pessoas" (v. 11). Ele terá em conta a responsabilidade de cada um. Alguns não tiveram mais que a voz de sua consciência para refreá-los, enquanto outros tiveram a seu dispor um vasto conhecimento da lei divina.

Todas estas declarações são suficientes para fechar a boca dos homens mais civilizados e convencê-los de que são culpáveis perante Deus.


A Culpabilidade dos Judeus



A terceira e última categoria de pessoas é claramente designada como sendo a dos judeus (Rm 2:17 a 3:20). Possuíam uma cultura não somente derivada de uma longa história, mas também de origem divina.

Se os homens mais instruídos se permitiam criticar os povos idólatras e apesar disso praticavam os mesmos pecados, os judeus religiosos iam mais longe ainda. Vangloriavam-se de possuir a lei de Deus, ensinavam-na aos outros com um espírito de superioridade, mas absolutamente não a praticavam, de maneira que o nome de Deus era blasfemado por causa deles. Para demonstrar a culpabilidade dos judeus, o apóstolo apoia-se em seus próprios escritos. As referências do Antigo Testamento que apresentam a profunda maldade da natureza humana lhes são aplicadas, porque "tudo o que a lei diz aos que vivem na lei o diz" (3:19), a saber, os judeus.

Estas acusações decisivas da lei não tinham em vista as outras nações, civilizadas ou não, mas certamente os judeus imbuídos de si mesmos, a fim de que as suas bocas fossem igualmente caladas e, assim, todo o mundo se mostrasse culpável perante Deus.


A Culpabilidade do Homem Moderno



Depois de ter visto como o apóstolo considera todos os homens do passado, devemos salientar que a culpabi­lidade do homem moderno está vinculada aos três casos considerados.

Em certos aspectos, por causa de sua decadência moral, o homem moderno se inclui no acampamento dos povos idólatras. Por sua vez, as características morais destes povos se parecem muito com a descrição proféti­ca dos homens dos últimos dias (vide 2 Tm 3:1-5). Por sua brilhante civilização científica, o homem de hoje em dia nos faz pensar igualmente nos gregos que eram os intelectuais da época. Finalmente, o homem moderno assemelha-se também aos judeus por sua cultura judaico- cristã. Orgulha-se de um passado religioso dos mais ricos, mas tem perdido a força da piedade e, em seu conjunto, tais pessoas têm renegado praticamente a fé cristã. 
 
(continua... )
Tradução e adaptação: http://boasemente.com.br

domingo, 5 de julho de 2015

Onde e como adorar?

(Leitura: Lucas 22:8-9)
Vídeo: https://youtu.be/qdF4SdhZuxY

Vimos a importância do que Pedro e João fizeram, ao perguntarem ao Senhor onde deveriam preparar a Páscoa. Naquela noite a Páscoa seria celebrada em milhares de lugares, mas Jesus estaria apenas no lugar indicado por ele. Se Pedro e João não tivessem perguntado e decidissem por si mesmos aonde ir, teriam celebrado a Páscoa sem desfrutar da presença do Senhor. Por isso também hoje devemos sempre perguntar ao Senhor onde e como adorá-lo, ou verificar na sua Palavra se estamos fazendo isso da forma correta.

Por exemplo, pergunte a ele se é correto estabelecer diferentes igrejas criando grupos independentes e com diferentes identidades, e a resposta será: “Concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês, e, sim, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer.” (1 Co 1:10). E o Espírito seguirá mostrando que os que criam divisões e partidos entre os irmãos fazem isso “porque ainda são carnais... agindo como mundanos” (1 Co 3:3).


Se já é pecado dividir os irmãos, o que Deus dirá de dar diferentes nomes a essas divisões? O Senhor deixou claro que existe um único nome ao qual os salvos devem congregar para tê-lo em seu meio: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” (Mt 18:20). E Paulo avisa que quando “estiverem reunidos em nome de nosso Senhor Jesus... estando presente também o poder de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 5:4), suas decisões serão endossadas no céu. Jesus garantiu isso, ao dizer: “Tudo o que vocês ligarem na terra será ligado no céu, e tudo o que vocês desligarem na terra será desligado no céu.” (Mt 18:18).

Apesar de vivermos cercados de “Igreja Isso” e “Igreja Aquilo”, o Espírito Santo diz o que pensa dessa colcha de retalhos criada pelos homens: “Há divisões entre vocês... cada um de vocês afirma: ‘Eu sou de Paulo’; ‘eu de Apolo’; ‘eu de Pedro’; e ‘eu de Cristo’. Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vocês? Foram vocês batizados em nome de Paulo?” (1 Co 1:11-13). “Pois quando alguém diz: "Eu sou de Paulo", e outro: "Eu sou de Apolo", não estão sendo mundanos?” (1 Co 3:4). Nenhuma distinção deveria existir entre os cristãos, pois em Cristo “já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos.” (Cl 3:11).

