sexta-feira, 12 de junho de 2020

A Gordura da Vítima: Imagem da Excelência de Cristo em sua Morte pelo Pecado

(Comentário Levítico 4 - 5:13OS SACRIFÍCIOS QUE NÃO SÃO DE CHEIRO SUAVE)

Contudo, embora o objetivo principal na oferta de expiação do pecado seja mostrar o que Cristo se fez por nós, e não o que Ele era em Si mesmo, há um rito em relação a este símbolo que revela claramente a Sua aceitabilidade pessoal por Jeová. Este rito é estabelecido nas seguintes palavras: "E toda a gordura do novilho da expiação tirará dele: a gordura que cobre a fressura, e toda a gordura que está sobre a fressura, e os dois rins, e a gordura que está sobre eles, que está sobre as tripas, e o redenho de sobre o fígado, com os rins, tirará, como se tira do boi do sacrifício pacífico; e o sacerdote a queimará sobre o altar do holocausto" (versículos 8-10). Assim, a excelência intrínseca de Cristo não é omitida, nem mesmo na oferta de expiação do pecado. A gordura queimada sobre o altar é a expressão adequada da apreciação divina do valor da pessoa de Cristo, qualquer que fosse o lugar que, em perfeita graça, tomasse, em nosso favor ou em nosso lugar; foi feito pecado por nós, e a oferta de expiação é a sombra (a figura) divinamente indicada que O apresenta sob este aspecto. Porém, visto que era o Senhor Jesus Cristo, o eleito de Deus, o Santo, o Seu Filho puro, imaculado e eterno que foi feito pecado, a gordura da oferta de expiação era portanto queimada sobre o altar, como o material adequado para aquele fogo que era a exibição da santidade divina.

Mas até mesmo neste ponto vemos o contraste entre a oferta de expiação e o holocausto. No caso do último, não era apenas a gordura, mas toda a oferta que era queimada sobre o altar, porque representava Cristo sem relação alguma com o pecado. No caso da primeira, não havia nada a queimar sobre o altar senão a gordura, porque se tratava de uma questão de levar o pecado, embora o próprio Cristo tenha sido o que levou o pecado sobre Si. A glória divina da pessoa de Cristo brilha até mesmo por entre as trevas espessas desse madeiro de maldição a que consentiu que O pregassem como maldição por nós. A aversão daquilo com que, no exercício do amor divino, Ele ligou a Sua bendita pessoa, na cruz, não podia evitar que o cheiro suave do Seu valor subisse até ao trono de Deus. Vemos assim a revelação do profundo mistério da face de Deus se ter ocultado daquilo que Cristo se fez, e o modo como o coração de Deus se deleitou no que Cristo era. É isto que dá um encanto peculiar à oferta de expiação. Os raios brilhantes da glória pessoal de Cristo resplandecendo por entre a terrível escuridão do Calvário, o Seu valor pessoal destacando-se nas próprias profundidades da Sua humilhação, o deleite de Deus n'Aquele de quem havia ocultado a Sua face, em justificação da Sua justiça inflexível, tudo isto é mostrado no fato de a gordura da oferta de expiação do pecado ser queimada sobre o altar.

C. H. Mackintosh

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