sábado, 9 de março de 2019

A Rocha Ferida

(Comentário Êxodo 17)

"E clamou Moisés ao Senhor, dizendo: Que farei a este povo? Daqui a pouco me apedrejarão. Então, disse o SENHOR a Moisés: Passa diante do povo e toma contigo alguns dos anciãos de Israel; e toma na tua mão a tua vara, com que feriste o rio, e vai. Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dela sairão águas, e o povo beberá. E Moisés assim o fez, diante dos olhos dos anciãos de Israel" (versículos 4 a 6). Assim tudo é suprido pela graça mais perfeita. Cada murmuração ocasiona uma nova manifestação da graça. Aqui vemos como as águas refrescantes jorraram da rocha ferida — uma ilustração formosa do Espírito dado como fruto do sacrifício efetuado por Cristo. No capítulo 16 temos uma figura de Cristo descendo do céu para dar vida ao mundo. O capítulo 17 mostra-nos uma figura do Espírito Santo "derramado" em virtude da obra consumada de Cristo. "Porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo" (1 Coríntios 10:4). Mas quem poderia beber antes da pedra ser ferida? Israel poderia ter contemplado essa rocha e morrer de sede ao mesmo tempo que a contemplava, porque antes que fosse ferida pela vara de Deus não podia dar refrigério. Isto é bem claro. O Senhor Jesus Cristo era o centro e base de todos os desígnios de amor e misericórdia de Deus. Por Seu intermédio deveria correr toda a bênção para o homem. As correntes da graça deviam emanar do "Cordeiro de Deus"; porém era necessário que o Cordeiro fosse morto — que a obra da cruz fosse um fato consumado, antes que muitas destas coisas fossem realizadas. Foi quando a Rocha dos séculos foi ferida pela mão de Jeová, que as comportas do amor eterno foram abertas de par em par e os pecadores perdidos convidados pelo Espírito Santo a beber abundantemente e livremente: "...O dom do Espírito Santo" é o resultado da obra consumada pelo Filho de Deus sobre a cruz. "A promessa do Pai..." (Lucas 24:49) não podia ser cumprida antes que Cristo se assentasse à destra da Majestade nos céus, depois de haver cumprido toda a justiça, respondido a todas as exigências da santidade, engrandecido a lei tornando-a justa, suportado a ira de Deus contra o pecado, destruído o poder da morte, e tirado à sepultura a sua vitória. Havendo feito todas estas coisas, subiu ao alto, "levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens. Ora isto—ele subiu—que é, senão que também, antes, tinha descido às partes mais baixas da terra. Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas" (Efésios 4:8-10).

Este é o verdadeiro fundamento da paz e da bem-aventurança e glória da Igreja, para todo o sempre.

C. H. Machintosh

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