M. Persona. Fonte: http://www.3minutos.net/2015/03/613-onde-e-como-adorar.html

domingo, 28 de junho de 2015

O Plano de Salvação - O Perdão (Parte 1)

Que felicidade ser perdoado! Um filho o experimenta desde muito jovem quando a sua consciência desperta. Do mesmo modo, a necessidade do perdão de Deus, como resultado do sentimento de culpabilidade perante Ele, é frequentemente o primeiro sinal de que o Espírito começou a operar na vida de alguém.

Esperamos que o leitor já possua a certeza deste perdão pela fé no Senhor Jesus Cristo. O que se segue foi escrito para dar-lhe segurança a esse respeito e depois fazê-lo alegrar-se plenamente no fato de poder contar com tal perdão, o qual é uma bênção do Evangelho.

Todos Culpáveis Perante Deus


Em primeiro lugar, escutemos o que a epístola aos Romanos diz a respeito do perdão dos pecados, pois nesta epístola estão expostos os princípios fundamentais do Evangelho.

Depois de haver declarado, desde a introdução, que o Evangelho "é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1:16), o apóstolo Paulo começa a sua exposição doutrinária falando da "ira de Deus" e da culpabilidade do homem.

Infelizmente, são numerosos aqueles que não querem reconhecer esta culpabilidade pessoal. Procuram destruir os fundamentos sobre os quais repousa sua responsabilidade perante Deus. Por um lado, alegam que há no homem uma suposta bondade natural, a qual conduziria a humanidade a um contínuo progresso moral e, por outro, rejeitam todas as normas recebidas com respeito ao bem e ao mal.

Para esses contendedores, o bem e o mal seriam completamente relativos, já que têm sido determinados no passado pelas pessoas mais influentes e em nossos dias pelas pesquisas de opinião. Segundo eles, o pensamento humano seria o único árbitro nestas questões. Por isso, a única culpabilidade que reconhecer é a inobservância dos usos e das leis vigentes num país numa época determinada ou, dito de outra maneira, uma culpabilidade ante seus semelhantes e ante a sociedade em geral. Esta maneira de ver descuida de um ponto capital: o homem não é totalmente independente e deverá render contas a seu Criador. Por isso, a ira de Deus se manifesta contra toda a impiedade - o fato de se viver sem Deus - e contra toda injustiça - o fato de se fazer o que Deus desaprova (Rm 1:18). A sua Palavra afirma que todos somos culpáveis perante Ele, mesmo que esta culpabilidade varie de um para outro.

A epístola aos Romanos apresenta o tema dividindo a humanidade em três categorias: em primeiro lugar estão os povos idólatras, depois os homens cultos e por último os judeus.

(continua... )

Tradução e adaptação: http://boasemente.com.br

domingo, 3 de maio de 2015

Não é necessário crescer na graça até que sejamos salvos; i.e., até que estejamos preparados para o céu?

A resposta será simplificada se lembrarmos que em vista da salvação da nossa alma apoiar-se inteiramente nos méritos da obra de Cristo na cruz a nosso favor, não pode haver progresso na segurança do crente, nenhum progresso na libertação da ira vindoura, uma vez que não existe progresso numa obra já consumada.

"Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens" (Tt 2.11); "Eis aqui agora o dia da salvação" (2 Co 6.2); "Hoje veio a salvação a esta casa" (Lc 19.9); "Que nos salvou" (2 Tm 1.9); "Porque pela graça sois salvos" (Ef 2.8).

Deve ser notado, porém, que existe além deste, um outro aspecto da salvação, embora não seja o tema tratado por nós aqui: a salvação futura do corpo na vinda do Senhor (Fp 3.21), e a proteção diária dos que são reconciliados com Deus (Rm 5.10).

Deus havia declarado em tempos idos:
NÃO SUBIRÁS POR DEGRAUS AO MEU ALTAR.

"Não o farás de pedras lavradas; se sobre ele levantares o teu buril, profana-lo-ás. Não subirás também por degraus ao meu altar" (Ex 20.25, 26). Tome nota! Nenhuma obra artesanal, nenhum progresso na obra dos pés, é o que aprendemos aqui. Em linguagem figurada, o significado é este, "Estai quietos, e vede o livramento do Senhor". Como um altar desse tipo era conveniente para um ladrão agonizante! O que poderia ele ter feito caso houvesse necessidade de qualquer atividade das mãos e dos pés? Só podia olhar para Cristo, e isso era tudo. Seu pecado levou-o à presença do Cordeiro de Deus sobre o altar. A Luz da Vida despertou a sua consciência; o amor atraiu seu coração; sem necessidade de aguardar o progresso de um dia sequer, ele foi preparado para o paraíso naquele mesmo momento. E, mais ainda, com base na maior Autoridade, ele sabia disso.

Podemos então perguntar: Não existe algo como o progresso ou crescimento cristão? Graças a Deus há, mas (e repetimos com nova ênfase) nenhum progresso em nosso preparo para o céu, nem nosso livramento do juízo vindouro. Que "nos livra da ira futura" (1 Ts 1.10). "Que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz. Que nos tirou da potestade das trevas" (Cl 1.12,13).

