terça-feira, 26 de março de 2013

A Fidelidade de Deus (Parte 1)

(Comentário Romanos 11)

"DIGO POIS: Porventura rejeitou Deus o Seu povo? De modo nenhum." (Rm 11.1) O próprio Paulo era uma prova disto, pois ele era um israelita. "Deus não rejeitou o Seu povo, que antes conheceu." (Rm 11.2) Não foi Deus que rejeitou Seu antigo povo: "Todo o dia estendi as Minhas mãos a um povo rebelde e contradizente." (Rm 10.21) É importante que se veja este lado da verdade -- a perfeita prontidão de Deus para que Israel -- sim, até mesmo para que todos os homens -- fosse salvo. O homem é o que é rebelde, o transgressor da lei, e, agora, o que rejeita a misericórdia de Deus.

Vem, então, o outro lado da questão. Israel se rebelou de tal maneira contra Deus, ao ponto de Elias haver dito que só ele havia ficado. Ele disse: "Senhor, mataram os Teus profetas, e derribaram os Teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha alma". (Rm 11.3) Temos aqui a profunda e universal rejeição e ódio do homem contra Deus. Trata-se do homem no pleno exercício de sua vontade própria. Mas, acaso Deus abandonou todos os homens à sua própria livre escolha e ao seu ímpio caminho?

"Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil varões, que não dobraram os joelhos diante de Baal." (Rm 11.4) Deus não diz que eles tenham merecido, ou que tenham se resguardado; não, o que Ele diz é: "(Eu) reservei". O mesmo que já vimos no capítulo 9, e se Deus não tivesse feito assim, todos eles teriam se tornado como Sodoma e Gomorra.

"Assim pois também agora neste tempo ficou um resto, segundo a eleição da graça." (Rm 11.5) Sim, nessa mesma ocasião ninguém poderia negar que a nação, como tal, estava enlouquecida em sua ira contra Cristo. O próprio Saulo era uma prova do excessivo ódio dos israelitas contra Cristo. Mas, como aconteceu nos dias de Elias, houve então uma eleição de graça, de livre e imerecido favor de Deus. Querido jovem crente, você será imensamente tentado a rejeitar este abundante e gratuito favor de Deus que elege. Nos dias de hoje há poucos que creem nisto de coração. Gostaríamos que você abraçasse isto de toda a sua alma. Será que não ficou evidente que tanto Israel como os gentios são tão maus, tão grandes rejeitadores da graça de Deus, que se não fosse por Sua eleição, em livre graça e favor, ninguém teria sido salvo? Todos, todos eles teriam sido como Sodoma. Sim, a completa ruína do homem, e a eleição de Deus, são coisas que, ou permanecem juntas, ou caem juntas. Você não pode verdadeiramente tomar posse de uma e rejeitar a outra. Repare que estas passagens demonstram que não há má vontade da parte de Deus, mas o homem não quer receber a graça de Deus. Quando isto é enxergado, quão precioso é, para o crente, a bendita verdade da eleição da graça! "Mas se é por graça, já não é pelas obras: de outra maneira, a graça já não é graça." (Rm 11.6) Isto é evidente. A salvação por obras, de qualquer tipo que seja, necessariamente coloca de lado o livre favor de Deus. Porventura você permanece no livre, pleno e eterno favor de Deus; ou está procurando alcançá-la por meio das obras?


Romanos 11


O primeiro homem foi expulso do paraíso por causa do pecado; mas agora um Homem veio do paraíso à terra, para pagar pelo pecado, e Ele irá nos levar com Ele para o paraíso para sempre.


Paulo aqui olha para o futuro. Ele indaga se Deus parou de tratar com Israel de uma vez por todas. Não, eles serão abençoados no final! Após o Senhor levar a igreja (nós os crentes) para o céu, então Ele vai voltar a tratar com Israel.

Rm 11:1-5 Lembre-se de que Elias pensou que fosse o único em seus dias que permanecera fiel a Deus. E o Senhor teve que dizer a ele que 7.000 outros não haviam se curvado à adoração de ídolos. Deus sempre tem os Seus fiéis ou um remanescente.
Rm 11:6 A graça é o oposto das obras.

Rm 11:11-35 Através da rejeição do Messias, Deus deixou os Judeus e passou a oferecer Sua salvação a todo o mundo. Quando o Senhor Jesus voltar para nós, então Deus irá começar a trabalhar em alguns Judeus outra vez, e irá abrir seus olhos agora cegos.

Rm 11:12-16 Israel rejeitou o Salvador e através dessa rejeição muitas coisas boas chegaram aos Gentios. Quão grande e glorioso dia será aquele quando Israel voltar a Deus!

Rm 11:17-33 Israel foi o ramo natural de uma árvore. Por causa de sua incredulidade foi cortado, e outros ramos (os Gentios) foram enxertados. Mas aqui os novos ramos são avisados de que se não continuarem fiéis serão cortados e então será fácil enxertar outra vez os ramos naturais. E é exatamente o que vai acontecer. Depois que nós crentes formos levados para o céu, os Judeus serão outra vez abençoados no milênio.

