A base de tudo encontra-se na cruz de Cristo, pois foi ali que Ele pôde satisfazer, em nosso favor, tanto os requisitos exigidos pela santidade de Deus, como também glorificá-Lo em cada atributo de Seu caráter. É a isto que o Senhor Jesus Se referia quando disse: "Eu glorifiquei-Te na Terra, tendo consumado a obra que Me deste a fazer" (João 17.4). E foi com base nisso, como já tendo resolvido uma demanda de Deus, que Ele orou: "E agora glorifica-Me Tu, ó Pai, junto de Ti mesmo, com aquela glória que tinha Contigo antes que o mundo existisse" (João 17.5).
Portanto, como você poderá perceber, Deus mostra a importância que deu à obra consumada na cruz, pelo fato de haver feito Cristo assentar à Sua direita. Podemos dizer ainda que nada menos do que isso poderia ter sido considerada uma resposta adequada à exigência de Deus que Cristo cumpriu através de Sua obra consumada. E certamente nada menos poderia ter satisfeito o coração de Deus; pois quem poderá jamais imaginar o Seu gozo ao intervir levantando Cristo de entre os mortos, colocando-O à Sua direita, e dando-Lhe, ainda, "um Nome que é sobre todo o nome"? "Pelo que também Deus O exaltou soberanamente, e Lhe deu um Nome que é sobre todo o nome; para que ao Nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai" (Filipenses 2.9-11).
Há Um Homem na Glória
Observe, então, com muito cuidado, estas três coisas: Primeiro, o lugar agora ocupado por Cristo na glória é fruto de Sua obra redentora; segundo, Cristo ocupa esse lugar como Homem; e, por conseguinte, terceiro, Ele está ali em favor dos que são Seus. As consequências são que Deus nos levará para o mesmo lugar; que a glória de Deus está empenhada em dar aos crentes o mesmo lugar de aceitação perante Si; e - isto mesmo! - que o Seu coração se compraz em reconhecer, também deste modo, a obra e o valor do Seu Filho amado. Portanto, todo crente encontra-se agora diante de Deus em virtude da eficácia da obra de Cristo, desfrutando ali de toda a aceitação que a própria Pessoa de Cristo desfruta. Deste modo, o crente desfruta de uma posição de perfeita proximidade de Deus, e é ainda objeto da perfeita bondade de Deus; pois ele é introduzido - e efetivamente está - na presença de Deus em Cristo Jesus.
Agora gostaria de levar você a examinar algumas passagens que comprovam plenamente as afirmações acima. O versículo que vem logo em seguida àquele que ocupou nossa atenção na última carta encaixa-se perfeitamente aqui. "Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo"; e então o apóstolo continua: "Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus" (Romanos 5.1,2). Dessa forma, quando cremos, não somente temos paz com Deus, mas temos também acesso, por meio de Cristo, a esta graça na qual estamos firmes. Isto é, somos introduzidos no completo favor de Deus - transportados para a sempre radiante luz da Sua presença, onde podemos nos regozijar na esperança da glória de Deus - pois tudo já foi estabelecido e assegurado.
Um Lugar Perfeito e Seguro
Por meio da fé em Cristo - e fé nAquele que ressuscitou Jesus nosso Senhor de entre os mortos - somos levados a uma posição tão perfeita e tão segura que, apesar das tribulações, dificuldades e perigos de nosso caminho por este deserto, podemos nos regozijar na esperança - na firme e inabalável perspectiva - da glória de Deus. Poderemos sofrer tribulações, como o apóstolo segue dizendo em sua carta, mas, se assim ocorrer, podemos nos gloriar até nas tribulações, "sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Romanos 5.3-5).Foi esse o amor que Deus demonstrou ter, e nos deu; foi nesse mesmo amor que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. E se, sendo nós ainda pecadores, nos reconciliou com Deus pela morte de Seu Filho, quanto mais somos levados a concluir que seremos salvos - salvos completamente, inclusive com a redenção de nosso corpo (Romanos 8.23) - por Sua vida, a vida do Salvador ressurreto e assentado à direita de Deus. E não apenas isto, mas também nos regozijamos em Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de Quem recebemos agora a reconciliação (Romanos 5.3-11). Sendo assim, temos como nossa presente porção o amor de Deus derramado em nossos corações, nos regozijamos nEle, ocupamos perante Ele um lugar de perfeito favor e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
E Isso Não é Tudo...
Mas isso ainda não é tudo. Na mesma epístola, não apenas somos ensinados que nossa culpa se foi para sempre no exato momento em que cremos em Cristo, que somos justificados, etc., mas também nos é mostrado que somos totalmente transportados, por meio da morte e ressurreição de Cristo, a um novo lugar - um lugar fora de nossa carne, pois estamos "em Cristo" diante de Deus. A parte seguinte da epístola ou carta de Paulo, começando no versículo 12 deste capítulo e terminando no capítulo 8, fala deste assunto. Você irá notar, em primeiro lugar, que tudo tem início ou a partir de Adão ou a partir de Cristo, as duas cabeças; o primeiro homem Adão, e o segundo homem Cristo (Romanos 5.12-21). A consequência é que todos estão, ou em Adão, ou em Cristo, e é quase desnecessário dizer que a diferença entre estarmos em Adão ou em Cristo depende se ainda somos incrédulos ou se já somos crentes. Se, pela graça de Deus, somos crentes, então estamos em Cristo. Sendo assim, há certas consequências benditas que desejo indicar rapidamente, deixando então que você fique à vontade para meditar mais neste assunto.
A primeira coisa que o apóstolo nos lembra é que a posição em que nos encontramos - a posição que assumimos por meio de nosso batismo - demonstra que professamos estar mortos com Cristo, e isto, como pode ser observado em Colossenses 3.3, aplica-se a todos os crentes diante de Deus. Se você ler cuidadosamente o capítulo 6 de Romanos, irá logo perceber que o apóstolo incita a nossa responsabilidade sobre este fundamento. Portanto, o meu velho eu saiu da vista de Deus assim como aconteceu com os meus pecados, caso contrário o apóstolo não poderia ter afirmado, como o fez em Romanos 6.11: "Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor".
(Continua...)
Edward Dennett. Fonte: http://www.stories.org.br/doze.html ou http://www.scribd.com/doc/105860553/Doze-Cartas-a-um-Novo-Convertido
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