sexta-feira, 1 de março de 2013

A Proclamação de uma Perfeita Justiça (Parte 1)


(Comentário Romanos 10)

O APÓSTOLO faz aqui uma pequena pausa. Trata-se da pressão do amor de seu coração. "Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação." (Rm 10.1) Eles tinham zelo por Deus, mas não com entendimento. O apóstolo estava imensamente triste com os que causavam problemas, e buscavam inquietar os gálatas, sim, ele desejava até que fossem cortados (Gálatas 5.12). Mas o quanto ele chorou sobre a grande multidão de judeus enganados. Estamos nós tristes pela multidão que nos cerca? Podemos dizer que o desejo de nosso coração e nossa oração por eles a Deus é que possam ser salvos?

"Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus." (Rm 10.3) Você deve estar lembrado de que a justiça de Deus é revelada no evangelho. (Veja os capítulos 1.17 e 3.21-25.) Assim, os judeus que rejeitaram o evangelho, permaneceram necessariamente ignorantes daquela justiça. E assim acontece até o dia de hoje: todo aquele que rejeita a revelação de que Deus é justo e ainda o Justificador do ímpio, acaba, se estiver ansioso para ser salvo, buscando estabelecer sua própria justiça, recusando-se, assim, a submeter-se ao fato de que Deus é justo em justificá-lo gratuitamente, por meio da redenção que há em Cristo Jesus.

O encontro do pai com o pródigo em Lucas 15 ilustrará este assunto. O pródigo, assim como o pobre gentio, caiu em si. A parábola toda é surpreendente: o pastor tinha vindo para buscar a ovelha perdida, sim, como sabemos, Ele morreu por ela. O Espírito Santo foi enviado desde o céu e procura o perdido. E agora o pai tem o seu gozo completo ao receber o filho perdido; ele, o pai, vai ao seu encontro. Um profundo exercício de consciência havia tomado lugar no pródigo. Um senso de que havia abundância na casa do pai, e uma prontidão em confessar seu pecado; isto é o que sempre marca a obra do Espírito. Todavia, até aqui ele ignorava acerca do melhor vestido.

Ele esperava ser um servo, como acontece em cada coração humano, mas estava totalmente ignorante do que lhe estava reservado. Tudo o que tinha eram seus trapos, sua culpa, sua vergonha. Tudo isso ele reconhecia diante de seu pai. Tinha ele uma túnica para apresentar ao seu pai? Não tinha nada senão trapos. Teria o pai dito a ele que fizesse uma túnica, uma vestimenta que o deixasse adequado para entrar em sua casa? Não. O pai tinha uma túnica para ele. Oh, olhe para o pai: "E, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou." (Lc 15.20) É assim que Deus vai ao encontro do pecador arrependido, que está em seus trapos, sem sequer uma túnica.

O pai disse: "Trazei depressa o melhor vestido, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés." (Lc 15.22) Do mesmo modo o gozo enche o coração de Deus ao receber o pecador perdido. Mas não acontece o mesmo com o irmão mais velho, que prefere lutar por uma justiça própria. Que contraste! Um erro triste e fatal! O pródigo não tinha nem uma túnica para apresentar-se ao pai. Ele não tinha nada além de trapos e pecado. O pai tinha a melhor roupa, a justiça de Deus para o pródigo. Sim, e o anel para sua mão, prova de amor eterno; e o andar condizente também lhe foi providenciado, sandálias para seus pés. Tudo novo e tudo proveniente de Deus.

Israel, assim como o irmão mais velho, não podia ter essa compaixão e justificação de Deus. É certo que estavam ignorantes acerca disso. "Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus." (Rm 10.3) Eles haviam seguido a lei da justiça; haviam tentado guardar a lei para serem justos. Haviam tentado fazer uma túnica para apresentarem a Deus; mas não conheciam a melhor roupa que Deus tinha para dar-lhes. Será este o seu caso, leitor? Será que você está tentando produzir, fazer uma justiça, para apresentá-la a Deus? Talvez você esteja perguntando: Não devo tentar guardar a lei para ser bom e apto para a presença de Deus? Você não vê onde está seu erro? Você não vê que está tentando trazer a túnica para Deus? Qual é a melhor roupa?

"Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê." (Rm 10.4) Sim, Cristo é a melhor roupa -- o fim de todas as exigências, e de todos os sacrifícios da lei, que eram tipos. Deus fez dEle justiça para nós. Não necessitamos de outra justiça para entrarmos na presença de Deus nosso Pai. A justiça prática, exercitada diante dos homens, é uma outra questão, mas não é o assunto tratado aqui.

"Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas." (Rm 10.5) Mas o pródigo não tinha feito estas coisas. E nós não fizemos estas coisas: somos culpados e não temos justiça para apresentar a Deus. Mas, crendo em Deus, Ele pode considerar-nos, e nos considera de fato, justos; e isso por uma obra que já foi consumada, e não algo que ainda necessite ser feito. Cristo não descerá do céu para morrer na cruz. Ele já veio aqui e morreu por nosso pecados. Ele não terá que ressuscitar de entre os mortos, pois tudo já foi feito, tudo consumado. Assim como o pai saiu ao encontro do pródigo, "a palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a saber: SE com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo". (Rm 10.8,9) Era justamente isto o que Israel não iria fazer. Eles não confessariam que Deus fez aquele mesmo Jesus, que eles haviam rejeitado e crucificado, Senhor e Cristo. Eles se apegariam à lei para justiça, e em seus corações não iriam crer em Cristo como a justiça deles diante de Deus. E quantos estão fazendo o mesmo até hoje! Procurarão ser justos, mas nunca conseguirão. Nunca conheceram a justiça de Deus em justificá-los no momento em que cressem.

Charles Stanley. Fonte: http://pt.scribd.com/doc/104720029/Vida-Atraves-Da-Morte

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