Rm 11:33 Paulo rompe em louvor a Deus por haver concebido um plano tão glorioso.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Nosso Lugar Neste Mundo (Parte 2 - Final)

Nosso Lugar em Relação ao "Arraial"

Na epístola aos Hebreus, lemos: "Porque os corpos dos animais, cujo sangue é, pelo pecado, trazido pelo sumo sacerdote para o santuário, são queimados fora do arraial. E por isso também Jesus, para santificar o povo pelo Seu próprio sangue, padeceu fora da porta. Saiamos pois a Ele fora do arraial, levando o Seu vitupério" (Hebreus 13.11-13). Há duas coisas bem evidentes nesta passagem - o sangue da oferenda pelo pecado era levado para dentro do santuário, e os corpos dos animais que haviam sido sacrificados eram queimados fora do arraial (¹). O apóstolo mostra que estas duas coisas tinham seus correspondentes na morte de Cristo, que é o antítipo daqueles sacrifícios. 

Temos, assim, a dupla posição ocupada pelo crente - seu lugar diante de Deus no interior do santuário, para onde o sangue era levado, e seu lugar na Terra fora do arraial ou acampamento, onde Cristo sofreu. Em outras palavras, como já foi explicado, se estamos em Cristo diante de Deus, identificados com Ele ali em todo o aroma de Sua própria aceitação, estamos também identificados com Ele sobre a Terra, ocupando o Seu lugar de vergonha, reprovação e rejeição. O lugar do crente sobre a Terra é fora do arraial; como diz o autor desta epístola: "Saiamos pois a Ele fora do arraial, levando o Seu vitupério" (Hebreus 13.13).

O Que é o "Arraial"?

Talvez você esteja perguntando: "O que é o arraial?". Na passagem que acabei de citar, fica claro, a partir do contexto todo, que trata-se do judaísmo. A que, então, se aplicaria isso em nossos dias? O judaísmo provinha de Deus e ocupava o lugar de testemunho dEle neste mundo. O judaísmo falhou e foi posto de lado depois do Pentecostes, quando, diante da pregação dos apóstolos, ocorreu a rejeição final de Cristo. O cristianismo tomou então o lugar do judaísmo como o testemunho de Deus neste mundo, conforme nos ensina o capítulo 11 de Romanos. Portanto, o "arraial" em nossos dias é o cristianismo organizado, a igreja professa, que inclui todas as denominações, desde o corrupto Catolicismo Romano até as menores seitas do Protestantismo. 

É possível que, neste ponto, você pergunte: "Baseados em quê somos exortados a sair fora desse arraial?" Baseados em sua completa ruína como testemunho de Deus sobre a Terra. "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas" (Apocalipse 2.11). É nossa responsabilidade - e até mesmo nossa segurança - analisarmos tudo o que se diz como vindo de Deus, usando para isso a Palavra escrita. Se usarmos o mesmo critério para provar todas as denominações, todas elas se mostrarão culpadas de fracasso e desobediência. Portanto, nada mais resta ao crente que deseja atuar de acordo com o pensamento de Deus senão tomar o seu lugar fora de tudo isso, apartado da confusão e dos erros de nossos dias maus, seguindo adiante com os que estão congregados simplesmente ao nome de Cristo em obediência à Sua Palavra. 

Uma Tenda Fora do "Arraial"

O capítulo 33 de Êxodo é muito instrutivo a esse respeito. Quando Moisés desceu do monte (capítulo 32), viu que todo o arraial havia caído em idolatria, e depois de haver retornado de sua intercessão a favor de Israel, trouxe uma "má notícia" para o povo (leia Êxodo 33.4). Então, "tomou Moisés a tenda, e a estendeu para si fora do arraial, desviada longe do arraial, e chamou-lhe a tenda da congregação: e aconteceu que todo aquele que buscava o Senhor saiu à tenda da congregação, que estava fora do arraial" (Êxodo 33.7). Moisés agiu assim porque agia de acordo com o pensamento do Senhor em vista do fracasso do povo, e vemos nesta cena um exemplo moral para nossos dias. Peço a você que considere este assunto cuidadosamente.

Creio que já escrevi o suficiente para levá-lo a compreender o lugar do crente neste mundo. Por um lado deve estar em separação do mundo e por outro lado deve estar fora do arraial. Tomar uma posição assim irá fazer com que sejamos odiados pelos que estão no mundo e reprovados pelos que permanecem no arraial. Mas, se assim acontecer, estaremos ainda mais identificados com nosso bendito Senhor. Em Hebreus 13.13 isto é chamado de "Seu vitupério", que significa vergonha ou desonra. Que jamais desejemos fugir do ódio do mundo, nem evitar a vergonha fora do arraial, mas que possamos nos regozijar quando formos considerados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus! (leia Hebreus 11.38 e Atos 5.41).

Edward Dennett. Fonte: http://pt.scribd.com/doc/105860553/Doze-Cartas-a-um-Novo-Convertido ou http://www.stories.org.br/doze3.html

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(¹) Arraial era um nome dado a Israel, devido ao fato de eles terem morado em tendas durante muito tempo. Logo, arraial representa não só o povo, mas também a religião judaica. Leia mais aqui e aqui.

Gênesis 31 (Parte 2)


Jesus na cruz foi meu substituto... Jesus, ressuscitado e exaltado, é minha aceitação.

Gn 31:25-27 Jacó não precisava ter agido tão abruptamente e partido sem o conhecimento de seu tio. Ele não se apoiou em Deus, nem confiou em seu companheiro.

