quinta-feira, 14 de março de 2019

A Água da Rocha

(Comentário Êxodo 17)

Antes de a rocha ser ferida a corrente de bênção estava retida e o homem nada podia fazer. Que poder humano poderia fazer brotar água da pederneira? E do mesmo modo, podemos perguntar, que justiça humana poderia conseguir autorização para abrir as comportas do amor divino? Este é o verdadeiro modo de pôr à prova a competência do homem. Não podia, por seus feitos, suas palavras ou sentimentos, prover um fundamento para a missão do Espírito Santo.

Seja o que for ou faça o que puder, ele não pode fazer isto. Mas, graças a Deus, tudo está consumado; Cristo terminou a obra; a verdadeira Rocha foi ferida, e as águas refrescantes brotaram, de forma que as almas sedentas podem beber. "A água que eu lhe der", diz Cristo, "se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna" (João 4:14). E mais adiante, lemos: "E, no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado" (Jo 7:37-39).

Assim como temos no maná uma figura de Cristo, de igual modo temos uma figura do Espírito Santo na água brotando da rocha."Se tu conheceras o dom de Deus (Cristo)... tu lhe pedirias, e ele te daria água viva" — quer dizer, o Espírito.

Tal é, portanto, o ensino ministrado à mente espiritual com a rocha ferida; todavia, o nome do lugar no qual esta figura foi apresentada é um memorial perpétuo da incredulidade do homem. "E chamou o nome daquele lugar Massa" (que quer dizer tentação) "e Meribá" (que quer dizer murmurar) "por causa da contenda dos filhos de Israel, e porque tentaram ao Senhor, dizendo: Está o Senhor no meio de nós, ou não?" (versículo 7). Levantar uma tal interrogação, depois de tantas e repetidas garantias evidentes da presença de Jeová, prova a incredulidade profundamente arraigada no coração humano. Era, de fato, tentar o Senhor.

Foi assim também que os judeus, tendo a presença de Cristo com eles, pediram um sinal do céu, tentando-o.

A fé nunca atua assim; crê na presença divina e goza dela, não por meio de um sinal, mas pelo conhecimento que tem do próprio Deus. Conhece que Deus está presente para gozar d'Ele. Que o Senhor nos conceda um espírito de verdadeira confiança n'Ele!

C. H. Mackintosh

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