sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Experiência Vitoriosa (Parte 2)

(Comentário Romanos 8)


"E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado." (Rm 8.10) Se a doutrina da perfeição na carne fosse verdadeira, o corpo não poderia estar morto, e nem morrer, pois pelo pecado veio a morte. Vemos o efeito do pecado no corpo, e isto inclui a morte. "Mas o Espírito vive (ou "o Espírito é vida") por causa da justiça." Existe morte em razão do pecado; existe vida em razão da justiça -- não nossa, mas da justiça de Deus, cumprida pela morte de Seu Filho por nós.

Deve o corpo, portanto, permanecer morto por causa do pecado? Não. "E, se o Espírito dAquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, Aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo Seu Espírito que em vós habita." (Rm 8.11) Quão completa a vitória de Cristo! A redenção de nossos corpos fica assim assegurada. O Espírito de Deus habita em nós? Então a vivificação de nossos corpos mortais é certa.

Não estamos, portanto, na carne, embora ela esteja em nós; mas não somos devedores a ela, para vivermos após ela. O fim do pecado, ou da carne, é morte. Descobrimos, para nossa tristeza, que a morte está sempre pronta para agir no corpo. "Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis." (Rm 8.13) Se nossa velha natureza não tivesse sido deixada para agir em nós, não teríamos necessidade de mortificar as obras do corpo. Não se trata de mortificar o corpo, mas as obras do corpo. O importante é vermos que isto é pelo Espírito. Este é um assunto apresentado na sua totalidade em Gálatas 5.16-25.

"Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus." (Rm 8.14) Jesus disse: "O servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre". (Jo 8.35) Não estamos na escravidão, mas na maravilhosa liberdade e privilégios do Filho. E também, "se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei". (Gl 5.18). Como temos visto até aqui, colocar um crente sob a lei, ou colocá-lo sob a direção da lei, é colocá-lo sob o ministério da morte e da maldição. O Espírito sempre nos levará a refletir a glória do Senhor, e a sermos transformados na mesma glória.

O Espírito concede liberdade, não escravidão. Qual é a sua porção -- a liberdade dos filhos de Deus, ou a escravidão do servo, do escravo? Os filhos não deixam de ser filhos para voltarem a ser escravos. "Porque não recebestes o Espírito de escravidão para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus." (Rm 8.16,17) Poderia um filho deixar de ser filho? Poderia Cristo, o Filho, deixar de ser o Filho? Porventura não ouvimos de Seus lábios que Deus é nosso Pai, tanto quanto é Pai dEle também? Este parentesco não pode nunca mudar, não pode nunca deixar de existir. Oh, as riquezas da Sua graça! Que maravilha é que nós, que estamos cônscios de que tão somente merecíamos Sua eterna ira, tenhamos sido introduzidos em um parentesco tão imutável -- filhos de Deus. Um só espírito com o Filho. Agora, sem nenhuma escravidão a ser outra vez temida, mas possuindo o Espírito de adoção, será que por meio dEle clamaríamos, como pecadores distantes de Deus, "Tem misericórdia de nós"? Não! Clamamos, isto sim, Abba, Pai! E, note bem, é este o testemunho do próprio Espírito.

"O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com Ele padecemos para que também com Ele sejamos glorificados." (Rm 8.16,17) Sim, os dois grandes fatos pelos quais o Espírito dá testemunho, são os desta passagem: nossa permanente filiação e nossa posição de herdeiros. E, em Hebreus 10, Ele testemunha que somos aperfeiçoados para sempre, continuamente, pelo sacrifício único de Cristo, de maneira que Deus não Se lembrará mais de nossos pecados. Não há nada que seja negado, ou duvidado com maior frequência, do que estes dois benditos fatos.

Sim, um é o fato de nós, se crentes, sermos perfeitos para sempre. O outro é que somos co-herdeiros juntamente com Cristo. O Espírito dá testemunho disso. E, note bem, se somos co-herdeiros de toda a glória vindoura de Jesus -- o Filho do homem -- não deixe passar por alto estas poucas palavras: "se é certo que com Ele padecemos, para que também com Ele sejamos glorificados". (Rm 8.17) Para constatar que isso foi assim, basta ver toda a história do livro de Atos. O mundo, e especialmente a sua parte religiosa, odiava os discípulos de Cristo tanto quanto odiava o Senhor. E os discípulos sofriam com Ele. E por que não acontece o mesmo hoje? É porque o mundo religioso agora finge ser cristão; e, oh! nós também acabamos descendo a esse mesmo nível. Mas, à medida que formos guiados pelo Espírito, acabaremos certamente sofrendo o ódio do mundo.

Será que você, amado leitor, sabe o que é ser guiado pelo Espírito? Ou será que você está sendo guiado pelas organizações e pelos projetos do mundo religioso? Se assim for, não é de admirar que não saiba o que é desfrutar do parentesco de um filho de Deus, ou o que é sofrer com Cristo. Acaso você pode afirmar estar sendo guiado pelo Espírito de Deus em sua vida diária -- em suas compras, em seus negócios -- ou será que você é simplesmente guiado pelas máximas deste mundo? Se assim for, você está entristecendo o Espírito, e não pode desfrutar do bendito parentesco dos filhos de Deus -- co-herdeiros com Cristo. Trata-se de algo maravilhoso ter o Consolador, o Espírito Santo, sempre habitando conosco, bem capaz de cuidar de nós e de todos os nossos interesses aqui, como filhos que somos de Deus. Oh, que maravilha é ser guiado por Ele em todas as circunstâncias!

Basta recusar-se a ser guiado pelo Espírito, e você poderá receber as honras e o aplauso do mundo religioso. Se for guiado pelo Espírito, certamente você será rejeitado, assim como Cristo foi rejeitado, e passará a ser seu feliz privilégio sofrer com Ele. Mas, oh!, o que é isto em comparação com a glória a ser revelada em nós? Que contraste há entre ser guiado pelo Espírito, e ser guiado pelas modas deste mundo! Oh, quantos são os que sacrificarão a eternidade em troca das modas deste pobre e enganado mundo, enquanto, ao mesmo tempo, fingirão, sim, até mesmo pensarão, ser cristãos! Engano fatal! Se for este o estado de qualquer leitor destas linhas, que Deus possa usar estas palavras para despertá-lo de seu sono enganador. Certamente todos nós precisamos destas perscrutadoras palavras: "se é certo que com Ele padecemos".

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