Vejamos uma ilustração. Um homem que não sabia nadar caiu num rio profundo. Um senhor, desconhecido do indivíduo que se afogava, se apressa ao longo da margem até onde ele se acha lutando e afundando. Tirando o casado e o chapéu, ele corajosamente mergulha para salvá-lo. Sua coragem é recompensada. O homem é salvo. Algumas palavras de agradecimento sincero são trocadas de um lado e cumprimentos alegres do outro. O salvador e o salvo se despedem então, seguindo cada um o seu caminho.

Uma terceira pessoa que testemunhara o incidente seguiu o homem salvo e lhe disse: Você sabe quem foi que lhe salvou a vida?

"Ele me disse o seu nome", replicou este, "mas gostaria de conhecê-lo melhor".

"Você quer que vá visitá-lo um dia desses e lhe fale sobre ele? É uma excelente pessoa."

"Quero sim. Venha e passe comigo algum tempo esta noite."

O convite foi aceito e repetido para cada noite daquele mês. O tema da conversa foi sempre a pessoa que o salvara de morrer afogado. No fim desse período, aquele homem não estaria conhecendo muito melhor o seu bondoso salvador, do que o conhecia no primeiro dia? Claro que sim. Mas, teria havido algum progresso na salvação propriamente dita? Não. Todavia, houve crescimento. Ele cresceu no conhecimento de seu salvador.

Vamos aplicar agora nosso exemplo. O Filho bendito de Deus viu, em sua presciência, que se não interferisse a nosso favor, nos afogaríamos para sempre nas profundezas do juízo de Deus sobre o pecado. Não havia outro olhar misericordioso, nenhum outro braço que pudesse salvar. Mas "o amor levou-o a morrer", e na plenitude do tempo Ele veio:

Desde os céus Ele veio, alta glória
Ao Calvário morrer, linda história.

Ele empreendeu a obra da nossa salvação. Foi batizado nas águas escuras da morte. As enchentes do juízo levantaram a sua voz. As ondas da ira rolaram com força esmagadora sobre Ele; de modo que para Ele e seu povo protegido nada resta a sofrer. A justiça foi satisfeita: Deus recebeu glória nesse sacrifício de expiação de pecados. Através dessa obra consumada, todo culpado que nEle confia, ficou tão livre da condenação quanto Aquele que a suportou em seu lugar. Ele está "livre da ira futura". Foi feito filho de Deus mediante a fé em Cristo Jesus (Gl 3..26), e por ser filho, Deus lhe envia o Espírito de seu Filho ao seu coração, clamando Abba, Pai (G1 4.6). Note que não recebemos o Espírito para tornar-nos filhos, mas porque somos filhos. Nossos corpos se tornam então o templo do Espírito Santo. (Veja 1 Co 6.19.) Ele habita em nós e nos sela para o "dia da redenção", i.e., a "redenção de nosso corpo". (Compare Ef 4.30 com Rm 8.23.)

Não se trata de um simples visitante, que aparece ocasionalmente como o homem na ilustração; Ele permanece; fica para sempre", foi a promessa fiel (Jo 14.16). E qual o seu grande tema como habitante permanente? Cristo. "Ele testificará de mim" (Jo 15.26). "Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar" (Jo 16.14).

No ano de 1888 um idoso cristão morreu em Lincolnshire. Ele fora convertido em 1813 e servira como pregador local durante 50 anos. Andara a serviço do Mestre cerca de 24.000km, cálculo feito por baixo. Todavia, não possuía maior mérito para a salvação, depois de todos esses anos de serviço, do que no dia em que deu o primeiro passo nela. Não há dúvida que durante 75 anos ele atravessara com segurança muitas dificuldades, fora salvo de muitas armadilhas, ajudado em inúmeras situações complexas; aprendera também bastante a respeito de si mesmo e de seu Mestre, cujo conhecimento não tinha no princípio. Mas só o sangue era o seu direito ao céu no início e também só ele tinha valor no fim. Seu crescimento na graça durante todos aqueles longos anos dependeria da medida em que andara na companhia do Espírito. Todavia, a não ser que pudesse haver qualquer acréscimo ao valor do sangue precioso, seu título para a glória não tinha condições de crescer. Impossível. Se o homem salvo em nosso exemplo tivesse mantido o visitante ocupado todo o tempo, ou a maior parte dele, em corrigir seu procedimento errado, teria havido pouco desenvolvimento no que se refere a conhecer melhor a pessoa que salvara. Não é isso que acontece com muitos de nós?

Nosso comportamento é tal que entristecemos o Espírito Santo, pois Ele tem de ocupar-se mais em corrigir nossas más tendências do que em exercer sua missão agradável de desvendar as glórias de Cristo. É por isso que não crescemos. Embora o salvo deva crescer, o crescimento na graça não representa salvação do juízo devido aos nossos pecados.

Devemos notar que o apóstolo Pedro não só nos exorta "aperfeiçoar-nos", mas também nos ensina como conseguir isso "Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo" (1 Pe 2.2). E se alguém perguntar, "Como crescemos, alimentando-nos da Palavra?" É porque as Escrituras falam de Cristo. "As Escrituras ... de mim testificam" (Jo 5.39).

Assim sendo:
  • O Espírito dá testemunho de Cristo.
  • As Escrituras testificam de Cristo.

