terça-feira, 30 de outubro de 2012

Romanos 7 (Parte 1)


Rm 7:1-6 Paulo usa a figura de uma mulher casada com um homem. Se ele morresse, ela estava livre para se casar com outro. (O marido é uma figura da lei, a esposa é uma figura de uma pessoa). A lei só tem poder sobre o crente enquanto ele vive e a lei não pode morrer; então como pode esta união ser quebrada? O crente morre! Portanto a lei (o antigo marido) já não tem poder sobre aquele que está morto. Uma pessoa que aceita a Cristo como seu Salvador já morreu com Cristo (6:8). Mas Cristo ressuscitou de entre os mortos, nós crentes estamos agora unidos a Ele. Não podemos ter dois maridos ao mesmo tempo. Hoje vamos ler apenas estes 6 versículos. A maior parte dos crentes nunca os entende. Existe muito ensino errado sobre o que eles significam. Não espere entender lendo rapidamente. Leia e releia, até você assimilá-los! O crente é o que morre!

Duas Naturezas em Conflito (Parte 1)

(Comentário Romanos 7)

"Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?" (Rm 7.1) Este fato demonstra a importância da verdade que já foi apresentada -- a identificação com a morte de Cristo; considerando-nos mortos com Ele, e vivos para Deus. Pois se aqueles que viviam debaixo dela, continuassem a viver debaixo dela, seriam responsáveis por cumpri-la em cada jota e cada til (Mt 5.18), caso contrário ela os amaldiçoaria. Neste caso o cristianismo não seria de nenhuma ajuda. O homem poderia continuar sob a maldição. A lei tinha domínio sobre um homem enquanto ele vivesse. Sua responsabilidade para com a lei só terminava na morte. A lei acerca do matrimônio prova isso: somente a morte dissolve o vínculo de responsabilidade. Enquanto o marido viver, a esposa não pode se casar com outro; seria adultério. Isto era algo patente a todos os que conheciam a lei.

De modo semelhante o crente não pode, por assim dizer, ter dois maridos. Ele não pode estar vivo na carne, casado com a lei (debaixo da lei), e também estar casado com Cristo. Não há dúvida de que os homens dirão que deve ser assim, que você deve ter ambos, a lei e Cristo; mas não estamos explicando aqui o que dizem os homens, mas o que dizem as Escrituras. Deus nos diz que não podemos ter Cristo e a lei. E do mesmo modo como uma esposa só é liberada do antigo marido pela morte, assim também nós só podemos ser libertos do antigo marido, o princípio da lei, pela morte.

"Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus." (Rm 7.4) Portanto eles estavam mortos para a lei pelo corpo de Cristo como se tivessem morrido de verdade. Passaram de sob o seu domínio para um estado completamente novo. Não têm mais nada a declarar ao antigo marido; mas entram em um novo parentesco, unidos a um novo marido, a Um ressuscitado de entre os mortos, o próprio Cristo.

Mas será que os grandes mestres não irão dizer a você ser isto antinomianismo, estar morto para a lei, nada mais ter a ver com ela, ou ela com você? Dirão que isto poderia levá-lo a produzir fruto para o pecado. Seria terrível, diriam eles. Mas o que é que Deus diz a este respeito? Ele diz que tudo isso é "a fim de que demos fruto para Deus". Isto está perfeitamente de acordo com o que foi apresentado antes. "Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça." (Rm 6.14) Estar debaixo da lei é estar debaixo da sua maldição, pois todos provaram ser culpados (Romanos 3). Mas agora somos um com o Cristo ressuscitado, tendo todos os pecados perdoados, e o pecado julgado, a fim de podermos dar fruto para Deus.

Todavia a porção do cristão é esta: considerar-se morto com respeito à carne, mas vivo para Deus. Uma vida inteiramente nova proveniente de Deus. O assunto todo será bastante simplificado se mantivermos estas duas coisas distintas: a velha vida, ou velha natureza, chamada a carne -- o terreno no qual o homem foi provado sob a lei; e a nova vida, ou nova natureza, a qual o crente possui, a própria vida eterna do Cristo ressuscitado. Vimos como fomos libertados da escravidão do pecado por estarmos mortos para um e vivos para o outro. Isto não quer dizer que o pecado está erradicado, mas que estamos mortos para ele. 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O Testemunho da Palavra Sobre Ela Mesma

