sexta-feira, 24 de maio de 2019

"De Longe"

(Comentário Êxodo 24O PODER DO SANGUE)

Este capítulo abre com uma expressão notavelmente característica de toda a dispensação moisaica. "Depois, disse a Moisés: Sobe ao Senhor, tu e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel; e inclinai-vos de longe... eles não se cheguem nem o povo suba com ele." Podemos buscar de um ao outro extremo da lei sem encontramos estas palavras: "Aproximai-vos". Ah, não; essas palavras nunca poderiam ser ouvidas do cume do Sinai, nem do meio das sombras da lei. Só podiam ser pronunciadas do lado celestial da sepultura vazia de Jesus, onde o sangue da cruz abriu uma perspectiva perfeitamente clara para a visão da fé. As palavras "de longe" são tão características da lei como as palavras "vinde" o são do evangelho. Sob a lei, a obra que podia dar direito ao pecador a aproximar-se não se realizava jamais. O homem não cumpriu a sua promessa de obediência, e o "sangue de bodes e bezerros" (Hebreus 9:12) não podia expiar o pecado nem dar paz à sua consciência perturbada. Por isso, ele tinha de permanecer "longe". Os votos do homem haviam sido violados e o seu pecado estava por purificar; como, pois, podia aproximar-se? O sangue de dez mil bezerros não podia limpar nem uma só das manchas da consciência ou dar-lhe o sentimento pacífico da intimidade com um Deus reconciliado.

Contudo, "o primeiro" concerto está aqui consagrado com sangue. Um altar é edificado ao pé do monte com doze pedras, segundo as doze tribos de Israel."E enviou certos jovens dos filhos de Israel, os quais ofereceram holocaustos, e sacrificaram ao Senhor sacrifícios pacíficos de bezerros. E Moisés tomou a metade do sangue e a pôs em bacias; e a outra metade do sangue espargiu sobre o altar... então, tomou Moisés aquele sangue, e o espargiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue do concerto que o Senhor tem feito convosco sobre todas estas palavras" (versículos 5-6 e 8). Embora fosse impossível, como nos diz o apóstolo, que o sangue dos touros e dos bodes tirasse os pecados, contudo santificava quanto à purificação da carne (Hebreus 10:4; 9:13), e como "sombra dos bens futuros" servia para manter o povo em relação com Deus (Hebreus 10:1).

C. H. Mackintosh

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