É por causa de não haverem apropriado estas verdades fundamentais, com simplicidade de fé, que muitos filhos de Deus lamentam não possuir uma paz segura e passam por contínuos altos e baixos na sua vida espiritual. Cada dúvida no coração de um crente é uma desonra para a palavra de Deus e o sacrifício de Cristo. É porque não permanece, desde já, naquela luz que brilhará no tribunal de Cristo, que anda sempre aflito com dúvidas e temores. Contudo, estas dúvidas e incertezas, que muitos têm de deplorar, são apenas consequências insignificantes comparativamente, tanto mais que apenas afetam a sua experiência. Os efeitos que produzem sobre o seu culto, o seu serviço e o seu testemunho são muito mais graves, visto que a glória do Senhor é afetada. Mas, ah! nesta pouco se pensa, geralmente falando, simplesmente porque o objetivo principal, o fim e o alvo, com a maioria dos cristãos, é a salvação pessoal. Todos somos inclinados a considerar como essencial tudo que se relaciona conosco; enquanto que aquilo que diz respeito à glória de Cristo em nós e por nosso intermédio é considerado como não essencial.
Contudo, é bom compreendermos claramente que a mesma verdade que dá paz segura à alma, põe-na também em estado de poder oferecer um culto inteligente, um serviço aceitável, e um testemunho eficaz.
No capítulo quinze da primeira epístola aos Coríntios, o apóstolo apresenta a morte e a ressurreição de Cristo como o grande fundamento de todas as coisas. "Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado, o qual também recebestes e no qual também permaneceis; pelo qual também sois salvos, se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão. Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (versículos 1 a 4). Eis o evangelho, numa declaração rápida e compreensível. O fundamento da salvação é um Cristo morto e ressuscitado. "O qual por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação" (Rm 4:25). Ver Jesus, com os olhos da fé, pregado na cruz e assentado no trono, é uma visão que deve dar paz sólida à consciência e perfeita liberdade ao coração. Nós podemos olhar para o sepulcro e vê-lo vazio; podemos olhar par cima e ver o trono ocupado, e, assim, continuar o nosso caminho cheios de gozo. O Senhor Jesus liquidou todas as coisas na cruz a favor do Seu povo; e a prova desta liquidação é que está à destra de Deus. Um Cristo ressuscitado é a prova eterna de uma redenção efetuada; e se a redenção é um fato consumado, então a paz do crente é uma realidade estabelecida. Nós não fizemos a paz, nem nunca a poderíamos ter feito. De fato, todos os nossos esforços nesse sentido só serviriam para manifestar com maior evidência que éramos transgressores da paz. Porém, Cristo, havendo feito a paz pelo sangue da Sua cruz, tomou o Seu lugar nas alturas, triunfando sobre todos os Seus inimigos. Por Ele Deus anuncia a paz. A palavra do evangelho transmite esta paz: e a alma que crê o evangelho tem a paz estabelecida diante de Deus, porque Cristo é a sua paz (veja-se At 10:36; Rm 5:1, Ef 2:14; Cl l:20). Desta maneira Deus satisfez não só as Suas exigências, como abriu um caminho divinamente justo mediante o qual o Seu amor infinito pode descer até ao mais culpado da geração culpada de Adão.
Quanto ao resultado prático, a cruz de Cristo não só tirou os pecados do crente como quebrou para sempre os laços que o prendiam ao mundo, e, com base neste fato, ele tem o privilégio de considerar o mundo como uma coisa crucificada, e de ser considerado pelo mundo como um que foi crucificado. Tal é a posição do crente e do mundo — o mundo está crucificado para o crente e o crente para o mundo. Esta é a verdadeira e elevada posição do crente. O juízo que este mundo fez de Cristo foi expresso pela posição em que o mundo deliberadamente o colocou. O mundo foi convidado a fazer a sua escolha entre Cristo e um assassino. Pôs o assassino em liberdade, e pregou Cristo na cruz entre dois malfeitores. Portanto, se o crente segue as pisadas de Cristo e se compenetra com o Seu espírito, e o manifesta, ocupará o mesmíssimo lugar que Cristo tem na estima do mundo; e desta forma não somente conhecerá que, quanto à sua posição diante de Deus, está crucificado com Cristo, mas será levado também a realizar este fato na sua vida e na sua experiência diária.
Contudo, posto que a cruz tem assim quebrado eficazmente a ligação entre o crente e o mundo, a ressurreição introduziu-o debaixo do poder de novos laços e novas relações. Se vemos na cruz o juízo do mundo, quanto a Cristo, na ressurreição vemos o juízo de Deus.
