segunda-feira, 20 de abril de 2020

O Sal

(Comentário Levítico 2 A OFERTA DE MANJARES: CRISTO NA SUA HUMANIDADE)

Agora só nos falta considerar um ingrediente que sempre fazia parte da oferta de manjares, a saber, "o sal". "E toda a oferta dos teus manjares salgarás com sal; e não deixarás faltar à tua oferta de manjares o sal do concerto do teu Deus; em toda a tua oferta oferecerás sal". A expressão "o sal do concerto" revela o caráter permanente desse concerto (aliança). Deus Mesmo ordenou assim o seu emprego em todas as coisas para que nunca haja alteração — nenhuma influência poderá jamais corrompê-lo. Sob o ponto de vista espiritual e prático, é impossível dar demasiado apreço a um tal ingrediente. "A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal" (Colossenses 4:6). Em todas as conversas, o Homem perfeito mostrava sempre o poder deste princípio. As Suas palavras não eram simplesmente palavras de graça, mas palavras de penetrante poder — palavras divinamente adaptadas para preservar de toda a mancha e influência corrupta. Nunca pronunciou uma palavra que não fosse perfumada com "incenso" e "temperada com sal". O primeiro era de todo agradável a Deus; o último, o mais proveitoso para o homem.

Às vezes, infelizmente, o coração corrompido do homem e o seu paladar viciado não podiam tolerar a pungência da oferta de manjares salgada por determinação divina. Observemos, por exemplo, a cena na sinagoga de Nazaré (Lucas 4:16-29). O povo podia dar-lhe testemunho e "todos... se maravilham das palavras de graça que saíam da sua boca"; mas logo que passou a temperar essas palavras com sal, que tão necessário era a fim de preservá-los da influência corruptível do seu orgulho nacional, eles de boa vontade O teriam precipitado do cume do monte em que a sua cidade estava edificada.

Assim também em Lucas 14, logo que as Suas palavras de "graça" atraíram "grandes multidões", Ele deitou-lhes imediatamente o "sal" ao anunciar, em palavras de santa fidelidade, os resultados seguros de O seguirem. "Vinde, que já tudo está preparado". Aqui estava a "graça". Mas logo em seguida diz: "Qualquer de vós que não renunciar a tudo quanto tem não poder ser meu discípulo". Aqui estava o "sal". A graça é atrativa; mas "o sal é bom". Um discurso agradável pode ser popular; mas um discurso temperado com sal nunca o será. A multidão pode, em certas ocasiões e sob determinadas circunstâncias, seguir por um pouco de tempo o puro evangelho da graça de Deus; mas logo que o "sal" de uma aplicação fervorosa e fiel é introduzido, o auditório é reduzido ao número daqueles que foram trazidos sob o poder da Palavra.

C. H. Mackintosh

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