quinta-feira, 7 de março de 2013

A Manifestação do Coração do Homem

(Comentário Gênesis 30)

Toda a labuta e trabalho de Jacó, à semelhança do contrato infeliz que fez, é o resultado do seu desconhecimento da graça de Deus, e a sua incapacidade para ter confiança implícita nas Suas promessas. O homem que podia dizer, depois de uma promessa de Deus de lhe dar toda a terra de Canaã, "SE Deus me der pão para comer e vestes para vestir", podia apenas ter uma pálida compreensão de Quem Deus era, ou o que era a Sua promessa; e por esta razão vemo-lo fazer tudo que pode por si mesmo. Este é sempre o método adotado quando a graça não é compreendida: os princípios da graça podem ser professados, mas a verdadeira medida da nossa experiência do poder da graça é outra coisa muito diferente.

Poderia supor-se que a visão de Jacó lhe tivesse falado de graça; contudo a revelação de Deus em Betel, e o procedimento de Jacó em Harã são duas coisas muito diferentes; todavia, este mostra-nos o que fora a compreensão de Jacó daquela. O caráter e o comportamento são prova real da medida da experiência e convicção da alma, seja qual for a profissão. Porém Jacó não se conhecia ainda tal qual era perante Deus, e portanto desconhecia a graça, e mostrou a sua ignorância medindo-se com Labão e adotando as suas máximas e métodos.

Não pode deixar de notar-se o fato que visto Jacó ter falhado em entender e julgar o caráter natural da sua carne perante Deus, foi, na providência de Deus, levado para a própria esfera na qual esse caráter foi inteiramente revelado nos seus traços mais largos. Foi conduzido a Harã, o país de Labão e Rebeca, a própria escola donde esses princípios, de que ele era um adepto notável, tinham emanado, e onde eram ensinados, mostrados e mantidos. Se alguém quisesse aprender o que Deus era tinha de ir a Betel; se desejasse conhecer o que o homem era devia ir a Harã. Mas Jacó havia falhado em receber a revelação que Deus lhe dera de Si Próprio em Betel, e portanto foi para Harã, e ali mostrou o que era — e, oh! que contendas e que mesquinhez! Que subterfúgios e que astúcia! Não mostra confiança santa em Deus, nem fé e esperança n'EIe.

C. H. Mackintosh. Fonte: http://www.scribd.com/doc/105168410/Notas-Sobre-o-Pentateuco-Genesis-C-H-Mackintosh

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