domingo, 2 de setembro de 2012

Justificação e Propiciação

Você não está apenas justificado gratuitamente (com todos os seus pecados perdoados e Deus não vendo mais iniquidade em você), mas você está também redimido pelo precioso sangue de Cristo. Sim, liberto daquela condição de escravidão para todo o sempre. Se aquela grande soma em ouro colocou os escravos de Trinidad-Tobago* em liberdade para sempre, porventura a propiciação infinita de Cristo não poderá nos libertar, nos redimir para sempre? Será que devemos nos permitir qualquer sombra de dúvida? Não; Ele Se entregou por nós -- tudo por gratuito e imerecido favor. Não fizemos nada para nossa redenção; ela foi toda realizada antes mesmo que tivéssemos um desejo ou pensamento sequer de redenção. E agora escutamos as boas novas que são para nós, pobres escravos do pecado; cremos, e ficamos livres para sempre.

Mas devemos inquirir mais de como a justiça de Deus é afetada em tudo isso. "Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no Seu sangue, para demonstrar a Sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da Sua justiça neste tempo presente, para que Ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus." (Rm 3.25,26) Você irá notar que Deus apresentou a propiciação de Cristo para declarar duas coisas. Sua justiça precisava ser revelada nestas duas coisas: em deixar impunes, em indulgência, os pecados que são passados; e em poder ser justo, e o Justificador daquele que tem fé em Jesus.

Cabe aqui alertar nossos leitores de um sério erro que normalmente é cometido com respeito à expressão "pecados dantes cometidos", como se significasse os pecados que foram cometidos até nossa conversão a Deus; como se quisesse dizer que os pecados até nossa conversão teriam sido perdoados, ou remidos, pela propiciação de Cristo; e que Deus seria, por conseguinte, justo, pela morte de Cristo, em perdoar dessa maneira os pecados cometidos antes da conversão. Este erro leva o crente à completa confusão quanto aos pecados que possa vir a cometer depois da conversão; mais ainda, tal ideia deixa o cristão numa posição pior que a do judeu, pois este podia contar com outro dia de expiação, que acontecia a cada ano. Porém, se o sacrifício propiciatório de Cristo valeu somente para nossos pecados, ou expiou nossos pecados, até o dia de nossa conversão, então já não resta remédio para os pecados cometidos depois da conversão. Pois "já não resta mais sacrifício pelos pecados". (Hb 10.26) Quem poderia ser salvo com uma idéia tão finita do sacrifício propiciatório de Cristo? O sacrifício único e infinito teve que valer para todos os pecados de um pecador finito, desde o primeiro até o último.

O que significa, então, esta passagem? Simplesmente isto: Deus passou por cima, em indulgência, dos pecados de todos os crentes antes que Cristo morresse; e agora Ele é o Justificador de todos aqueles que creem, reputando-os por justos como se nunca houvessem pecado. Mas a grande questão era esta: Como Deus poderia ser justo em fazer ambas as coisas? Como poderia isto ser revelado, declarado, e explicado? Se não houvesse resposta a esta pergunta, como poderia qualquer alma ter paz com Deus?

Se todos eram culpados, como poderia Deus ser Justo em passar por cima dos pecados daqueles que creram, sejam judeus ou gentios? E se todos provaram ser culpados agora -- se você foi provado como sendo culpado -- como pode Deus declarar a respeito de você, como fez a respeito de Israel no passado, que Ele não viu, e não vê, iniquidade em você? Certamente Ele não poderia ser justo com base em qualquer coisa que fosse encontrada em nós, ou praticada por nós, sob a lei ou aparte da lei. É aqui que o olhar da fé deve pousar unicamente no sangue de Jesus -- "para propiciação pela fé no Seu sangue". (Rm 3.25) Isto por si só explica e declara a justiça de Deus, tanto no que diz respeito aos pecados dos crentes do passado, como dos nossos agora.


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