Nada melhor do que a própria Palavra para testificar a favor dela mesma. Conhecer as evidências históricas e argumentos a favor da inerrância bíblica é muito interessante, mas acima de tudo, deixemos que o Senhor fale por meio de Sua palavra:

As escrituras que testificam, e as testemunhas oculares

Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras (**profecias do Velho Testamento),
E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.
E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze.
Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também.
1 Coríntios 15:3-6

Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade.
Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido.
E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo;
E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.
2 Pedro 1:16-19

Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim (Jesus) testificam
João 5:39

Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram. 
Mateus 26:56


A Palavra é a Verdade


Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade. 
João 17:17

A tua palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre
Salmos 119:160

Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. 
Efésios 1:13

Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. 
2 Timóteo 2:15


A rejeição / deturpação da Palavra e da doutrina dos apóstolos


E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada;
Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição. 
2 Pedro 3:15-16

Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas. 
Marcos 7:13

Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;
E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. 
2 Timóteo 4:3-4

Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 
2 Coríntios 4:2

E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. 
2 Pedro 2:1-2


A Água

A água é uma figura da Palavra:

Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra
Efésios 5:25-26


Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre
1 Pedro 1:23

Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas. 
Tiago 1:18


Agora vamos ver algumas ocorrências da água:

Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. 
João 3:5
(É pela Palavra que alguém toma conhecimento da verdade do evangelho, e o Espírito é que convence e vai habitar no crente.)

Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima.
E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram.
E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo.
João 2:7-10
(Aqui temos a água se transformando em vinho, símbolo da alegria, que é o que sentimos no Senhor)

Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna. 
João 4:14
(Rever João 5:39)

Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. 
Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos. 
João 13:5,10
(Além da lição de humildade, o ato de lavar os pés pode ser visto como limpar da sujeira do mundo. Quanto mais andamos nesse mundo e de acordo com ele, mais sujamos nossos pés. A Palavra é que lava nossos pés, e o Senhor nos exorta a lavarmos os pés uns dos outros. Todo o resto já está limpo.)

E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e estes três concordam num. 
1 João 5:8


Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo; não só por água, mas por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade. 
1 João 5:6


[*** Nota:O modo como o Senhor usa exemplos naturais para ensinar verdades espirituais é surpreendente. Duas coisas são essenciais para a existência de vida no planeta. A primeira é a água, a segunda é a intervenção divina, pois somente Deus é o autor da vida. Não é diferente no novo nascimento, e nada melhor do que a água para simbolizar a Palavra de Deus. 
Veja algumas características da água natural, cuja ação e poder nos lembram a Palavra de Deus:
A maior parte do planeta é coberta por água, ela é acessível a todos. Apesar de ser impossível definir seu sabor, a água refresca, revigora e satisfaz. Ela é um solvente universal, que dilui, lava e purifica. Embora aparentemente frágil, suas gotas são capazes de furar a mais dura rocha, seu fluir dissolve montanhas e suas correntes moldam os continentes. É nela que se encontra a maior quantidade de vida do planeta, e essa mesma vida é formada principalmente por água. Boa parte dela corre oculta aos olhos humanos, em rios subterrâneos, na seiva que dá vida às plantas e no sangue que corre em nossas veiasSem água não há vida; sem a Palavra de Deus não há vida nova.


O Velho Testamento, suas figuras e sua utilidade para a Igreja


Isto se escreverá para a geração futura; e o povo que se criar louvará ao SENHOR.
Salmos 102:18


Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;
2 Timóteo 3:16

Porque com grande veemência, convencia publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo.
Atos 18:28


Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança. 
Romanos 15:4


Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar.
E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar,
E todos comeram de uma mesma comida espiritual,
E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.
Mas Deus não se agradou da maior parte deles, por isso foram prostrados no deserto.
E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. 
1 Coríntios 10:1-6

Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados,
Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo. 
Colossenses 2:16-17

E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado;
Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 
João 3:14-15

No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir. 
Romanos 5:14

Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; 
Hebreus 9:24

Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito.
Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar;
E daí também em figura ele o recobrou. 
Hebreus 11:17-19

Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água;
Que também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, o batismo, não do despojamento da imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo; 
1 Pedro 3:20-21

Ora, se ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei,
Os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou. 
Hebreus 8:4-5

Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam. 
Hebreus 10:1

sábado, 20 de outubro de 2012

Gênesis 19


Que capítulo desastroso e sombrio este! Foi degradante para Ló viver em um lugar tão pecaminoso. Mesmo assim o Senhor misericordiosamente o livra, embora ele perca sua esposa e parte de sua família. E então chega a destruição à ímpia cidade. Repare de onde vem o juízo. 

