quarta-feira, 3 de junho de 2020

A Exigência da Santidade Divina ante a Ignorância do Crente

(Comentário Levítico 4 - 5:13OS SACRIFÍCIOS QUE NÃO SÃO DE CHEIRO SUAVE)

Nada pode demonstrar tão claramente a incapacidade do homem para tratar do pecado como o fato de existir aquilo que é descrito como "pecado por ignorância". Como poderia ele tratar daquilo que não conhece? Como poderia ele dispor daquilo que nunca entrou nos limites da sua consciência? Seria impossível. A ignorância em que o homem está acerca do pecado é prova da sua absoluta incapacidade para o tirar. Se não o conhece, que pode fazer acerca dele? Nada. É tão impotente como ignorante. E isto não é tudo. O fato de haver "pecado por ignorância" demonstra claramente a incerteza que deve acompanhar toda a solução humana para a questão do pecado, a qual não pode aplicar-se a noções mais elevadas do que aquelas que podem resultar da mais refinada consciência humana. Nunca poderá haver paz duradoura sobre este fundamento. Existirá sempre a compreensão dolorosa de que ainda há alguma coisa errada por baixo dos panos. Se o coração não for conduzido a um estado de repouso permanente pelo testemunho da Escritura de que os direitos inflexíveis da justiça divina foram satisfeitos, haverá, necessariamente, uma sensação de mal-estar, e uma tal sensação representa um obstáculo à nossa adoração, à nossa comunhão e ao nosso testemunho. Se eu me sentir inquieto a respeito da solução da questão do pecado, não posso adorar; não posso gozar de comunhão com Deus nem com o Seu povo; nem tampouco posso ser uma testemunha inteligente ou apta de Cristo. O coração tem de estar tranquilo, perante Deus, quanto à perfeita remissão do pecado, antes de podermos "adorar em espírito e verdade". Se houver culpa sobre a consciência, deve haver terror no coração; e, seguramente, um coração cheio de terror não pode ser um coração feliz e adorador. É somente de um coração cheio desse doce e santo descanso que proporcionou o sangue de Cristo que pode subir adoração verdadeira e aceitável ao Pai. O mesmo princípio é verdadeiro a respeito da nossa comunhão com o povo de Deus, e o nosso serviço e testemunho entre os homens. Tudo deve descansar sobre o fundamento da paz estabelecida; e esta paz descansa sobre o fundamento de uma consciência perfeitamente purificada; e esta consciência purificada descansa sobre o fundamento da perfeita remissão de todos os nossos pecados, quer sejam pecados do nosso conhecimento ou pecados por ignorância.

C. H. Mackintosh

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