Gn 31:26-42 Um triste modo de agir. Raquel havia roubado alguns dos deuses de seu pai! Precisam inventar uma mentira para evitar que seu pai os encontrem. Geralmente são necessárias mentiras para esconder obras más.

Gn 31:43-55 Nenhum homem confiou no outro. A aliança que fizeram, e a coluna que ergueram é uma evidência de que um tinha medo de ser ferido pelo outro.

Gn 31:52 A preocupação deles. Não há muito amor fraternal (Que parte tem o crente com o incrédulo? 2 Co 6:14-18). Quando voltamos para os hábitos mundanos é importante que os confessemos e os abandonemos (Pv 28:14).

domingo, 17 de março de 2013

O Conhecimento do Deus da Graça

(Comentário Gênesis 29, 30 e 31)

Ora, é segundo o verdadeiro caráter de Jacó, de lugar em lugar da sua extraordinária história, que se obtém uma maravilhosa vista da graça divina. Ninguém senão Deus poderia suportar uma pessoa como Jacó assim como ninguém senão Deus teria tratado com uma pessoa assim. Graça começa pelo ponto mais baixo. Recebe o homem como ele é, e trata com ele no pleno conhecimento do que ele é. É de grande importância compreender este aspecto da graça no ponto de decisão de alguém; habilita-nos a levar, com firmeza de coração, as descobertas posteriores de vileza pessoal, que tão frequentemente abalam a confiança e perturbam a paz dos filhos de Deus.

Muitos não compreendem desde o princípio a ruína completa da sua natureza, tal qual se manifesta na presença de Deus, embora os seus corações hajam sido atraídos pela graça, e as suas consciências tranquilizadas, de algum modo, pela aplicação do sangue de Cristo. Por isso, à medida que vão avançando na sua carreira, começam a fazer descobertas mais profundas do mal em seus corações, e, sendo deficientes na sua compreensão da graça de Deus, e da eficácia e extensão do sacrifício de Cristo, levantam imediatamente a questão acerca de serem filhos de Deus. Deste modo são tirados a Cristo e atirados para cima de si próprios, e então ou se entregam às ordenações, de modo a manterem o seu tom de devoção, ou caem outra vez inteiramente no mundanismo e na carnalidade. Estas consequências são desastrosas, e o resultado de não se ter o coração estabelecido na graça.

É isto que torna o estudo da história de Jacó tão interessante e útil. Ninguém pode ler estes três capítulos sem ser despertado pela graça maravilhosa que pôde cuidar de um como Jacó, e não apenas cuidar dele, mas dizer, depois da descoberta plena de tudo que havia nele, que não "viu iniquidade em Israel, nem contemplou maldade em Jacó" (Nm 23:21). Deus não diz que não havia perversidade e iniquidade em Jacó. Uma tal afirmação não daria confiança ao coração — a própria coisa, sobre todas as coisas, que Deus quer dar. Nunca daria ânimo ao coração de um pobre pecador dizer-lhe que nele não havia pecado — porque, enfim, ele sabe muito bem que há —, porém, se Deus diz, com base no sacrifício perfeito de Cristo, que não vê pecado sobre si, isso dá, infalivelmente, paz ao seu coração e à consciência. Se Deus tivesse escolhido Esaú, não teríamos tido, de modo nenhum, uma tal demonstração da graça; é por esta razão, que ele não aparece perante nós na luz amável em que vemos Jacó. Quanto mais o homem se afunda, mais a graça de Deus se eleva. À medida que o meu débito aumenta, nos meus cálculos, de cinquenta para quinhentos talentos, do mesmo modo, a minha apreciação da graça, e a experiência do amor que, não tendo nós nada com que pagar, pôde liberalmente perdoar-nos tudo (Lc. 7:42), se elevam.

Bem podia o apóstolo dizer, "... bom é que o coração se fortifique com graça e não com manjares, que de nada aproveitaram aos que a eles se entregaram" (Hb 13:9).

C. H. Mackintosh. Fonte: http://www.scribd.com/doc/105168410/Notas-Sobre-o-Pentateuco-Genesis-C-H-Mackintosh

Gênesis 31 (Parte 1)


A revelação de Cristo tem tanto a ver com a formação de nosso caráter e afeições quanto tem a ver com a salvação de nossa alma.

Gn 31:1-24 Finalmente a caminho de sua própria terra! Após cerca de 20 anos de grandes eventos. Volte para 28:15 para ver a maravilhosa promessa que Deus lhe havia feito. Veja em Hb 13:5 a promessa que Ele fez a você (se você for um crente).

Gn 31:3 Ao longo de todo o caminho, Suas promessas nunca falham. Você pode se lembrar de um ponto na vida de Isaque (pai de Jacó) quando somente após ele voltar para a terra da promessa é que lemos de um altar e oração (26:23-24). Por todos os 20 anos da ausência de Jacó da terra prometida, nunca lemos nem uma vez de Jacó construindo um altar a Deus, ou mesmo de orar a Ele! Não havia nada para diferenciá-lo de todas as pessoas ao seu redor. Será que somos assim? Embora Jacó pareça ter abandonado a Deus, Deus não o abandonou. Você tem estado em um caminho de obstinação? Tem andado longe de Deus? Escute, Ele está falando com você, "Torna-te... e Eu serei contigo" (vers. 3). Ele restaura nossa alma (Sl 23:3).

quarta-feira, 13 de março de 2013

Nosso Lugar Neste Mundo (Parte 1)

Assim como é certo que estamos identificados com Cristo diante de Deus no que se refere à nossa posição, estamos também identificados com Cristo diante do mundo. Em outras palavras, somos colocados em Seu lugar aqui, assim como estamos nEle diante de Deus; e tenho certeza de que seria de muito proveito se tivéssemos esta verdade continuamente diante de nossa alma. 