Gn 19:14 Ló pode ser uma figura de um crente que se compromete com o mal e tem uma reputação ruim. No capítulo 14 lemos que quando Ló foi levado prisioneiro de Sodoma, Abraão o resgatou, mas ele voltou a viver em Sodoma! Agora Ló está dizendo a seus genros para saírem da cidade. Que aviso para nós. Eles pensavam que ele estivesse brincando pois ele próprio já tinha vindo duas vezes para Sodoma. Qual é nossa reputação entre nossos parentes e amigos? Entendemos que o juízo está para cair sobre este mundo? Será que nossa vida é um aviso para eles? Será que eles nos ouvirão? 
Gn 19:16 Os anjos tiveram que pegar Ló, sua esposa e suas duas filhas pela mão e puxá-las para fora da cidade condenada. 

Gn 19:26 O coração da mulher de Ló ainda continuava na cidade. Apesar do fato de terem sido instruídos a não olharem para trás (vers. 17) ela desobedece, e morre. 

Gn 19:27 O Senhor fez chover enxofre e fogo e isso veio diretamente dEle. Quando o Senhor agir em juízo, será um dia horrível para este mundo. Leia Ap 19:11-15. Antes de terminarmos este capítulo, precisamos tirar uma mensagem dele. O pecado dessa cidade, homossexualismo, hoje é tratado como uma escolha de cada um... um estilo de vida. Mas segundo a Palavra de Deus é pecado, que trouxe morte a toda uma cidade. 

Gn 19:30-38 A bebedice e os atos degradantes andam juntos; as pessoas até riem quando vêem alguém sob a influência da bebida. Que história vergonhosa. Mas Deus não esconde coisa alguma. Abraão é sempre lembrado - Ló sai de cena.


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Este capítulo mostra bem a situação em que muitos, inclusive cristãos professos, estão hoje: presos às coisas do mundo e dos próprios pensamentos e desejos. Ló se deixou levar e se prender pelos verdes campos e pelos prazeres do mundo, representado por Sodoma, o que apenas resultou em dores. Abraão por outro lado, descansou nas promessas e na vontade do Senhor. Uma citação interessante:

"Não há dificuldade em deixar o mundo quando nós, pela fé, nos apegamos a Cristo [...]. Se a um varredor fosse deixado um legado de dez mil libras anuais, ele não continuaria a varrer as ruas. Do mesmo modo se nós compreendermos o valor da nossa porção entre as realidades imutáveis do céu teremos muito pouca dificuldade em abandonar as alegrias ilusórias da terra." C. H. Mackintosh

Ló Salvo como que através de Fogo

(Comentário Gênesis 19)

Evidentemente, Ló suspirava pela cena que foi forçado, por poder angélico, a abandonar; porque não somente os anjos tiveram que pegar nele, e tirá-lo à pressa do juízo iminente, mas até mesmo quando exortado a escapar por sua vida (aliás tudo que ele podia salvar da catástrofe), e fugir para as montanhas, ele responde: "Assim, não, Senhor! Eis que, agora, o teu servo tem achado graça aos teus olhos, e engrandeceste a tua misericórdia que a mim me fizeste, para guardar a minha alma em vida; mas não posso escapar no monte, pois que tenho medo que me apanhe este mal, e eu morra. Eis, agora, aquela cidade está perto, para fugir para lá, e é pequena; ora, para ali me escaparei (não é pequena?-), para que minha alma viva". Que quadro! Parece-se com um homem a afundar-se, pronto a agarrar-se até mesmo a uma pena flutuante. Apesar de o anjo o mandar fugir para o monte, ele recusa, e agarra-se apaixonadamente à ideia de uma pequena cidade — um pequeno bocado do mundo. Temia a morte no lugar para onde Deus misericordiosamente o mandava — sim, temia todo o mal e só podia esperar segurança em qualquer pequena cidade, qualquer lugar de sua própria invenção. "Ora, para ali me escaparei, para que minha alma viva." Como é triste! não se lançou inteiramente em Deus. Oh! Ele tinha andado tanto tempo longe d'Ele! Havia respirado tanto tempo a atmosfera densa duma "cidade" que não podia apreciar o ar puro da presença divina, ou encostar-se ao braço do Todo-Poderoso. A sua alma parecia completamente transtornada; o seu ninho terrestre havia sido repentinamente despedaçado, e ele não se sentia capaz de se refugiar, pela fé, no seio de Deus. Não havia cultivado a comunhão com o mundo invisível; e agora o visível desaparecia debaixo dos seus pés com rapidez tremenda. "Enxofre e fogo, desde os céus" estavam prestes a cair sobre aquilo em que estava posta toda a sua esperança e afeto. O ladrão o havia surpreendido, e ele parece ter perdido toda energia espiritual e todo domínio de si mesmo. Ele chegou ao extremo de seus recursos: está esgotado; mas o elemento mundano, sendo forte demais em seu coração, prevalece, e o força a buscar refúgio numa "pequena cidade". Contudo não se sente tranquilo até mesmo ali, pois deixa-a e dirige-se ao monte. Faz, com medo, o que não quis fazer por ordem do mensageiro de Deus.

