segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Bezalel e Aoliabe

(Comentário Êxodo 31 - O SERVIÇO)
 
Os primeiros versículos deste breve capítulo recordam a chamada divina e os qualificativos de "Bezalel" e"Aoliabe" para fazerem o trabalho da congregação. "Depois, falou o Senhor a Moisés, dizendo: Eis que eu tenho chamado por nome a Bezalel, o filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá. E o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de ciência em todo o artifício... e eis que eu tenho posto com ele a Aoliabe, o filho de Aisamaque, da tribo de Dã, e tenho dado sabedoria ao coração de todo aquele que é sábio de coração, para que façam tudo que eu tenho ordenado". Quer seja para a obra do tabernáculo, na antiguidade, ou para "a obra do ministério", agora, é necessário que aqueles que são empregados nela sejam divinamente escolhidos, divinamente chamados, divinamente qualificados e divinamente nomeados; e tudo deve ser feito segundo o mandamento de Deus. Não estava dentro das atribuições do homem selecionar, chamar, qualificar ou nomear os obreiros para a obra do tabernáculo; nem tampouco o pode fazer para a obra do ministério. Além disso, ninguém podia presumir de se nomear a si próprio para a obra do tabernáculo; nem tampouco ninguém pode agora nomear-se a si próprio para a obra do ministério. Era tudo, é e deve ser absolutamente da competência divina. Pode haver quem corra por seu próprio impulso ou quem seja enviado por colegas; mas não se esqueça que todos aqueles que correm sem serem enviados por Deus serão mais cedo ou mais tarde cobertos de vergonha e confusão. Tal é a sã doutrina que nos é sugerida pelas palavras "eu tenho chamado", "eu tenho posto", "eu tenho dado", "eu tenho ordenado". As palavras de João Batista, "o homem não pode receber coisa alguma senão lhe for dada do céu", serão sempre verdadeiras. O homem tem, pois, muito pouco em que se vangloriar, menos ainda de que invejar ao seu próximo.

Existe uma lição útil a tirar da comparação deste capítulo com o capítulo 4 de Gênesis: "Tubalcaim, mestre de toda a obra de cobre e de ferro" (versículo 22). Os descendentes de Caim eram dotados de talento profano para fazer de uma terra maldita e cheia de gemidos um lugar agradável sem a presença de Deus. "Bezalel" e "Aoliabe" pelo contrário foram dotados com perícia divina para embelezar um santuário que devia ser santificado e abençoado pela presença divina e a glória do Deus de Israel.

Gostaria de pedir ao leitor que fizesse à sua própria consciência a seguinte pergunta: Consagro eu o que quer que possuo de perícia ou energia aos interesses da igreja, que é o lugar de habitação de Deus, ou ao embelezamento de um mundo ímpio e sem Cristo? Não diga em seu coração: "não sou divinamente chamado ou dotado para a obra do ministério". Note-se que embora todos os israelitas não fossem Bezaleles ou Aoliabes todos podiam servir os interesses do santuário. Existia uma porta aberta para todos poderem comunicar. E assim é agora. Cada um tem um lugar para ocupar, um ministério a cumprir, uma responsabilidade a desempenhar; e tanto o leitor como eu estamos, neste próprio momento, promovendo os interesses da Casa de Deus — O Corpo de Cristo, a Igreja — ou cooperando nos planos ímpios de um mundo que ainda está manchado com o sangue de Cristo e o sangue de todos os santos mártires. Oh! ponderemos profundamente estas coisas, na presença d'Aquele que esquadrinha os corações, a Quem ninguém pode enganar e de Quem todos são conhecidos.

C. H. Mackintosh

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