domingo, 16 de dezembro de 2012

Experiência Vitoriosa (Parte 1)

(Comentário Romanos 8)

"Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus." (Rm 8.1) Que declaração maravilhosa! Não se trata meramente do que será a justificação do crente quando for manifestado diante do trono de Cristo, mas "agora" não há nada para condenar naqueles que estão em Cristo Jesus. Se olho para o que sou na carne, só encontro o "miserável homem que sou!" Se olho para o que sou em Cristo Jesus, vejo que agora não há condenação. Estou morto para tudo aquilo que sou como um filho de Adão -- morto para o pecado, morto para a lei, mas vivo para Deus em Cristo Jesus. Então, sendo agora de outro, e estando em outro, em Cristo Jesus ressuscitado de entre os mortos, não me encontro apenas na posição de um que produz fruto para Deus, mas de um para quem "agora nenhuma condenação há". Você está assegurado disto? Será que pode existir alguma condenação para aquele Cristo ressuscitado que está agora na glória de Deus? Portanto, se você estiver nEle, como poderá haver condenação para você?

Nenhuma alma poderá conhecer a verdadeira libertação do poder do pecado se não conhecer primeiro o absoluto favor de Deus em Cristo. Quão maravilhoso é, após um capítulo de amargas experiências (capítulo 7 de Romanos), após haver esgotado completamente toda esperança de encontrar algo de bom em si mesmo, na velha natureza, poder descobrir que, como mortos com Cristo, e vivos de entre os mortos em Cristo, encontramo-nos no absoluto favor de Deus, sem nenhuma condenação! Que perfeita paz! Nada para nos inquietar; nada para nos condenar. E é o próprio Deus Quem diz: "nenhuma condenação".

"Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte." (Rm 8.2). Então, como já vimos, possuímos uma vida justificada. Agora temos o poder -- a lei do Espírito de vida. Em outro lugar aprendemos que a vida que agora temos é eterna, e o Espírito é eterno. Portanto o poder que tenho é eterno. Vimos que a carne, ou o pecado, continua em nós -- aquilo que é nascido da carne; mas aqui encontramos a libertação do seu poder: libertos da lei do pecado e da morte; libertos pelo infinito, pelo eterno poder, a lei do Espírito de vida. Não diz que "me livrará", mas que "me livrou". Nossa velha natureza pecaminosa é tão depravada que, apesar de eu ser nascido de Deus, de eu ter prazer na lei de Deus e desejar guardá-la; ainda assim a lei que há em meus membros me colocou no cativeiro. E acaso não foi assim que aconteceu? Mas somos agora libertos de seu poder, por um poder maior -- a lei do Espírito de vida em Cristo Jesus. Oh, quão bom seria se pudéssemos ter uma fé mais simples na Palavra de Deus; sim, e também no Espírito Santo que habita em nós! Este versículo resume todo o contexto do capítulo 6. Trata-se do princípio de nos reconhecermos mortos para o pecado e vivos para Deus em Jesus Cristo, princípio este aplicado pelo poder do Espírito.

"Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o Seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito." (Rm 8.3,4) Já que não havia nenhum poder na santa lei de Deus para libertar, sua única prerrogativa era a de amaldiçoar o culpado. Em Romanos 8.2, portanto, encontro o poder que me libertou da lei do pecado e da morte. No versículo 3 vemos a incapacidade da lei em libertar por intermédio da fraqueza da carne, e a seguir, o modo como Deus libertou, e a base na qual a libertação foi operada. Esta parte resolve também a seguinte questão: Como é que não há condenação para mim, uma vez que a carne é tão completamente vil? "Deus, enviando o Seu Filho." Exatamente quando tudo mais falhou em libertá-los do Egito, o cordeiro precisou ser levantado e morto; o israelita, embora ainda não libertado, estava totalmente protegido pelo sangue.

Assim como a libertação do Egito significava a saída de um lugar, ou de uma condição de escravidão para outra de liberdade, também o crente é, pelo Espírito de vida, levado para fora de um lugar, ou de uma condição, chamada "na carne", para outro lugar, ou condição, chamado "em Cristo", havendo o pecado sido perfeitamente julgado, por ter o Santo Filho de Deus sido feito pecado por nós. E isto não para que pudéssemos continuar em escravidão, mas para que fôssemos libertos, a fim de que as justas demandas da lei pudessem ser cumpridas em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.

A carne é deixada de lado por aqueles que não andam "segundo a carne". Uma outra posição é ocupada agora por aqueles que andam "segundo o Espírito". Há, por assim dizer, duas classes. "Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o espírito para as coisas do espírito." (Rm 8.5) Uma é morte, a outra é vida. E mais ainda: "a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser." (Rm 8.7) Segue-se disso que aqueles que estão neste terreno, aqueles que estão na carne, não podem agradar a Deus.

E aqui surge uma questão de profundo interesse: Quando podemos concluir que não estamos na carne, mas no Espírito? "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós." (Rm 8.9) Portanto, fica claro que se o Espírito de Deus habita em você, você poderá concluir com segurança que não está na carne. Cornélio era, evidentemente, uma alma vivificada, assim como toda a sua casa (Atos 10.2), mas não libertada, e é por esta razão que ele permaneceu na carne, até que a Palavra chegou a ele com o poder do Espírito Santo, e, por conseguinte, o próprio Espírito Santo (Atos 10.44). Surge, portanto, a pergunta: Você já recebeu o Espírito Santo? Se ainda não, mesmo tendo sido vivificado, você continua na carne, procurando a sua melhoria -- ainda que seja pelas obras da lei. Cornélio não poderia ser considerado um cristão até haver recebido o Espírito Santo; e nem você pode considerar-se, no sentido pleno da palavra, até que tenha recebido o Espírito. "Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dEle." (Rm 8.9)

(Continua...)

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