E, então, vede o seu fim! As suas próprias filhas embriagam-no, e na sua embriaguez ele torna-se o instrumento de trazer à existência os amonitas e os moabitas — os inimigos declarados do povo de Deus. 

Que sudário de instrução existe em tudo isto! Que o leitor veja nisto o que é o mundo! Veja que fatal coisa é deixar que o coração o siga! Que comentário não é a história de Ló daquela breve mas compreensível admoestação, "não ameis o mundo"! As Sodomas do mundo e as suas Zoares são todas as mesmas. Não existe nelas segurança, nem paz, nem descanso, nem satisfação durável para o coração. O juízo de Deus permanece sobre toda a cena; e Ele apenas susta a espada em paciente misericórdia, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Romanos 6 (Parte 2)

Leia em http://www.bibliaonline.com.br/acf/rm/6

"Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça." (Rm 6.14) Tendo, assim, vida em Cristo, podemos agora encarar o pecado em nosso velho e pecaminoso "eu" como um inimigo, todavia um inimigo que não deveria ter domínio. Que libertação isto traz! Para aquele que conhece a total vileza da velha natureza, não há palavras que possam expressar completamente a grandeza da libertação do reino do pecado. Pode haver uma súbita tentação -- sim, falhas até -- mas o pecado não deverá ter domínio -- não deverá reinar. Mas por que o pecado não deve reinar? "Pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça." (Rm 6.14). Na mesma proporção que o gratuito favor de Deus, por meio de Cristo Jesus, é conhecido e desfrutado, está a libertação da escravidão do pecado, e podermos viver uma vida santa. A lei não pode dar poder àqueles que se encontram sob ela, mas pode apenas amaldiçoá-los.

No momento em que você torna o favor de Deus condicional, seja com respeito à lei de Moisés, ou aos preceitos do evangelho, você começa pelo lado errado, e cedo acabará encontrando nada mais além de miséria e dúvidas. Você dirá: Não guardo os mandamentos de Deus como deveria; ou, Não amo a Cristo como deveria; será que sou realmente um cristão? Ora, será que isso é lei ou graça? Está claro que é lei. E a Palavra diz que o pecado não terá domínio sobre você, pois você não está debaixo desse princípio, mas debaixo da graça. Certamente não poderá haver santidade de vida, a menos que o coração esteja perfeitamente livre, descansando no desimpedido, gratuito e incondicional favor de Deus.

Porventura Ele não me levantou, um ímpio pecador que merecia o inferno? Não entregou, em puro e imerecido amor, Seu Filho para morrer por nossos pecados? Acaso não O ressuscitou de entre os mortos para nossa justificação? E não nos deu eterna redenção pelo Seu sangue? Será que não temos assim paz com Deus, em conformidade com tudo aquilo que Deus é? Não estamos identificados com Cristo em todos os méritos de Sua morte; e mais ainda, vivos nEle para Deus? E não foi isso tudo por graça, livre e absoluta graça, a graça dAquele que não muda? Sim, e agora estou vivo para Deus e posso me considerar, considerar meu velho homem, morto. E estou, assim, livre de mim mesmo, para viver para Deus. E, dispondo de toda a imutável graça para mim, não estou, portanto, no terreno da lei, ou das condições para vida, salvação ou libertação, mas estou absolutamente debaixo da livre e eterna graça. Oh, agora sou livre para servir o Senhor, em verdadeira separação do mal e em completa aversão ao mal.

