quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O Corvo e a Pomba

(Comentário Gênesis 8)

"E aconteceu que, ao cabo de quarenta dias abriu Noé a janela da arca que tinha feito: e soltou um corvo, que saiu, indo e voltando, até que as águas se secaram de sobre a terra." A ave imunda escapou-se, e achou, sem dúvida, um lugar de repouso em qualquer carcaça flutuante. Não voltou a procurar a arca. Não aconteceu assim com a pomba. "A pomba porém não achou repouso para a planta do seu pé e voltou a ele para a arca... e tornou a enviar a pomba fora da arca. E a pomba voltou a ele sobre a tarde; e eis, arrancada, uma folha de oliveira no seu bico." Agradável símbolo da mente regenerada, que no meio de toda a desolação busca e acha o seu repouso e a sua porção em Cristo; e não somente isso, mas que também lança mão do título da herança, e mostra a prova bendita que o julgamento é passado e uma nova terra se apresenta inteiramente à vista. A mente carnal, pelo contrário, pode descansar em qualquer coisa menos em Cristo. Pode alimentar-se de toda a imundície. "A folha de oliveira" não tem encanto para ela. Pode achar tudo que precisa numa cena de morte, e por isso não está ocupada com o pensamento de um novo mundo e as suas glórias; porém, o coração que é ensinado e exercitado pelo Espírito de Deus só pode descansar e regozijar-se naquilo em que Ele descansa e Se regozija. Descansa na Arca da Sua salvação "até aos tempos da restauração de tudo" (At. 3:21). 

Que Jesus seja o lugar de repouso e a porção dos nossos corações, para que não tenhamos que buscá-los num mundo que jaz sob o juízo de Deus. A pomba voltou para Noé, e esperou pelo seu tempo de repouso: e nós devemos encontrar sempre o nosso lugar com Cristo, até ao tempo da Sua exaltação e glória, nos séculos vindouros. Aquele que há-de vir, "certamente virá, não tardará" (Hc 2:3). Tudo quanto precisamos, a este respeito, é de um pouco de paciência. Que Deus dirija os nossos corações no Seu amor, e "na paciência de Cristo".

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