segunda-feira, 15 de junho de 2020

Uma Aplicação Prática para a Adoração

(Comentário Levítico 4 - 5:13OS SACRIFÍCIOS QUE NÃO SÃO DE CHEIRO SUAVE)

Comparando o que se fazia do "sangue" com o que se fazia da "carne" ou do corpo do sacrifício, duas grandes ramificações da verdade se apresentam aos nossos olhos, isto é, a adoração e o discipulado. O sangue que era levado ao santuário é o fundamento da primeira. O corpo queimado fora do arraial é a base da segunda. Antes que possamos adorar, em paz de consciência e tranquilidade de coração, temos de saber, com base na autoridade da Palavra e pelo poder do Espírito, que a questão do pecado foi inteiramente resolvida para sempre pelo sangue da oferta divina de expiação — que o Seu sangue foi espargido com perfeição perante o Senhor — que todas as exigências de Deus e todas as nossas necessidades, como pecadores culpados e arruinados, foram satisfeitas para sempre. Este conhecimento dá perfeita paz; e, no gozo desta paz, adoramos a Deus. Quando um israelita da antiguidade oferecia a sua oferta de expiação, a sua consciência ficava em paz, na medida em que esse sacrifício era capaz de dar paz. E verdade é que era somente uma paz -- um descanso -- temporário, sendo o fruto de um sacrifício temporário. Porém, é claro que, qualquer que fosse o tipo de descanso que o sacrifício podia proporcionar, o oferente podia desfrutá-la. Portanto, sendo o nosso sacrifício divino e eterno, o nosso descanso é também divino e eterno. Assim como é o sacrifício, tal é o descanso baseado nele. Um judeu nunca poderia ter uma consciência eternamente purificada, simplesmente porque não tinha um sacrifício eternamente eficaz. Podia, de certo modo, ter a sua consciência purificada por um dia, um mês ou um ano; mas não podia tê-la purificada para sempre. "Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Porque se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, os santificam, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?" (Hb 9:11-14).

Temos aqui a exposição plena e explícita da doutrina. O sangue de bodes e bezerros proporcionava uma redenção temporária; o sangue de Cristo proporciona eterna redenção. A primeira purificava a carne exteriormente; a última purifica interiormente. Aquela purificava a carne por algum tempo; esta purifica a consciência para sempre. A questão toda gira em torno, não do caráter ou condição do ofertante, mas, sim, do valor do sacrifício. A questão não é, de modo algum, se um cristão é melhor do que um judeu, mas se o sangue de Cristo é melhor do que o sangue de um novilho. Seguramente, é melhor. Melhor, até que ponto? Infinitamente melhor. O Filho de Deus comunica toda a dignidade da Sua pessoa divina ao sacrifício que ofereceu; e, se o sangue de um novilho purificava a carne por um ano, "quanto mais o sangue" do Filho de Deus purificará a consciência para sempre? Se aquele tirava algum pecado, quanto mais este tirará todo o pecado? 

C. H. Mackintosh

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