Há, porém, dois aspectos que se referem ao nosso lugar nesta Terra e é importante que ambos sejam bem compreendidos. O primeiro aspecto está relacionado com o mundo e o segundo com o "arraial", isto é, o cristianismo organizado de nossos dias, que nesta dispensação tomou o lugar do judaísmo como testemunho de Deus. Leia Romanos 11 e compare com o capítulo 13 de Mateus.

Primeiro: Nosso Lugar em Relação ao Mundo

O Senhor Jesus, dirigindo-se aos judeus, disse: "Vós sois de baixo, Eu sou de cima; vós sois deste mundo, Eu não sou deste mundo" (João 8.23). Mais tarde, quando apresentava ao Pai os que eram Seus, disse: "Não são do mundo, como Eu do mundo não sou" (João 17.16), e se você ler do versículo 14 ao 19 verá que Ele coloca Seus discípulos na posição que Ele mesmo ocupa perante o mundo, do mesmo modo como, do versículo 6 ao 13, Ele os coloca na mesma posição que Ele ocupa diante do Pai. 



Você deve notar ainda que os discípulos ocupam a posição do Senhor neste mundo porque não são daqui, assim como o Senhor não era, pois após terem nascido de novo não pertencem mais a este mundo. Por isso Ele menciona continuamente que Seus discípulos teriam de enfrentar o mesmo ódio e perseguição que Ele vinha experimentando. Assim, dando um exemplo, Ele diz: "Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, Me aborreceu a Mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes Eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a Mim Me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a Minha palavra, também guardarão a vossa" (João 15.18-20). O apóstolo João indica ainda o total contraste entre os crentes e o mundo, quando diz: "Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno" (1 João 5.19).

Levados Para Fora do Mundo

Há, porém, muito mais do que nos é mostrado nestas importantes passagens. Cada crente é visto por Deus como tendo morrido e ressuscitado com Cristo (leia Romanos 6 e Colossenses 3.1-3). Do ponto de vista de Deus, o crente é assim transportado, através da morte e ressurreição de Cristo, completamente para fora do mundo, da mesma forma como Israel foi levado para fora do Egito através do Mar Vermelho. Portanto ele não pertence mais ao mundo, embora seja enviado ao mundo como representante de Cristo (leia João 17.18). Por isso o apóstolo Paulo podia dizer, enquanto estava ativo no serviço para Cristo neste mundo, "longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo" (Gálatas 6.14). Pela cruz de Cristo ele viu que o mundo já estava julgado (leia João 12.31), e pela aplicação da cruz em si próprio ele considerava-se como morto - crucificado para o mundo - de modo a deixar bem clara a separação que existia entre si mesmo e o mundo; uma separação tão completa como a que é ocasionada pela morte.

De tudo isso podemos ver que o cristão, embora estando no mundo, não pertence a ele - Ele não é do mundo no mesmo sentido em que Cristo não pertencia ao mundo. O crente pertence a uma outra esfera - pois se alguém está em Cristo é nova criatura; como já foi visto, ele foi transportado perfeitamente limpo para fora deste mundo por meio da morte e ressurreição de Cristo. Por isso o cristão deve estar completamente separado do mundo; não deve conformar-se a ele em seu espírito, hábitos, conduta, modo de andar, enfim, em tudo o crente deve mostrar que não é deste mundo (leia Gálatas 1.3,4 e Romanos 12.2). E deve, ainda, pela aplicação da cruz, manter-se como crucificado para o mundo. Nenhuma atração ou assimilação pode existir entre duas coisas que já foram julgadas. 

Estamos Aqui no Lugar de Cristo

Portanto, o crente está no mundo no lugar de Cristo, isto é, está aqui por Cristo e é identificado com Cristo. Consequentemente deve testemunhar de Cristo, andar como Cristo andou, e esperar receber o mesmo tratamento que foi dado a Ele (leia Filipenses 2.15 e 1 João 2.6). Não é que esperamos ser crucificados como Cristo foi, mas se formos fiéis iremos encontrar no mundo o mesmo espírito de oposição que Ele encontrou. Na verdade, a medida de semelhança de Cristo que trouxermos em nossa vida será a medida da nossa perseguição. E pode-se dizer que o fato dos crentes encontrarem hoje tão pouca oposição do mundo demonstra o quão pouco estão separados dele.