Ambos trazem Cristo à nossa presença, ou seja, o Espírito usa a Palavra para isso, fazendo que cresçamos no conhecimento pessoal de Cristo. Repetimos, no entanto, não existe progresso em nossa segurança. O homem na água necessitava salvação, teria perecido caso não a recebesse; fora da água, na terra seca, estava salvo.

Em nossos pecados não estamos salvos.

Fora de nossos pecados, mediante o sangue precioso de Cristo, estamos salvos. A partir de então, o Espírito Santo passa a habitar em nós. Que maior testemunho poderíamos ter de estarmos preparados para a presença de Deus do que a habitação do Espírito Santo em nós? Lembre-se, porém, Ele não faz isso em vista daquilo que somos por nós mesmos, mas devido ao valor do sangue. O azeite (tipo do Espírito) foi colocado em cima do sangue da expiação da culpa, quando o leproso foi purificado (Lv 14.17) e não diretamente sobre o carne dele.

Fonte: https://www.dropbox.com/s/munhfx024nuyu9h/Luz%20para%20almas%20ansiosas%20-%20George%20Cutting.pdf?dl=0

domingo, 19 de abril de 2015

Ao tentar ser bom, só consegui tornar-me pior

Não encontramos talvez um erro mais comum do que supor que salvação significa um aperfeiçoamento gradual do indivíduo, uma melhora, até que ele se encontre finalmente cm condições para estar na presença de Deus, pronto para o céu.

Mas a Bíblia torna claro que a salvação vem somente pela té na obra de Cristo, consumada na cruz de uma vez por todas.

Sabemos que o apóstolo Pedro ficou "cheio do Espírito Santo" quando testemunhou corajosamente diante das autoridades e anciãos de Israel, "E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (At 4.12).

Torna-se necessário entender claramente que o Espírito Santo jamais é apresentado como nosso Salvador, como se Ele tivesse morrido pelos nossos pecados. Através do Espírito Eterno é que Cristo ofereceu-se, sem mácula, a Deus (Hb 9.14). Mediante a obra do Espírito em nossas almas nos tornamos sensíveis à nossa necessidade de Cristo e de Seu sacrifício. O Espírito é que efetivamente aponta a obra de Cristo a toda alma despertada. No entanto, o trabalho do Espírito em nós não é a base da paz. "Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 5.1), pois foi Ele que "por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação" (Rm 4.25). Vamos examinar a ideia simples de "sede" usada repetidamente nas Escrituras para descrever a necessidade de um pobre pecador: "Se alguém tem sede", disse o Senhor bendito, "venha a mim, e beba" (Jo 7.37). Até uma criança, se lhe perguntássemos isso, poderia dizer que a sede é o resultado de algo produzido no interior de nosso corpo; o que mata essa sede é algo provido exteriormente e quando esta provisão externa é aplicada à necessidade interna, a sede é extinta.

Quando o testemunho da palavra de Deus, quanto à morte de Cristo, é recebido pela fé por parte de um pecador com a consciência atormentada, o resultado é paz. Eu merecia a morte e a condenação, ele lhe dirá, mas Cristo bebeu a taça do juízo e morreu em meu lugar; meus pecados eram inúmeros, mas Deus, que os conhecia, colocou os mesmos sobre o Seu Filho amado, como meu substituto, e o juízo completo sobre eles recaiu sobre a Sua bendita cabeça. Toda a minha perversidade foi exposta; nada ficou oculto; nada escapou ao julgamento. "Ele foi ferido pelas nossas transgressões", "Foi entregue pelas nossas ofensas", Deus ressuscitou-o dentre os mortos e a paz da alma é obtida através da fé nEle e no Deus que o ressuscitou.

Não se trata de um "aperfeiçoamento cada vez maior" da nossa parte. Se Deus não pudesse salvar-nos até que fôssemos suficientemente bons para merecê-lo, não haveria esperança para nós. Em lugar de estabelecer um determinado padrão de mérito a ser atingido pelo homem, Ele nos ensina dois fatos bem dolorosos sobre a nossa natureza:

1. Nossa condição de pecadores.
2. Nossa incapacidade de salvar-nos a nós mesmos.

Devemos aprender que não somos apenas culpados e ímpios, mas também que não temos poder para nos tornar aquilo que desejaríamos ser.

Só depois de repetidos esforços de reforma, após inúmeras decisões não levadas a termo, é que o versículo 6 do capítulo 5 de Romanos foi aplicado à alma sequiosa do escritor, "Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios"; assim como a água satisfaz a necessidade de um viajante sedento perdido no deserto, esse versículo satisfez a sua necessidade. O seu passado dera provas abundantes de que era "ímpio", enquanto todos os seus esforços infrutíferos para ser o que um cristão deveria ser provaram apenas que era "fraco". Mas agora,
"Minha sede foi saciada, minha alma reviveu, E vivo hoje nEle".

sexta-feira, 27 de março de 2015

Perguntar não Ofende

(Leitura: Lucas 22:8-9)
Vídeo:
Olhe ao redor e você encontrará hoje uma triste caricatura do cristianismo: Homens corruptos atraindo multidões desesperadas por curas ou em busca de riqueza; shows de música, luz e pirotecnia apelidados de “louvor”; templos magníficos mantidos por clérigos que vivem no luxo e ostentação... Que semelhança tem isso com os cristãos do princípio, que congregavam em simplicidade e temor? Nenhuma. Em muitos casos, se você espremer será capaz de obter algumas gotas do evangelho da graça ainda incontaminado, mas na maioria das vezes até este virá poluído por regras, condições, rituais e outras coisas inventadas pelo homem.

