terça-feira, 11 de dezembro de 2018

A Salvação do Senhor

(Comentário Êxodo 14)

"Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará: porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais vereis para sempre. O Senhor pelejará por vós e vós calareis" (versículos 13 -14). Eis aqui a atitude que a fé toma em face da provação: "estai quietos". Para a carne e o sangue isto é impossível. Todos os que conhecem, em alguma medida, a impaciência do coração humano, ante a perspectiva de provações e aflições, poderão fazer uma ideia do que significa estar quieto. A nossa natureza quer fazer alguma coisa. E por isso correrá de um lado para o outro: quer ter parte na obra; e embora possa pretender justificar os seus atos desprezíveis, fazendo-os acompanhar do título pomposo e vulgar de emprego legítimo de meios, na realidade eles são apenas os frutos claros e positivos da incredulidade que sempre põe Deus de parte, e nada vê senão as nuvens escuras da sua própria criação. A incredulidade cria e aumenta as dificuldades, e, então, leva-nos a procurarmos vencê-las por meio das nossas atividades inúteis e precipitadas, as quais, na realidade, apenas lançam poeira em redor de nós, e assim nos impede de vermos a salvação de Deus. Pelo contrário, a fé eleva a alma acima das dificuldades até Deus, e habilita-nos a estarmos "quietos". Nada ganhamos com os nossos esforços impacientes e inquietos. "Não podemos fazer um cabelo branco ou preto, tampouco podemos juntar um côvado à nossa estatura" (Mateus 5:36, 6:27). Que poderia Israel fazer junto do Mar Vermelho? Podia secá-lo? Podia aplanar as montanhas? Podia aniquilar as hostes do Egito? Impossível. Encontravam-se encerrados dentro de um muro impenetrável de dificuldades, à vista do qual a natureza não podia fazer mais que tremer e sentir a sua completa impotência. Porém, para Deus era precisamente o momento de atuar. Quando a incredulidade é afastada da cena, Deus pode intervir; e, para podermos ver os Seus atos, nós temos de estar "quietos". Cada movimento da natureza é, com efeito, um impedimento para a nossa percepção e gozo da intervenção divina a nosso favor.

C. H. Mackintosh

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