Antes de passar para o outro aspecto deste assunto, não posso deixar de rogar-lhe insistentemente que rompa todo e qualquer vínculo que o esteja ligando moralmente com este mundo. Não é preciso muito discernimento para se perceber que o espírito deste mundo, o mundanismo, está introduzindo-se sorrateiramente, porém com rapidez, nas igrejas ou assembleias e manifestando-se com jactância até mesmo na mesa do Senhor. Que golpe e que desonra para Aquele cuja morte nos reunimos para recordar! E que solene advertência recai sobre os santos para que nos humilhemos perante Deus, buscando renovada graça a fim de sermos mais fervorosos e mais separados do mundo; para que fique evidente que pertencemos a Cristo, a Quem o mundo rejeitou, lançou fora e crucificou! Quantos de nós têm o espírito de Paulo, que desejava a "comunicação de Suas aflições, sendo feito conforme à Sua morte" (Filipenses 3.10), tendo em vista o Cristo glorificado como objeto de sua afeição e alvo de todas as suas aspirações? Que o Senhor possa restaurar em nós, e em todos os Seus amados santos, mais dessa devoção a Ele, em completa separação deste mundo.



*Nota: separar-se não significa isolar-se, leia mais aqui.

A Proclamação de Uma Perfeita Justiça (Parte 2 - Final)

(Comentário Romanos 10)

Agora o apóstolo cita, como prova, a própria Escritura que eles possuíam. "Porque a Escritura diz: Todo aquele que nEle crer não será confundido." (Rm 10.11) Isto prova que haveria um tempo em que a doutrina do "não há diferença" estaria em vigor. "Porquanto não há diferença entre judeu e grego (ou gentio): porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que O invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo." (Rm 10.12,13; Joel 2.32.) Que bendito fato é este: todos, seja judeus ou gentios, que verdadeiramente se achegam ao Senhor, invocando-O, estão assegurados das boas vindas, assim como aconteceu com o pródigo (ver Lucas 15).

O que você prefere, leitor? Nunca ter pecado e ter produzido uma justiça que o deixasse apto para comparecer diante de Deus (se fossem coisas possíveis), trazendo assim uma túnica para Deus, ou, reconhecer tudo o que você é, e tudo o que praticou, e agora, como um pecador merecedor do inferno, confessar com sua boca e crer em seu coração no Senhor Jesus, como sua eterna justiça diante de Deus? Não podemos nos detestar muito a nós mesmo; mas, oh, que profunda compaixão a que nos encontra exatamente como estamos, e nos veste com a melhor roupa, com anel e sandálias. E como nos é dado conhecer esta justiça de Deus? Leia os versículos 14 e 15 para ter a resposta. Escutando a Palavra, o evangelho da paz que nos foi enviado. Que boas novas! Aqueles que buscavam a justiça pela lei odiaram essas boas novas e os pregadores do evangelho. É exatamente o que acontece até hoje, por todos os que dizem que são judeus e não o são.

Não seria este um fato dos mais espantosos que o homem pudesse odiar e rejeitar o seu maior bem, o evangelho da paz? O homem tentará, ou pensa poder tentar, atingir algum dia a sua própria paz com Deus. Mas não terá a paz que é feita pelo sangue de Jesus; a paz que é pregada àqueles que estão longe, e àqueles que estão perto. Sim, a paz que é proclamada a todos. "Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação?" (Rm 10.16) A palavra do evangelho foi pregada a todo o Israel: mas não quiseram crer. É pregada agora, talvez como nunca o foi antes, a toda a cristandade; mas eles não a receberão. Veremos o resultado final de tudo isso no próximo capítulo.

Deus tem os que Lhe pertencem, apesar de toda a perversidade do homem, sejam judeus ou gentios, como Isaías claramente disse: "Fui achado pelos que me não buscavam, fui manifestado aos que por Mim não perguntavam". (Rm 10.20) O apóstolo provou, assim, as duas coisas tiradas das passagens do próprio Antigo Testamento deles: que não há diferença, e que prevalece a soberania de Deus. Quem quer que seja, judeu ou grego, que invocar o Senhor será salvo -- e, oh, que verdade que sustenta a alma, Ele terá misericórdia de quem tiver misericórdia. Teria Israel se perdido por Deus não desejar salvá-los? "Mas contra Israel diz: Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizente." (Rm 10.21) Eles não quiseram ir a Ele: eles recusaram o melhor vestido, o anel e as sandálias. Que isto não aconteça com os leitores destas linhas. Aquele que vai a Ele, de maneira nenhuma será lançado fora.

Charles Stanley. Fonte: http://pt.scribd.com/doc/104720029/Vida-Atraves-Da-Morte

quinta-feira, 7 de março de 2013

A Manifestação do Coração do Homem

(Comentário Gênesis 30)

Toda a labuta e trabalho de Jacó, à semelhança do contrato infeliz que fez, é o resultado do seu desconhecimento da graça de Deus, e a sua incapacidade para ter confiança implícita nas Suas promessas. O homem que podia dizer, depois de uma promessa de Deus de lhe dar toda a terra de Canaã, "SE Deus me der pão para comer e vestes para vestir", podia apenas ter uma pálida compreensão de Quem Deus era, ou o que era a Sua promessa; e por esta razão vemo-lo fazer tudo que pode por si mesmo. Este é sempre o método adotado quando a graça não é compreendida: os princípios da graça podem ser professados, mas a verdadeira medida da nossa experiência do poder da graça é outra coisa muito diferente.