Não há dúvida de que muitos dirão a você que uma doutrina assim irá levá-lo a pecar do jeito que gosta sua velha natureza. "Pois quê? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum", ou, longe de nós tal pensamento. (Rm 6.15) Aqueles que falam assim nunca conheceram o que é a graça de Deus, ou o que é a verdadeira liberdade -- não liberdade para pecar, mas liberdade do pecado. Note bem que estas palavras não são para aqueles que estão procurando experimentar, na prática, que estão mortos para o pecado, ou mortos com Cristo e vivos para Deus. No batismo, eles professaram que estão mortos e sepultados com Cristo, identificados com Ele na morte. Consideram-se a si mesmos mortos para o pecado, e estão assim justificados do pecado e vivos para Deus.

Oh, que verdade maravilhosa, e quase esquecida! Morte para o pecado -- a única libertação do pecado. Mas que libertação poderia existir sem vida em Cristo para Deus? Como pode você andar em novidade de vida, se você não tem novidade de vida? Se sua velha natureza estivesse colocada debaixo da lei, então, com certeza, o pecado teria o domínio. Mas porque Deus deu a você uma nova vida -- que é um dom gratuito vindo dEle -- e colocou você em Sua própria graça, imutável e desimpedida graça, "pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça?" (Rm 6.15) Longe de nós tal pensamento.
Temos certeza de que todos aqueles que gostariam de colocar você debaixo da lei, nunca conheceram verdadeiramente o que é a graça de Deus. E não se esqueça de que tudo isso demonstra a ligação que há entre a graça e a santidade prática, ou a justiça no andar.

Charles Stanley. Fonte: http://www.scribd.com/doc/104720029/Vida-Atraves-Da-Morte

Abraão, o Amigo de Deus

(Comentário Gênesis 18)

Este capítulo dá-nos um belo exemplo dos resultados de uma conduta obediente de separação. "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele comigo" (Ap 3:20). Em João 14:23 lemos também, "Jesus respondeu e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada". Destas passagens, tomadas em ligação com o nosso capítulo, concluímos que a alma obediente goza de um caráter de comunhão inteiramente desconhecido daquele que vive numa atmosfera mundana. 

Isto, porém, não toca, nem de leve, na questão do perdão ou justificação. Os crentes são todos vestidos com o mesmo manto imaculado de justiça — todos estão na mesma justificação comum perante Deus. A mesma vida descendo da Cabeça no céu corre em todos os membros na terra. Isto é bem claro. A doutrina quanto a estes pontos importantes é estabelecida plenamente na Palavra de Deus. Contudo, devemos lembrar que justificação é uma coisa, e o seu fruto outra diferente. Ser filho é uma coisa, ser filho obediente é outra muito diferente. Ora, um pai ama um filho obediente, e fará com que um tal filho esteja no segredo dos seus pensamentos e planos. E não é isto verdadeiro quanto ao nosso Pai celestial? Sem dúvida. Em João 14:23 isto é incontestavelmente claro; e, além disso, é prova de que falar-se de amar a Cristo e não guardar a Sua palavra é hipocrisia. "Se alguém me ama, guardará a minha palavra." 

Por isso se não guardarmos a palavra de Cristo, é prova clara que não estamos andando no amor do Seu nome. O amor por Cristo é provado em fazer as coisas que Ele manda, e não meramente dizendo, "Senhor, Senhor". De nada vale dizer, "eu vou, senhor" enquanto que o coração não tem a mínima ideia de ir.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Gênesis 18


Aqui vemos Abraão na sua melhor forma - amável, hospitaleiro, consciencioso, generoso, entendendo que estava conversando com o Senhor. 

Gn 18:2 Ele correu em direção aos homens com confiança, mas rapidamente se curvou diante do Senhor em reverência. 

Gn 18:9-15 Sara recebe as primeiras notícias do filho (Isaque) que ela deveria ter com quase 100 anos de idade! 

Gn 18:16-33 Deus não iria esconder de Abraão o que Ele estava para fazer a Sodoma. Deus Se agrada em mostrar-nos o que Ele tem intenção de fazer. Aí está o problema. Com frequência somos descuidados em nossa vida, e por conseguinte deixamos de lado a comunhão com Ele. E então perdemos a confiança que antes tínhamos no Senhor. E finalmente perdemos nosso discernimento. 

