quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

O Bezerro de Fundição, a Ira do Senhor e a Intercessão de Moisés

(Comentário Êxodo 32 - APOSTASIA)

Quanto a Israel, neste capítulo, a rejeição de Deus da parte deles foi a mais completa que se poderia imaginar. "E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas e trazei-mos... e ele os tomou das suas mãos, e formou o ouro comum buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então, disseram: Estes são teus deuses, ó lsrael, que te tiraram da terra do Egito. E Arão, vendo isto, edificou um altar diante dele; e Arão apregoou, e disse: Amanhã será festa ao Senhor" (versículos 2 a 5). Isto era pôr Deus de parte e substituí-Lo por um bezerro. Quando puderam proclamar que um bezerro os tinha tirado do Egito, abandonaram, evidentemente, toda a ideia da presença e do caráter do verdadeiro Deus. "Depressa" se desviaram do caminho que Deus lhes tinha ordenado, para cometerem um erro tão grosseiro e espantoso! E Arão, o irmão e companheiro de Moisés no seu cargo, conduziu-os neste extravio; e pôde dizer diante de um bezerro: "Amanhã será festa ao Senhor"! Como isto é triste! Quão humilhante! Deus destituído por um ídolo! Um objeto "esculpido por artifício e imaginação dos homens" foi posto em lugar do "Senhor de toda a terra"!

Tudo isto implicava renúncia deliberada, da parte de Israel, à sua relação com o Senhor. Haviam abandonado o Senhor; e, por consequência, vemos que Ele os considerou no terreno que escolheram. "Então, disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido. E depressa se tem desviado do caminho que eu lhes tinha ordenado... Tenho visto a este povo, e eis que é povo obstinado. Agora, pois, deixa-me, que o meu furor se acenda contra eles, e os consuma: e eu farei de ti uma grande nação" (versículos 7 a 10). Aqui estava uma porta aberta para Moisés; e aqui ele manifesta uma virtude incomum e semelhança de espírito com aquele Profeta, semelhante a si, que o Senhor levantaria mais tarde. Moisés recusa ser ou ter qualquer coisa sem o povo. Argumenta com Deus, fundamentando-se na Sua própria glória, e repõe o povo sobre Ele com estas palavras tocantes: "Ó Senhor, porque se acende o teu furor contra o teu povo, que tu tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mão? Por que hão de falar os egípcios, dizendo: Para mal os tirou, para matá-los nos montes e para destruí-los da face da terra. Torna-te da ira do teu furor, e arrepende-te deste mal contra este povo. Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado, e lhes disseste: Multiplicarei a vossa semente como as estrelas do céus e darei à vossa semente toda esta terra, de que tenho dito, para que a possuam por herança eternamente" (versículos 11 a 13). Essa foi uma defesa poderosa. A glória de Deus, a justificação do Seu santo nome, o cumprimento do Seu juramento: tais são os argumentos em que Moisés se firma para rogar ao Senhor para que aplacasse a Sua ira. Não podia achar na conduta ou caráter de Israel argumento de defesa; mas achou-o no Próprio Deus.

C. H. Mackintosh

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