Poderia supor-se que a visão de Jacó lhe tivesse falado de graça; contudo a revelação de Deus em Betel, e o procedimento de Jacó em Harã são duas coisas muito diferentes; todavia, este mostra-nos o que fora a compreensão de Jacó daquela. O caráter e o comportamento são prova real da medida da experiência e convicção da alma, seja qual for a profissão. Porém Jacó não se conhecia ainda tal qual era perante Deus, e portanto desconhecia a graça, e mostrou a sua ignorância medindo-se com Labão e adotando as suas máximas e métodos.

Não pode deixar de notar-se o fato que visto Jacó ter falhado em entender e julgar o caráter natural da sua carne perante Deus, foi, na providência de Deus, levado para a própria esfera na qual esse caráter foi inteiramente revelado nos seus traços mais largos. Foi conduzido a Harã, o país de Labão e Rebeca, a própria escola donde esses princípios, de que ele era um adepto notável, tinham emanado, e onde eram ensinados, mostrados e mantidos. Se alguém quisesse aprender o que Deus era tinha de ir a Betel; se desejasse conhecer o que o homem era devia ir a Harã. Mas Jacó havia falhado em receber a revelação que Deus lhe dera de Si Próprio em Betel, e portanto foi para Harã, e ali mostrou o que era — e, oh! que contendas e que mesquinhez! Que subterfúgios e que astúcia! Não mostra confiança santa em Deus, nem fé e esperança n'EIe.

C. H. Mackintosh. Fonte: http://www.scribd.com/doc/105168410/Notas-Sobre-o-Pentateuco-Genesis-C-H-Mackintosh

Gênesis 30


Tristes acontecimentos. O fato de Jacó ter duas esposas trouxe muita luta para dentro do lar. O atrito e ciúme das esposas passou para os filhos. Veremos isso nos dias que se seguirão, à medida que formos lendo o livro.

Gn 30:25-26 Quando José nasce, Jacó tinha o desejo de voltar para o "meu lugar, e à minha terra". É bom ver que ele chama aquela terra de sua. Pois embora Deus a tivesse apenas prometido a ele, ele cria em Deus e já a considerava sua.

Gn 30:27 Seu primo Labão não está feliz com a ideia  Parentes e amigos que não sejam salvos não gosta que nos separemos deles.

Gn 30:28-43 Um estratagema após outro. Podemos não nos surpreender com a malandragem de Labão, pois ele era um idólatra. Mas de Jacó esperávamos coisas melhores que essas. Jacó foi um homem que se encontrou com Deus em Betel, que viu anjos, e que fez um acordo sério com Deus. Mas aqui vemos Jacó de volta aos truques e enganos mundanos. Quando um crente volta às maneiras mundanas, é muito, muito triste. Todavia quão paciente e longânimo é Deus! Deus espera pacientemente até que seu teimoso "filho" esgote todas suas possibilidades. Deus, em sua humilde graça, com freqüência chama a Si mesmo de "Deus de Jacó". É este o Deus que precisamos conhecer cada vez mais.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Dois Negociantes

(Comentário Gênesis 29)

É admirável ver como Jacó ingressa numa atmosfera tão adequada à sua condição moral. O pechincheiro Jacó encontra-se com o explorador Labão, e vê-los, de fato, ambos esticando os nervos para se excederem um ao outro em astúcia. Não devemos estranhar o caso em Labão, pois ele nunca havia estado em Betel: nunca vira o céu aberto e uma escada posta na terra cujo topo tocava nos céus; nem tinha ouvido  promessas grandiosas dos lábios do Senhor, garantindo-lhe toda a terra de Canaã, com uma posteridade inumerável. Não é de admirar, pois, que ele mostrasse um espírito avaro e abjeto; não tinha outro recurso. É escusado esperar do homem do mundo outra coisa que não seja um espírito mundano, e princípios e métodos mundanos; não tem nada superior; e não podemos tirar uma coisa limpa duma imunda. Porém, encontrar Jacó, depois de tudo que havia visto e ouvido em Betel, a lutar com um homem do mundo, e procurando, por tais meios, acumular riquezas, é notavelmente humilhante.

E todavia, enfim, não é um caso raro encontrar os filhos de Deus esquecendo assim os seus altos destinos, e a herança celestial, para descerem à arena com os filhos deste mundo, a fim de ali lutarem pelas riquezas e honras de uma terra ferida de pecado e perdida. Na verdade, isto é de tal forma verdadeiro que, em muitos casos, é difícil descortinar uma simples evidência daquele princípio que o apóstolo João nos diz "que vence o mundo" (1 Jo 5:4). Olhando para Jacó e Labão, e considerando-os segundo princípios naturais, será difícil notar neles qualquer diferença. É preciso ficar-se atrás das cenas e compreender os pensamentos de Deus quanto a ambos para ver como diferem um do outro. Todavia foi Deus Quem os fez diferir, e não Jacó; e assim é agora. Por muito difícil que possa ser descortinar alguma diferença entre os filhos da luz e os filhos das trevas, há, todavia, uma grande desigualdade — uma diferença baseada no fato solene que os primeiros são "vasos" de misericórdia, que "para glória já dantes preparou", enquanto que os últimos são "os vasos da ira (¹), preparados (não por Deus, mas pelo pecado) para a perdição" (Rm 9:22-23). Isto faz uma diferença muito séria. Os Jacós e os Labães são diferentes materialmente, e serão para sempre diferentes, embora os primeiros possam falhar tristemente na realização e manifestação prática do seu verdadeiro caráter e dignidade.