Gn 18:20-33 Abraão fala a Deus e roga pela cidade de Sodoma. Ele sabia que seu infiel sobrinho Ló morava lá. Que amor tinha Abraão! Que confiança no Senhor! Quando andamos com o Senhor podemos falar com Ele em completa confiança.

O que é Ministério?

A maioria das pessoas pensa que "ministério" é aquilo que envolve Pastores e Ministros, quando eles desempenham seu trabalho liderando um grupo chamado igreja. A Bíblia, porém, ensina que ministério é simplesmente o exercício do dom de uma pessoa (1 Pd 4:10-11; 1 Tm 4:6; Ef 4:11-12). Considerando que todos os cristãos possuem um dom, todos os cristãos deveriam estar no "ministério"! Nem todos podem ter um dom de ministério público da Palavra de Deus, mas todos têm um ministério a cumprir. Boa parte do ministério está no serviço feito para o povo do Senhor, quando nenhuma oratória pública está envolvida.

O problema na igreja hoje é que existem muitos que são como Arquipo, que não estão cumprindo seu ministério. O apóstolo precisou exortá-lo assim: "Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras" (Cl 4:17). Esta é uma exortação muito necessária hoje. Uma das razões de muitos não cumprirem seu ministério é que existe um vasto sistema clerical criado pelos homens na igreja que impede que as pessoas exerçam seus ministérios. Numa situação normal em uma típica igreja denominacional, se o Espírito de Deus quisesse dar uma palavra a alguém ali que tivesse um dom de ministério público, ele seria reprimido e não poderia exercitar seu dom. Se tentasse fazê-lo, acabaria causando uma interrupção no culto previamente organizado.

A ideia comumente aceita na cristandade hoje é que quando alguém sente que foi "chamado para o ministério", deve passar por um sistema de ensino por meio do qual irá adquirir o status de "Ministro" ou "Pastor". E mesmo então, ele ainda não poderá exercitar seu dom até que uma congregação o escolha (geralmente por intermédio de uma junta de diáconos) para que seja Ministro deles. Muitos têm boas intenções, porém ignoram a ordem de Deus e acreditam que se decidirem ministrar a Palavra, precisarão antes se submeter a este processo e serem treinados em um seminário. Uma vez que a tradição decidiu assim, muitos sentem que Deus está verdadeiramente enviando eles para um seminário com este objetivo. Para eles isso parece lógico, já que se trata da forma convencional e reconhecida de se preparar "Ministros". Sem querermos colocar em dúvida a sinceridade dessas pessoas, devemos deixar claro que toda essa ordem de coisas não é encontrada nas Escrituras.

A Bíblia ensina que se uma pessoa possui um determinado dom, a própria posse do dom já é a garantia de Deus para que ela o utilize. A Bíblia diz: "Cada um administre aos outros o dom como o recebeu" (1 Pd 4:10). Ali não diz "cada um que tenha recebido o dom seja treinado e ordenado por um seminário para poder administrar aos outros".

As Escrituras dizem: "Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá" (1 Pd 4:11). Repare mais uma vez que não diz "primeiro vá à escola, e depois fale".

Mais uma vez: "De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; Ou o que exorta, use esse dom em exortar" (Rm 12:6-8). Novamente não existe uma palavra sequer sobre a pessoa ser treinada por homens antes de poder fazer uso de seu dom.

Além disso, as Escrituras dizem: "Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação" (1 Co 14:26). Aqui também não encontramos qualquer indício de que a pessoa deva ser treinada antes de poder exercitar seu dom na assembleia. A passagem simplesmente diz que se tivermos doutrina (ensino) etc., faça-se tudo para a edificação da igreja.

Evidentemente é verdade que o dom de alguém precisa ser desenvolvido. Isso exige tempo e prática (At 9:20-22; Gl 1:17; At 9:30; 22:25-26; 13:1-14). Quanto mais uma pessoa amadurecer nas coisas divinas, mais útil ela será em seu ministério (At 18:24-28; Mc 4:20). A maneira bíblica de alguém ser ensinado nas coisas divinas é por meio de reuniões da assembleia, guiadas soberanamente pelo Espírito Santo, para nos ensinar a verdade. Ele também usa livros de ministério (ou gravações) de pessoas que reconhecidamente possuem dons e são capazes de nos ensinar a verdade. Mas será perda de tempo procurar nas Escrituras qualquer ideia de que alguém precise ir a um seminário para estar apto a ocupar uma posição de "Ministro" ou "Pastor" de uma igreja. Como já foi dito, tudo isso não passa de invenção humana com o objetivo de preparar a pessoa para uma posição no sistema criado pelos homens. O cristianismo bíblico simplesmente não necessita dessas escolas. Muito do que é ensinado nesses seminários tem por objetivo treinar os futuros "Pastores" a dirigirem uma igreja dentro de um sistema clerical que não é encontrado em lugar algum da Bíblia.


