domingo, 2 de dezembro de 2018

O Caminho do Deserto Próximo ao Mar Vermelho

(Comentário Êxodo 13)

Os últimos versículos deste capítulo dão-nos um exemplo formoso e tocante do cuidado terno do Senhor pelas necessidades do Seu povo. "Pois Ele conhece a nossa estrutura, lembra-se de que somos pó" (Salmos 103:14).

Quando redimiu Israel e os pôs em relação com Ele, o Senhor, na Sua graça insondável e infinita, tomou a Seu cargo todas as suas necessidades e fraquezas. Pouco importava o que eles eram ou o que necessitavam, visto que Aquele que se chama "EU SOU" estava com eles em toda a riqueza inexaurível desse nome: estava com eles para os conduzir do Egito à terra de Canaã, e aqui vêmo-Lo escolher o melhor caminho para eles. "E aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque Deus disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e tornem ao Egito. Mas Deus fez rodear o povo pelo caminho do deserto perto do Mar Vermelho" (versículos 17-18).

O Senhor, em Sua graça e condescendência, ordenou as coisas de tal maneira para o Seu povo que eles não encontraram, ao princípio, provas demasiadamente difíceis que podiam ter o efeito de desanimar os corações e fazê-los retroceder. "O caminho do deserto" era uma rota muito mais demorada; mas Deus tinha várias lições importantes para ensinar ao Seu povo, as quais só podiam ser aprendidas no deserto. Mais tarde, este fato é recordado nas seguintes palavras: "E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem. Nunca se envelheceu a tua veste sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos" (Deuteronômio 8:2-4). Tão preciosas lições nunca poderiam ser aprendidas no "caminho da terra dos filisteus". Nesse caminho, eles podiam ter aprendido o que era a guerra, logo no princípio da sua carreira; porém no "caminho do deserto" aprenderam o que era a carne, com toda a sua perversidade, sua incredulidade e rebelião. Mas Aquele que se chama EU SOU estava com eles em toda a Sua paciência, sabedoria perfeita, e poder infinito. Ninguém senão Ele podia ter suprido as necessidades da situação. Ninguém senão Ele podia suportar a vista das profundezas do coração humano. Abrir o meu coração em qualquer parte, salvo na presença da graça infinita, equivaleria lançar-me em desespero. O coração humano é apenas um inferno em miniatura. Que graça sem limites, pois, ser libertado da sua terrível profundidade!

C. H. Mackintosh

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