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(¹) É muito interessante notar como o Espírito de Deus, em Romanos 9, e, na verdade, através de toda a Escritura, nos precavê contra as conclusões horrendas que a mente humana tira da doutrina da eleição de Deus. O que Ele diz dos "vasos da ira" é que eles são simplesmente para "destruição". Não diz que Deus os "preparou". Ao passo que, por outro lado, quando se refere aos vasos de misericórdia, diz que Deus "para glória já dantes os preparou". Isto é notável.

Se o leitor consultar por um momento Mateus 25:34 a 41 há-de encontrar outro caso notável e belo da mesma coisa. Quando o rei se dirige aos que estão à Sua direita, diz-lhes; "Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado, desde a fundação do mundo" (versículo 34). Porém quando fala aos que estão à Sua esquerda, diz: "Apartai-vos de mim, malditos." Não diz, "malditos de meu Pai". E, além disso, acrescenta, "para o fogo eterno" preparado, não para vós, mas "para o diabo e seus anjos" (versículo 41).

Em suma, é, portanto, claro que Deus "preparou" um reino de glória e "vasos de misericórdia" para herdarem esse reino; mas não preparou "o fogo eterno" para os humanos, mas sim para "o diabo e seus anjos"; nem tão-pouco preparou os "vasos para ira", mas eles mesmos se prepararam para isso.

A Palavra de Deus estabelece tão claramente a "eleição" como nos avisa contra "a condenação". Todos os que se encontrarem no céu terão de dar graças a Deus por isso, e todo aquele que se achar no inferno terá de agradecer a si próprio por isso.
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C. H. Mackintosh. Fonte: http://www.scribd.com/doc/105168410/Notas-Sobre-o-Pentateuco-Genesis-C-H-Mackintosh

Gênesis 29

Leia em http://www.bibliaonline.com.br/acf/gn/29

Onde quer que o Espírito de Deus nos revele verdade, trata-se da revelação de Cristo para a alma.

Deus é um Professor fiel. Ele ensina Jacó, Ele deixa que Jacó colha a vergonha e a tristeza de um caminho de obstinação. Jacó havia enganado seu pai anos antes, e agora ele é enganado. Até nos mínimos detalhes mostrados neste capítulo, vemos a mão de Deus. Para Deus não existem coisas grandes ou pequenas. Todas são iguais. Ele Se interessa em cada detalhe de nossa vida. Dois mercadores - quem consegue passar a perna no outro? Estes não são os caminhos de Deus, mas do homem.

Gn 29:31-35 Sem o saber, estas esposas deram nomes que tinham um significado muito grande. Quando chegarmos ao capítulo 49 vamos aprender que toda a história de Israel está delineada em seus nomes. Que Senhor maravilhoso temos - Rm 11:36. Jacó ficou aqui cerca de 20 anos, e aprendeu muitas lições na escola de Deus. O crente hoje está na escola de Deus por toda a vida. Será que queremos aprender? Seremos abençoados se querermos - Leia Jo 7:17.

sexta-feira, 1 de março de 2013

A Proclamação de uma Perfeita Justiça (Parte 1)


(Comentário Romanos 10)

O APÓSTOLO faz aqui uma pequena pausa. Trata-se da pressão do amor de seu coração. "Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação." (Rm 10.1) Eles tinham zelo por Deus, mas não com entendimento. O apóstolo estava imensamente triste com os que causavam problemas, e buscavam inquietar os gálatas, sim, ele desejava até que fossem cortados (Gálatas 5.12). Mas o quanto ele chorou sobre a grande multidão de judeus enganados. Estamos nós tristes pela multidão que nos cerca? Podemos dizer que o desejo de nosso coração e nossa oração por eles a Deus é que possam ser salvos?

"Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus." (Rm 10.3) Você deve estar lembrado de que a justiça de Deus é revelada no evangelho. (Veja os capítulos 1.17 e 3.21-25.) Assim, os judeus que rejeitaram o evangelho, permaneceram necessariamente ignorantes daquela justiça. E assim acontece até o dia de hoje: todo aquele que rejeita a revelação de que Deus é justo e ainda o Justificador do ímpio, acaba, se estiver ansioso para ser salvo, buscando estabelecer sua própria justiça, recusando-se, assim, a submeter-se ao fato de que Deus é justo em justificá-lo gratuitamente, por meio da redenção que há em Cristo Jesus.

O encontro do pai com o pródigo em Lucas 15 ilustrará este assunto. O pródigo, assim como o pobre gentio, caiu em si. A parábola toda é surpreendente: o pastor tinha vindo para buscar a ovelha perdida, sim, como sabemos, Ele morreu por ela. O Espírito Santo foi enviado desde o céu e procura o perdido. E agora o pai tem o seu gozo completo ao receber o filho perdido; ele, o pai, vai ao seu encontro. Um profundo exercício de consciência havia tomado lugar no pródigo. Um senso de que havia abundância na casa do pai, e uma prontidão em confessar seu pecado; isto é o que sempre marca a obra do Espírito. Todavia, até aqui ele ignorava acerca do melhor vestido.

