quarta-feira, 24 de julho de 2019

O Altar de Incenso não Mencionado

(Comentário Êxodo 27 - O ALTAR DE COBRE E O ÁTRIO)

Deparamo-nos agora com o altar de cobre que estava à porta do tabernáculo, e quero chamar a atenção do leitor para a ordem seguida pelo Espírito Santo nesta parte do livro. Já fizemos notar que a passagem compreendida entre o capítulo 25 e o versículo 19 do capítulo 27 forma uma parte distinta, que nos dá uma descrição da arca e do propiciatório, da mesa e do castiçal, das cortinas e do véu, e, por fim, do altar de cobre e do pátio em que estava esse altar colocado. Lendo os versículos 15 do capítulo 35, 25 do capítulo 37 e 26 do capítulo 40, vemos que o altar do incenso está mencionado entre o castiçal e o altar de cobre. Ao passo que, quando o Senhor dá instruções a Moisés, o altar de cobre é introduzido imediatamente depois do castiçal e das cortinas do tabernáculo. Ora, visto que deve haver uma razão divina para esta diferença, é privilégio de todo o estudioso inteligente e aplicado da Palavra de Deus indagar qual era essa razão.

Qual é a razão, portanto, por que o Senhor, quando dá instrução quanto aos adornos do "santuário", omite o altar de incenso e passa ao altar de cobre que estava à porta do tabernáculo? A razão, presumo, é simplesmente esta: descreve primeiro a maneira em que há de manifestar-Se ao homem, e depois indica a forma de o homem se aproximar de Si. Tomou o Seu lugar no trono; como o "Senhor de toda a terra" (Josué 3:11 e 13): os raios da Sua glória estavam ocultos atrás do véu — figura da carne de Cristo (Hebreus 10:20); porém, fora do véu, estava a manifestação de Si Mesmo, em ligação com o homem, na "mesa pura", e, pela luz e poder do Espírito Santo, representados no castiçal. Depois vem o caráter de Cristo como homem aqui na terra, representado nas cortinas e nas cobertas do tabernáculo. E finalmente temos o altar de cobre como a grande exibição do lugar de encontro entre o Deus santo e o pecador. Isto leva-nos, com efeito, à extremidade, de onde voltamos, na companhia de Arão e seus filhos, ao santuário, o lugar normal dos sacerdotes, onde estava o altar do incenso. Desta forma a ordem é notavelmente formosa. Do altar de ouro, não se faz menção antes que haja sacerdote para queimar incenso sobre ele, porque o Senhor mostrou a Moisés o modelo das coisas nos céus segundo a ordem em que estas coisas devem ser atendidas pela fé. Por outra parte, quando Moisés dá instruções às consagrações (capítulo 35), quando dá conta dos trabalhos de Bezaleel e Aoliabe (capítulos 37 e 38), e quando levanta o tabernáculo (capítulo 40), segue simplesmente a ordem em que os utensílios estavam colocados.

C. H. Mackintosh

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