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Leia mais alguns versículos que falam sobre clero e mestres / doutores nesse post.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Gênesis 17

Leia em http://www.bibliaonline.com.br/acf/gn/17 ou https://www.youversion.com/pt-BR/bible/212/gen.17.arc

Gn 17:1-4 Esta é a sexta vez que Deus aparece ou dá uma promessa a Abraão. Houve um espaço em branco na história de Abraão que durou muitos anos. Agora ele está com 99 anos. Quando nos afastamos do Senhor, também perdemos nossos anos. Esta promessa e revelação posteriores apresentam o assunto da circuncisão. É uma figura da morte para a carne, separação e pureza; um completo abandono, uma rendição a Deus. Para desfrutarmos de nossas bênçãos cristãs, devemos aprender o significado de nos rendermos ao Senhor. 

Gn 17:21 A aliança (acordo) de bênção iria ser por intermédio de Isaque, não Ismael. Abraão era impaciente. Ele não podia esperar que Deus lhe desse um filho por meio de Sara sua esposa. Assim ele quis resolver a questão sozinho, e tristeza foi o resultado disso. Mas Deus agora vai agir em graça.

Selados com o Espírito Santo


(Comentário Gênesis 17)

O selo com que o crente está agora selado não é uma mera marca na carne, mas "o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção" (Ef 4:30). Isto é baseado na sua ligação eterna com Cristo e a sua perfeita identificação com Ele, na morte e ressurreição; como lemos em Colossenses 2:10-13, "E  estais perfeitos n'Ele, que é a cabeça de todo principado e potestade; no qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo. Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos. E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com Ele, perdoando-vos todas as ofensas." E uma passagem gloriosa, mostrando a verdadeira ideia daquilo que a circuncisão devia simbolizar. 

Todo o crente pertence à "circuncisão" em virtude da sua ligação viva com Aquele que, por meio da cruz, aboliu para sempre tudo que existia no caminho da justificação perfeita da Sua Igreja. Não houve um ponto de pecado na consciência, nem um princípio de pecado na natureza do Seu povo, cujo julgamento Cristo não tivesse sofrido na cruz; e agora eles são considerados como tendo morrido com Cristo, sido sepultados com Cristo e ressuscitado com Cristo, perfeitamente aceitos n'Ele  —  os seus pecados, as suas iniquidades e transgressões, a sua inimizade e a incircuncisão havendo sido afastados, inteiramente, por meio da cruz. A sentença de morte foi escrita na carne; porém o crente está de posse de uma nova vida, em união com a sua Cabeça ressuscitada na glória.

O apóstolo, na passagem acima reproduzida, ensina-nos que a Igreja foi vivificada da sepultura de Cristo; e, além disso, que o perdão de todas as suas ofensas é tão completo, e inteiramente obra de Deus, como foi a ressurreição de Cristo de entre os mortos; e este último ato, como sabemos, foi o resultado da  sobreexcelente grandeza do seu poder", ou, como podemos melhor dizer, "segundo a operação da força do seu poder" (Ef 1:19)  —  uma expressão verdadeiramente maravilhosa, calculada para mostrar a magnitude e glória da redenção, bem como a base sólida em que ela se fundamenta.

Que descanso (— descanso perfeito —) para o coração e a consciência se encontrar aqui! Que alívio para o espírito oprimido! Todos os nossos  pecados sepultados na sepultura de Cristo, sem um sequer — até mesmo o mais pequeno  —  ter sido deixado de fora! Deus fez isto por nós! Tudo quanto os Seus olhos perscrutadores podiam detectar em nós colocou sobre Cristo quando Ele foi pendurado na cruz! Ele julgou-O ali então, em vez de nos julgar a nós no inferno, para sempre! Que precioso fruto este do amor admirável, profundo e eterno dos desígnios de redenção! E estamos "selados", não com determinada marca feita na carne, mas com o Espírito Santo. Toda a  família da fé está selada desta maneira. Tal é a dignidade, o valor e a eficácia imutável do sangue de Cristo, que o Espírito Santo pode habitar em todos aqueles que têm posto a sua confiança nele.

