quinta-feira, 25 de abril de 2019

Não somos Justificados pela Lei

(Comentário Êxodo 20)

Muitos, contudo, admitem que não podemos obter vida pela lei, mas sustentam, ao mesmo tempo, que a lei é a nossa regra de vida. Ora, o apóstolo declara que "Todos aqueles... que são das obras da lei, estão debaixo da maldição" (Gálatas 3:10). Pouco importa a sua condição individual, se estão sobre o terreno da lei, acham-se, necessariamente, sob a maldição. Pode ser que alguém diga: "Eu estou regenerado, e, portanto, não estou exposto à maldição." Porém, se a regeneração não retira o homem do terreno da lei, não pode pô-lo para lá dos limites da maldição da lei. Se o cristão estiver debaixo da lei, está exposto, necessariamente, à maldição da lei. Mas, que tem que ver a lei com a regeneração? Onde é que vemos que se trate da regeneração no capítulo 20 de Êxodos? A lei tem apenas uma pergunta a fazer ao homem—uma pergunta curta, solene e direta —, a saber: "És tu o que deverias ser?" Se a resposta é negativa, a lei não pode senão lançar os seus terríveis anátemas sobre o homem e matá-lo. E quem reconhecerá mais prontamente e mais profundamente que, em si mesmo, não é aquilo que deveria ser senão o homem verdadeiramente regenerado? Portanto, se está debaixo da lei, está, inevitavelmente, debaixo da maldição. Não é possível que a lei diminua as suas exigências ou se misture com a graça. Os homens procuram sempre baixar o seu padrão; sentem que não podem elevar-se à medida da lei, e, então, procurar rebaixá-la até si; porém este esforço é vão: a lei permanece em toda a sua pureza, majestade e inflexibilidade austera, e não aceitará nada menos que uma obediência perfeita; qual é o homem, regenerado ou não, que pode intentar obedecer assim? Dir-se-á: "Nós temos a perfeição em Cristo". Sem dúvida, mas não é pela lei, mas, sim, pela graça; e não podemos, de nenhum modo, confundir as duas dispensações. As Escrituras ensinam-nos claramente que não somos justificados pela lei; nem a lei é a nossa regra de vida. Aquilo que só pode amaldiçoar nunca poderá justificar, e aquilo que só pode matar nunca poderá ser uma regra de fé. Seria como se um homem tentasse fazer fortuna valendo-se de uma ação de falência movida contra si.

C. H. Mackintosh

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