Quando começou esse desvio? Logo após o tempo dos apóstolos, e Paulo previu que seria assim depois de sua partida: “Sei que, depois da minha partida, lobos ferozes penetrarão no meio de vocês e não pouparão o rebanho. E dentre vocês mesmos se levantarão homens que torcerão a verdade, a fim de atrair os discípulos... Agora, eu os entrego a Deus e à Palavra da sua graça, que pode edificá-los e dar-lhes herança entre todos os que são santificados. Não cobicei a prata nem o ouro nem as roupas de ninguém. Vocês mesmos sabem que estas minhas mãos supriram minhas necessidades e as de meus companheiros.” (At 20:29-34).

Veja o antídoto que ele receitou contra os lobos, hereges e avarentos: “Deus e a Palavra da sua graça”. Hoje não existem mais apóstolos, mas eles nos legaram a “Palavra da sua graça, que pode edificá-los e dar-lhes herança entre todos os que são santificados”. E nisto reside a importância da passagem que vamos ler em Lucas 22. Embora este episódio tenha ocorrido antes da criação da Igreja, ele estabelece um princípio que vale para todas as épocas, que é o de perguntar ao Senhor antes de agir. Este é nosso seguro contra ataques do inimigo e das heresias ou divisões: “Jesus enviou Pedro e João, dizendo: ‘Vão preparar a refeição da Páscoa’. ‘Onde queres que a preparemos?’, perguntaram eles.” (Lc 22:8-9).

Pedro e João não decidiram de si mesmos, não perguntaram aos outros discípulos e nem buscaram respostas na literatura dos sábios da época. Eles perguntaram ao Senhor. Hoje, você pode perguntar ao mesmo Senhor, em sua Palavra, onde e como você deve congregar, ou ainda verificar se o lugar e as práticas de onde você congrega estão corretas. Como fazer isso? Simples! Basta comparar com aquilo que Deus nos legou na sua Palavra dada por intermédio dos apóstolos. Quer alguns exemplos? Então nos próximos 3 minutos faremos algumas perguntas ao Senhor.

M. Persona. Fonte: http://www.3minutos.net/2015/03/612-perguntar-nao-ofende.html

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Êxodo 6

Nossas afeições são sempre tocadas quando nos ocupamos com Cristo na cruz, entregando-Se a Si mesmo por nós... nossa energia é ativada ao nos ocuparmos com um Cristo glorificado.


Êx 6:1 Que resposta graciosa o Senhor dá! A incredulidade de Seu povo não altera Seu propósito de introduzir os Israelitas na terra da promessa.

Êx 6:2-8 Deus concede outra vez Sua clara promessa. Será que desejamos crer em Deus quando Ele fala antes de Ele agir? Isto é fé. Um novo nome de Deus - "Jeová" - é dado aqui. O Nome especial de Deus dado antes tinha sido "Deus Todo-Poderoso" (vers. 3). (No cristianismo hoje Deus Se revelou completamente como Pai, Filho e Espírito Santo).

Êx 6:6-8 Repare as sete vezes em que o Senhor se refere a eles no futuro: Em (1) livramento, (2) liberdade, (3) poder, (4) intimidade, (5) relacionamento, (6) bênção e (7) herança. Você pode identificar isso?

Êx 6:9 Moisés entregou uma mensagem feliz e confortante, mas não foi ouvida porque o povo estava muito angustiado. Com que freqüência perdemos algo porque não somos pacientes e não cremos em Deus!

Êx 6:13, 14-27 Obediência à Palavra de Deus é o que Deus insiste. Deus sabia que o povo seria levado para fora do Egito, portanto Ele nos mostra aquelas famílias que mais tarde seriam líderes especiais entre os Israelitas.

sábado, 31 de janeiro de 2015

Os Apóstolos Aprisionados e o Espírito Santo na Igreja

(Comentários Atos 4)

Como os apóstolos falavam ao povo, os sacerdotes e o comandante do templo e os saduceus vêm prendê-los. Estavam alarmados por eles pregarem a ressurreição, que a sua incredulidade e o seu sistema dogmático não aceitavam. Os apóstolos são metidos na prisão, porque era já tarde. A esperança de Israel fora posta de lado. Por muito grande e muito paciente que ela tenha sido, a graça de Deus falara em vão! Não obstante, muitos de entre aqueles que tinham ouvido a Palavra de Deus, creem — e já cinco mil homens confessam o Senhor Jesus!