E, agora, que resta para aqueles que conhecem estas coisas  senão serem "firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor" (1 Co 15:58). Que assim seja, ó Senhor, pela graça do Teu Santo Espírito!

C. H. Mackintosh. Fonte: http://www.scribd.com/doc/105168410/Notas-Sobre-o-Pentateuco-Genesis-C-H-Mackintosh

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Gênesis 16


Abraão falha outra vez. Israel hoje, com todos seus problemas, derramamentos de sangue e guerras com os Árabes, é o resultado de Abraão haver usado Hagar. Os Muçulmanos hoje consideram os Árabes como descendentes de Ismael (37:27). Hagar foi trazida do Egito! A amizade com o mundo nos levará a passar por muita tristeza. 

Gn 16:4-6 Miséria, orgulho, inveja, discórdia e injustiça entraram em sua família. 

Gn 16:7-16 Mesmo assim, como Deus foi misericordioso com aquela pobre mulher! 

Gn 16:14 Ela chega ao poço de "Beer-Laai-Rói", que significa "o poço dAquele que vive e me vê". Quando pecamos, só existe Um a Quem podemos ir e confessar... Deus. (1 Jo 1:9). Mas podemos ter que carregar os resultados de nossa insensatez até o dia de nossa partida deste mundo.

A Lei e a Graça

(Comentário Gênesis 16)

Podemos pensar em Agar o seu filho como figuras do concerto das obras e de todos os que são desse modo trazidos à escravidão (veja G1 4:22-25). "A carne" é, nesta passagem importante, posta em contraste com "a promessa"; e deste modo não temos apenas a ideia divina do que significa o termo "carne", mas também quanto aos esforços de Abraão para obter a semente por meio de Agar, em vez de descansar na "promessa" de Deus. Os dois concertos são simbolizados por Agar e Sara, e são diametralmente opostos um ao outro: um engendra a escravidão, tanto mais que levantou a questão quanto à competência do homem para "fazer" e "não fazer", e fez a vida inteiramente dependente dessa competência. "O homem que fizer estas coisas por elas viverá" (G1 3:12). Este era o concerto de Agar. Porém o concerto de Sara revela Deus como o Deus da promessa, a qual promessa é inteiramente independente do homem e baseada na boa vontade e aptidão de Deus para a cumprir. 

Quando Deus faz uma promessa não há "se" ligado com ela. Ele fá-la incondicionalmente, e está decidido a cumpri-la; e a fé descansa n'Ele, em perfeita liberdade de coração. Não é preciso esforço da natureza para conseguir o cumprimento de uma promessa divina. Foi aqui, precisamente, que Abraão e Sara falharam. Eles fizeram um esforço da natureza para conseguir um determinado fim, o qual estava absolutamente assegurado por uma promessa de Deus. Este é o grande erro da incredulidade. Por meio da sua atividade impaciente levanta uma neblina obscura em volta da alma, que impede os raios da glória divina de a alcançarem. "Não fez ali muitas maravilhas por causa da incredulidade deles" (Mt 13:58). Uma característica eficaz da fé é que sempre deixa o campo livre para Deus Se revelar; e, verdadeiramente, quando Ele Se revela, o homem deve tomar o lugar de um feliz adorador.

O erro pelo qual os Gálatas se deixaram arrastar foi o acréscimo de alguma coisa da natureza àquilo que Cristo já tinha realizado por eles na cruz. O evangelho que lhes havia sido pregado, e que eles tinham recebido, era a apresentação simples da graça de Deus, perfeita e incondicional. Jesus Cristo havia, evidentemente, sido representado perante eles como crucificado (G1 3:1). Isto não era apenas uma promessa divina, mas sim uma promessa divina e gloriosamente consumada. Cristo crucificado correspondia perfeitamente tanto às exigências de Deus como às necessidades do homem. Porém os falsos ensinadores transtornavam tudo isto, ou procuravam transtorná-lo, dizendo: "...Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos" (At 15:1). Isto, como Paulo lhes disse, era, na realidade, tornar Cristo de nenhum efeito.

C. H. Mackintosh. Fonte: http://www.scribd.com/doc/105168410/Notas-Sobre-o-Pentateuco-Genesis-C-H-Mackintosh

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