sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Permanecer Quietos e Ver a Salvação do Senhor

(Comentário Êxodo 14)

Isto é verdadeiro a nosso respeito em cada fase da nossa história. E verdadeiro quando, como pecadores, sob o sentimento desconcertante que o pecado produz na consciência, somos tentados a recorrer aos nossos próprios feitos, com o fim de conseguirmos alívio. E então que, verdadeiramente, devemos estar "quietos" de forma a podermos ver "a salvação de Deus". Pois que poderíamos nós fazer no caso da expiação pelo pecado? Poderíamos nós ter estado com o Filho de Deus na cruz?- Poderíamos nós ter descido com Ele ao lago horrível e charco de lodo? (Sl 40:2). Teríamos nós podido abrir caminho até essa rocha eterna sobre a qual, na ressurreição, Ele firmou os Seus pés? Todo o espírito reto reconhecerá imediatamente que um tal pensamento seria uma atrevida blasfêmia. Deus está sozinho na redenção; e quanto a nós, só temos que "estar quietos e ver a salvação de Deus". O próprio fato de ser a salvação de Deus prova que o homem nada tem a fazer nela.

O preceito é verdadeiro a nosso respeito, uma vez que temos entrado na carreira cristã. Em cada nova dificuldade, quer seja pequena ou grande, a nossa sabedoria consiste que estamos quietos —renunciar às nossas próprias obras e achar o nosso doce repouso na salvação de Deus. Tampouco podemos estabelecer categorias entre as dificuldades. Não podemos dizer que há dificuldades tão insignificantes que podem ser evitadas por nós; ao passo que noutras nada senão a mão de Deus nos pode valer. Não, todas estão de igual modo fora do nosso alcance.

Somos tão incapazes de mudar a cor de um cabelo como de remover uma montanha, de formar uma folha de erva como de criar um mundo. Todas estas coisas são igualmente impossíveis para nós, e todas são igualmente possíveis para Deus. Portanto, devemo-nos abandonar, com fé sincera, Àquele "que se curva para ver o que está nos céus" (Sl 113:6). Às vezes sentimo-nos transportados de uma maneira triunfante através das maiores provações, enquanto que noutras ocasiões desanimamos, trememos, e sucumbimos sob as circunstâncias normais da vida. E por quê? Porque no primeiro caso somos constrangidos a alijar o nosso fardo sobre o Senhor; enquanto que no último caso intentamos, loucamente, levá-lo nós próprios. O cristão é, em si próprio, se ele apenas o compreender, como um receptor esgotado, no qual uma moeda e uma pena têm o mesmo ímpeto.

C. H. Mackintosh

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