A deliberada resposta do coração dos chefes do povo e a Pedra rejeitada pelos edificadores



Vimos a mensagem que Deus, em Sua graça, enviava a Israel, pela boca de Pedro. Vamos ver agora, não só o acolhimento que ela recebeu da parte dos chefes do povo, acolhimento já assinalado, mas também a resposta deliberada do coração destes, se coração lhe podemos chamar. No dia seguinte os chefes, os anciãos e os escribas, assim como Anás e seus parentes, reúnem-se em Jerusalém, e, colocando os apóstolos perante a assembleia, perguntam-lhes por meio de que poder e em que Nome eles tinham operado aquele milagre no homem paralítico (versos 5-7). Então Pedro, cheio do Espírito Santo, declara com a maior prontidão e inteira ousadia a todo o Israel que era por Jesus, que a nação tinha crucificado e que Deus tinha ressuscitado, que aquele homem tinha sido curado. Eis a questão posta bem formalmente entre Deus e os chefes de Israel, e isto pelo Espírito de Deus. Jesus era a Pedra rejeitada pelos edificadores e que se tornara a pedra angular; a salvação não se encontrava em nenhuma outra parte. Com os adversários e os chefes, o apóstolo não usa de nenhuma deferência, mas faz tudo para ganhar, para Cristo, o povo ignorante e extraviado. O Sinédrio reconhece aqueles que tem na sua frente como tendo sido os companheiros de Jesus. O homem curado estava ali. Que poderiam eles dizer ou fazer em face do povo, testemunha do milagre? Outra coisa não sabem fazer além de mostrarem uma decidida vontade contra o Senhor e contra o Seu testemunho, e ceder perante a opinião pública, tão necessária à sua importância pessoal, e à qual eles não ousavam resistir. Ordenam então aos apóstolos que não mais ensinassem em Nome de Jesus, e fazem-lhes ameaças. Podemos notar aqui que Satanás tinha instrumentos saduceus ordenados contra a doutrina da ressurreição, como tinha tido nos fariseus instrumentos contra um Cristo vivo. Devemos, pois, esperar e contar sempre com uma sistemática oposição de Satanás contra a verdade.

A ordenação de Deus ou a proibição do homem



Ora Pedro e João não deixam nenhuma dúvida quanto ao seu procedimento: Deus tinha-lhes ordenado que pregassem a Jesus, portanto, a proibição pronunciada pelo homem não poderia ter qualquer efeito sobre eles. "Não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido", dizem eles (versos 19-20). Que singular posição esta em que os chefes do povo se encontram aqui! Um tal testemunho mostra claramente que os condutores de Israel estão descaídos da posição de intérpretes da vontade de Deus. No entanto, os apóstolos não os atacam; Deus os julgará. Mas agem diretamente da parte de Deus, e, quanto à obra que Deus lhes confiou, não têm em nenhuma consideração a autoridade desses condutores de Israel. O testemunho de Deus estava com os apóstolos, e não com os chefes do templo; e a presença de Deus estava na Igreja — e não no templo!

(Entre parênteses: Recordemos mais uma vez que a Igreja, a verdadeira Igreja é formada por todos os crentes sinceros, estejam eles onde estiverem — e não por edifícios ou instituições que sejam Obra de homens). (N. do T.).

O poder do Espírito Santo e a presença e direção de Deus no meio dos discípulos


Pedro e João voltam para os seus, porque havia já um povo à parte e conheciam-se uns aos outros. E todos, movidos pelo Espírito Santo (porque era lá, e não no templo, que Deus habitava pelo Seu Espírito), elevavam as suas vozes ao Deus governador de todas as coisas, reconhecendo que esta oposição dos chefes era, ao mesmo tempo, o cumprimento da Palavra, dos desígnios e das intenções de Deus. As ameaças de que eram objeto constituíam ocasião para pedirem a Deus que manifestasse o Seu poder em relação com o Nome de Jesus. Numa palavra, o mundo (compreendendo os Judeus, que dele faziam parte, na sua oposição) levantou-se contra Jesus, servo de Deus, e mostra-se oposto ao testemunho que Lhe é prestado. O Espírito Santo é a força desse testemunho, quer na coragem de que davam prova as testemunhas (verso 8), quer na Sua própria presença no meio da Igreja (verso 31), quer na energia do serviço (verso 33), quer nos frutos de novo produzidos no meio dos santos com uma energia que manifesta que o Espírito ultrapassa nos corações todos os motivos que influem sobre o homem e o faz andar por outros de que Ele é a fonte. Como vimos já, a energia do Espírito, em presença da oposição, cria os Seus frutos naturais entre aqueles em cujo meio Ele habitava. Outras pessoas vendem também os seus bens e depositam o produto da venda aos pés dos apóstolos. Entre estes menciona-se um homem que ao Espírito de Deus aprouve distinguir, a saber, Barnabé, da ilha de Chipre.

Em suma, o capítulo que acabamos de percorrer verifica, por um lado, o estado espiritual dos Judeus, a rejeição que eles fizeram ao testemunho que, em graça, lhes foi dirigido, e, por outro, o poder do Espírito Santo, a presença de Deus e a Sua direção entre os discípulos. Estes três capítulos (2 a 4) apresentam a primeira formação da Igreja e o precioso carácter que o Espírito Santo, habitando nela, lhe imprime. Ele apresenta-a na frescura da sua primeira beleza, tal como Deus a formou, e como
Sua habitação.