O mundo crucificou-O; porém, "Deus exaltou-o soberanamente" (Fp 2:9). O homem deu-Lhe o lugar mais baixo, mas Deus deu-Lhe o lugar mais elevado; e embora o crente seja chamado a gozar plena comunhão com Deus, em seus pensamentos a respeito de Cristo, ele pode, por sua parte, considerar o mundo como uma coisa crucificada. Assim, pois, se o crente está sobre uma cruz e o mundo noutra, a distância moral entre os dois é na verdade considerável. E se a distância é considerável em princípio, também deveria sê-lo na prática. O mundo e o cristão não deveriam ter nada absolutamente em comum; e nada terão em comum, exceto quando o cristão nega o seu Senhor e Mestre. O crente mostra-se infiel a Cristo na mesma proporção em que tem comunhão com o mundo.
C. H. Mackintosh
Contudo, é bom compreendermos claramente que a mesma verdade que dá paz segura à alma, põe-na também em estado de poder oferecer um culto inteligente, um serviço aceitável, e um testemunho eficaz.
No capítulo quinze da primeira epístola aos Coríntios, o apóstolo apresenta a morte e a ressurreição de Cristo como o grande fundamento de todas as coisas. "Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado, o qual também recebestes e no qual também permaneceis; pelo qual também sois salvos, se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão. Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (versículos 1 a 4). Eis o evangelho, numa declaração rápida e compreensível. O fundamento da salvação é um Cristo morto e ressuscitado. "O qual por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação" (Rm 4:25). Ver Jesus, com os olhos da fé, pregado na cruz e assentado no trono, é uma visão que deve dar paz sólida à consciência e perfeita liberdade ao coração. Nós podemos olhar para o sepulcro e vê-lo vazio; podemos olhar par cima e ver o trono ocupado, e, assim, continuar o nosso caminho cheios de gozo. O Senhor Jesus liquidou todas as coisas na cruz a favor do Seu povo; e a prova desta liquidação é que está à destra de Deus. Um Cristo ressuscitado é a prova eterna de uma redenção efetuada; e se a redenção é um fato consumado, então a paz do crente é uma realidade estabelecida. Nós não fizemos a paz, nem nunca a poderíamos ter feito. De fato, todos os nossos esforços nesse sentido só serviriam para manifestar com maior evidência que éramos transgressores da paz. Porém, Cristo, havendo feito a paz pelo sangue da Sua cruz, tomou o Seu lugar nas alturas, triunfando sobre todos os Seus inimigos. Por Ele Deus anuncia a paz. A palavra do evangelho transmite esta paz: e a alma que crê o evangelho tem a paz estabelecida diante de Deus, porque Cristo é a sua paz (veja-se At 10:36; Rm 5:1, Ef 2:14; Cl l:20). Desta maneira Deus satisfez não só as Suas exigências, como abriu um caminho divinamente justo mediante o qual o Seu amor infinito pode descer até ao mais culpado da geração culpada de Adão.
Quanto ao resultado prático, a cruz de Cristo não só tirou os pecados do crente como quebrou para sempre os laços que o prendiam ao mundo, e, com base neste fato, ele tem o privilégio de considerar o mundo como uma coisa crucificada, e de ser considerado pelo mundo como um que foi crucificado. Tal é a posição do crente e do mundo — o mundo está crucificado para o crente e o crente para o mundo. Esta é a verdadeira e elevada posição do crente. O juízo que este mundo fez de Cristo foi expresso pela posição em que o mundo deliberadamente o colocou. O mundo foi convidado a fazer a sua escolha entre Cristo e um assassino. Pôs o assassino em liberdade, e pregou Cristo na cruz entre dois malfeitores. Portanto, se o crente segue as pisadas de Cristo e se compenetra com o Seu espírito, e o manifesta, ocupará o mesmíssimo lugar que Cristo tem na estima do mundo; e desta forma não somente conhecerá que, quanto à sua posição diante de Deus, está crucificado com Cristo, mas será levado também a realizar este fato na sua vida e na sua experiência diária.
Contudo, posto que a cruz tem assim quebrado eficazmente a ligação entre o crente e o mundo, a ressurreição introduziu-o debaixo do poder de novos laços e novas relações. Se vemos na cruz o juízo do mundo, quanto a Cristo, na ressurreição vemos o juízo de Deus.
O mundo crucificou-O; porém, "Deus exaltou-o soberanamente" (Fp 2:9). O homem deu-Lhe o lugar mais baixo, mas Deus deu-Lhe o lugar mais elevado; e embora o crente seja chamado a gozar plena comunhão com Deus, em seus pensamentos a respeito de Cristo, ele pode, por sua parte, considerar o mundo como uma coisa crucificada. Assim, pois, se o crente está sobre uma cruz e o mundo noutra, a distância moral entre os dois é na verdade considerável. E se a distância é considerável em princípio, também deveria sê-lo na prática. O mundo e o cristão não deveriam ter nada absolutamente em comum; e nada terão em comum, exceto quando o cristão nega o seu Senhor e Mestre. O crente mostra-se infiel a Cristo na mesma proporção em que tem comunhão com o mundo.
C. H. Mackintosh
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