Ele esperava ser um servo, como acontece em cada coração humano, mas estava totalmente ignorante do que lhe estava reservado. Tudo o que tinha eram seus trapos, sua culpa, sua vergonha. Tudo isso ele reconhecia diante de seu pai. Tinha ele uma túnica para apresentar ao seu pai? Não tinha nada senão trapos. Teria o pai dito a ele que fizesse uma túnica, uma vestimenta que o deixasse adequado para entrar em sua casa? Não. O pai tinha uma túnica para ele. Oh, olhe para o pai: "E, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou." (Lc 15.20) É assim que Deus vai ao encontro do pecador arrependido, que está em seus trapos, sem sequer uma túnica.

O pai disse: "Trazei depressa o melhor vestido, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés." (Lc 15.22) Do mesmo modo o gozo enche o coração de Deus ao receber o pecador perdido. Mas não acontece o mesmo com o irmão mais velho, que prefere lutar por uma justiça própria. Que contraste! Um erro triste e fatal! O pródigo não tinha nem uma túnica para apresentar-se ao pai. Ele não tinha nada além de trapos e pecado. O pai tinha a melhor roupa, a justiça de Deus para o pródigo. Sim, e o anel para sua mão, prova de amor eterno; e o andar condizente também lhe foi providenciado, sandálias para seus pés. Tudo novo e tudo proveniente de Deus.

Israel, assim como o irmão mais velho, não podia ter essa compaixão e justificação de Deus. É certo que estavam ignorantes acerca disso. "Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus." (Rm 10.3) Eles haviam seguido a lei da justiça; haviam tentado guardar a lei para serem justos. Haviam tentado fazer uma túnica para apresentarem a Deus; mas não conheciam a melhor roupa que Deus tinha para dar-lhes. Será este o seu caso, leitor? Será que você está tentando produzir, fazer uma justiça, para apresentá-la a Deus? Talvez você esteja perguntando: Não devo tentar guardar a lei para ser bom e apto para a presença de Deus? Você não vê onde está seu erro? Você não vê que está tentando trazer a túnica para Deus? Qual é a melhor roupa?

"Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê." (Rm 10.4) Sim, Cristo é a melhor roupa -- o fim de todas as exigências, e de todos os sacrifícios da lei, que eram tipos. Deus fez dEle justiça para nós. Não necessitamos de outra justiça para entrarmos na presença de Deus nosso Pai. A justiça prática, exercitada diante dos homens, é uma outra questão, mas não é o assunto tratado aqui.

"Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas." (Rm 10.5) Mas o pródigo não tinha feito estas coisas. E nós não fizemos estas coisas: somos culpados e não temos justiça para apresentar a Deus. Mas, crendo em Deus, Ele pode considerar-nos, e nos considera de fato, justos; e isso por uma obra que já foi consumada, e não algo que ainda necessite ser feito. Cristo não descerá do céu para morrer na cruz. Ele já veio aqui e morreu por nosso pecados. Ele não terá que ressuscitar de entre os mortos, pois tudo já foi feito, tudo consumado. Assim como o pai saiu ao encontro do pródigo, "a palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a saber: SE com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo". (Rm 10.8,9) Era justamente isto o que Israel não iria fazer. Eles não confessariam que Deus fez aquele mesmo Jesus, que eles haviam rejeitado e crucificado, Senhor e Cristo. Eles se apegariam à lei para justiça, e em seus corações não iriam crer em Cristo como a justiça deles diante de Deus. E quantos estão fazendo o mesmo até hoje! Procurarão ser justos, mas nunca conseguirão. Nunca conheceram a justiça de Deus em justificá-los no momento em que cressem.

Charles Stanley. Fonte: http://pt.scribd.com/doc/104720029/Vida-Atraves-Da-Morte

Romanos 10

Leia em: http://www.bibliaonline.com.br/acf/rm/10


O crente entende que o bendito Filho de Deus tornou-Se um homem para poder ser julgado, sofrer e morrer pelo que crê.


Paulo havia sido um Fariseu, e conhecia tudo a respeito da lei. Todavia, assim que foi salvo e passou a ser habitado pelo Espírito Santo (na mesma ocasião - Ef 1:13), ele passou a conhecer a completa rejeição dos Judeus para com Deus. (1) Eles rejeitaram Jeová; (2) rejeitaram o Cristo de Deus, que veio como o Messias e (3) rejeitaram a Deus, o Espírito Santo (Atos 7).

Rm 10:14 Os Judeus tinham um zelo (energia para servir) por Deus, mas não da maneira correta. Eles queriam estabelecer sua própria justiça. E pense só em quanta gente hoje está tentando fazer o melhor que podem.

Rm 10:5-13 O evangelho é facilmente recebido e está aberto a todos.

Rm 10:6-7 Ninguém precisa pensar que seja necessário percorrer uma longa distância (para o céu) ou descer ao abismo para receber a Cristo. A salvação está perto, pronta para qualquer um.

Rm 10:8-13 Os lábios para falar, o coração para crer, isto é tudo o que é necessário de nossa parte.


Rm 10:14-21 Deus deu aos Judeus todas as oportunidades, e fez tudo o que era possível. Existem quatro elos em uma corrente entre Deus e eles... os apóstolos.. a pregação... o ouvir... e a fé (crer). Mas eles quebraram a corrente, eles não iriam crer.

Norman Berry. Fonte: http://www.stories.org.br/rm_p.html

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