J. N. Darby

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Atos 4

Com freqüência, quando o mal penetra entre o povo de Deus, descobre-se que aqueles que são vencidos por aquele mal são os mais ativos. Quando tenho uma má consciência, ela me força à atividade; para tentar fazer calar minha consciência.

Leia em https://www.bibliaonline.com.br/acf/atos/4

At 4:1-12: Os líderes religiosos odiavam o nome de Jesus, e faziam tudo o que estava a seu alcance para impedir a pregação da morte e ressurreição de Cristo. Veja o que fizeram a homens inocentes. Em sua atividade religiosa, eles demonstram ser os inimigos de Deus, pois estavam agindo segundo suas próprias vontades (Pense nisto cuidadosamente). Quando Jesus estava aqui na Terra, eles O rejeitaram em Sua humilhação, agora rejeitam a Ele em Sua glória no céu.

At 4:11: Os construtores eram os líderes religiosos. (Que contraste com os construtores do tabernáculo em Êx 37). Israel havia recusado seu Messias, e o reino foi assim adiado. Mas os cidadãos celestiais eram para ser reunidos em um novo, eterno e celestial corpo de pessoas, chamado de igreja. Deus tornou-Se um Pai para cada um que crê. Daqui em diante vamos ler do crescimento da igreja (assembleia é a palavra mais adequada), e também da violenta oposição que Satanás levantou contra ela. Se os discípulos não tivessem recebido oposição dos líderes dos Judeus, não teriam tido a oportunidade de pregar o evangelho na reunião do conselho deles.

At 4:13-22: Eles não podiam negar os milagres (vers. 16), mas rejeitaram a Palavra de Deus. Eles lhes ordenaram que parassem de pregar no nome de Jesus. Pedro e João dão uma poderosa resposta.

At 4:23-30: Aqui notamos que a assembleia começava a ser vista como um grupo.

At 4:31-37:
Que demonstração do poder de Deus. Grande poder e grande graça em um mesmo versículo!
 

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Moisés Desanimado e a Resposta do Senhor

(Comentário Êxodo 8)

A prova mais dolorosa para Moisés não foi motivada pelo juízo que Faraó fez da sua missão. O servo fiel e consagrado de Cristo deve esperar sempre ser considerado pelos homens deste mundo como um simples entusiasta visionário. O ponto de vista donde o contemplam é tal que não nos permite esperar deles outra coisa. Quanto mais fiel for o servo ao seu Mestre divino, quanto mais seguir as Suas pisadas, quanto mais conforme for à Sua imagem, tanto mais, possivelmente, será considerado, pelos filhos deste mundo, como um que "está fora de si". Portanto, este juízo nem deve surpreendê-lo nem desanimá-lo. Porém é uma coisa infinitamente mais penosa para ele quando o seu serviço e o seu testemunho são mal interpretados, desprezados ou rejeitados por aqueles que são os próprios objetos deste serviço e testemunho. Quando isto acontece ele tem muita necessidade de estar com Deus, no segredo dos Seus pensamentos, no poder da comunhão, para ter o seu espírito fortalecido na realidade imutável da sua carreira e serviço. Em circunstâncias tão difíceis, se não se está plenamente persuadido da missão divina, e consciente da presença divina, a queda será quase certa.

Se Moisés não tivesse sido amparado assim, o seu coração teria fraquejado inteiramente quando o agravamento da opressão do poder de Faraó arrancou aos oficiais dos filhos de Israel palavras de desalento e desânimo como estas: "O SENHOR atente sobre vós e julgue isso, porquanto fizestes o nosso cheiro repelente diante de Faraó e diante de seus servos, dando-lhes a espada nas mãos para nos matar" (versículo 21). Isto era muito triste; e Moisés assim o sentiu, pois que "tornou ao SENHOR e disse: Senhor! Por que fizeste mal a este povo? Por que me enviaste? Por que desde que entrei a Faraó para falar em teu nome, ele maltratou a este povo; e, de nenhuma maneira livraste o teu povo" (versículos 22 a 23). No próprio momento em que a libertação parecia estar perto, as coisas tomaram um aspecto muito desanimador; assim como acontece com a natureza, em que a hora mais escura da noite é com frequência aquela que precede imediatamente o amanhecer. Assim será  certamente nos últimos dias da história de Israel: a hora da mais profunda obscuridade e da mais espantosa angústia, precederá a aparição repentina do "Sol da Justiça" (Ml 4:1-2), emergindo detrás das nuvens, e trazendo salvação debaixo das suas asas para curar eternamente a filha do Seu povo (Jr 6:148:11).

A Resposta do SENHOR


Pode muito bem perguntar-se até que ponto o "por que " de Moisés foi ditado por uma verdadeira fé ou uma vontade mortificada. Contudo, o Senhor não repreende Moisés por esta objeção motivada pela grandeza da aflição do momento. "Agora verás o que hei de fazer a Faraó; porque, por mão poderosa, os deixará ir, sim, por mão poderosa os lançará de sua terra" (capítulo 6:1), foi a Sua bondosa resposta.

Esta resposta está cheia de graça peculiar. Em vez de censurar a insolência daquele que se atreve a duvidar dos caminhos inescrutáveis do grande EU SOU, o misericordioso Senhor procura aliviar o espírito cansado do Seu servo mostrando-lhe o que em breve ia fazer. Esta maneira de agir é digna de Deus, de quem desce toda a boa dádiva e todo o dom perfeito (Tg 1:5, 17), "Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó" (Sl 103:14).

Nem tampouco é só em Seus atos, mas, sim, em Si Mesmo, em Seu próprio nome e caráter, que Ele quer fazer conhecer ao coração o seu alívio: é nisso que está a bem-aventurança plena, divina, e eterna. Quando o coração pode encontrar em Deus o seu alívio, quando pode refugiar-se no lugar seguro que lhe oferece o Seu nome, quando achar no Seu caráter a resposta a todas as suas necessidades, então está verdadeiramente muito acima da região da criatura —pode abandonar as promessas tentadoras do mundo é considerar as pretensões altivas do homem pelo seu justo valor. O coração dotado com o conhecimento prático de Deus não só pode olhar para o mundo e dizer "tudo é vaidade", mas pode também por os seus olhos em Deus e dizer: "todas as minhas fontes estão em ti" (Sl 87:7).


domingo, 4 de janeiro de 2015

O Fundamento da Justificação

Tal é a doutrina das Sagradas Escrituras quanto à questão importante da condição da natureza. Porém, como é que o crente é feito participante da natureza divina? - Essa mudança admirável depende inteiramente da grande verdade que "JESUS MORREU E RESSUSCITOU" (1 Ts 4:14). Este bendito Senhor deixou o seio do amor eterno, o trono da glória, as mansões de luz imarcescível, veio a este mundo de dores e pecado, tomou sobre Si a forma da carne do pecado, e, depois de haver manifestado e glorificado perfeitamente Deus em todos os atos da Sua vida bendita no mundo, morreu na cruz sob peso de todas as transgressões do Seu povo. E deste modo satisfez tudo que  era ou podia ser contra nós. Ele engrandeceu e honrou a lei (Is 42:21); e, fazendo-o, tornou-Se maldição sendo pendurado no madeiro. Todos os direitos divinos foram satisfeitos, todos os inimigos reduzidos ao silêncio e os obstáculos foram todos derrubados. "A misericórdia e a verdade se  encontraram, a justiça e a paz se beijaram" (Sl 85:10). A justiça divina foi satisfeita, e o amor infinito pode derramar-se, com todas as virtudes  mitigantes e refrigerantes, no coração quebrantado do pecador; enquanto que, ao mesmo tempo, o caudal purificador e expiador, que brotou do lado ferido do Cristo crucificado, satisfaz perfeitamente todos os desejos ardentes da consciência culpada e convencida de pecado.

O Senhor Jesus tomou o nosso lugar na cruz: foi o nosso substituto. Ele morreu, "o justo pelos injustos" (I Pe 3:18); foi feito "pecado por nós" (2 Co 5:21); morreu em lugar do pecador; foi sepultado e ressuscitou, havendo cumprido tudo. Por isso nada há absolutamente contra o crente: ele está unido a Cristo e encontra-se na mesma condição de justiça "porque, qual ele é, somos nós também neste mundo" (1 Jo 4:17).

Eis aqui o que dá paz inabalável à consciência. Se já não estamos numa condição de culpa, mas de justificação; se Deus nos vê em Cristo e como a Cristo, então a nossa parte é uma paz perfeita. "Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 5:l).

O sangue do Cordeiro cancelou toda a culpa do crente, riscou o seu grande débito e deu-lhe uma folha perfeitamente em branco, na presença daquela santidade que não pode ver o mal (He 1:13).

Porém, o crente não só achou paz com Deus, como foi feito filho de Deus; e como tal pode gozar a doçura da comunhão com o Pai e o Filho, no poder do Espírito Santo.

O Crente é Filho de Deus 

 

A cruz deve ser encarada debaixo de dois modos diferentes: em primeiro lugar, satisfaz os direitos de Deus; e em segundo lugar é a expressão do amor de Deus. Se considerarmos os nossos pecados em ligação com os direitos de Deus como Juiz, acharemos na cruz a plena liquidação desses direitos. Deus, como Juiz, ficou satisfeito e glorificado na cruz. Porém há mais do que isto. Deus tem afetos bem como direitos; e na cruz do Senhor Jesus Cristo todos esses afetos são, de um modo tocante e agradável, anunciados aos ouvidos do pecador; enquanto que ao mesmo tempo, ele é feito participante de uma nova natureza, a qual é capaz de gozar esses afetos e de ter comunhão com o coração donde eles emanam. "Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus" (1 Pe 3:18). Desta forma não somente somos introduzidos numa nova condição, como trazidos a uma Pessoa, o Próprio Deus, e somos dotados de uma natureza que pode achar as suas delícias n'Ele. "E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação" (Rm 5:11).

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