sábado, 21 de março de 2020

O Sacrifício

(Comentário Levítico 1 - O HOLOCAUSTO)

"Depois, degolará o bezerro perante o Senhor; e os filhos de Arão, os sacerdotes, oferecerão o sangue e espargirão o sangue à roda sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação." No estudo da doutrina do holocausto é absolutamente indispensável não esquecer que o ponto principal que se ressalta dele não é ir ao encontro da necessidade do pecador, mas apresentar a Deus aquilo que Lhe é infinitamente agradável. Cristo, como é prefigurado no holocausto, não é para a consciência do pecador, mas para o coração de Deus. Além disso, no holocausto a cruz não é demonstração da abominação do pecado, mas a devoção inabalável de Cristo ao Pai. Nem tampouco é a cena de Deus descarregando a Sua ira sobre Cristo por Ele levar sobre Si o pecado, mas sim a sublime complacência do Pai em Cristo, o sacrifício voluntário e cheio de fragrância. Finalmente a "expiação", como a vemos no holocausto, não é apenas proporcionada às exigências da consciência do homem, mas ao desejo intenso do coração de Cristo em fazer a vontade de Deus e estabelecer os propósitos divinos — um desejo que não O impediu de entregar a Sua vida imaculada e preciosa como "oferta voluntária" "de cheiro" suave a Deus.

Nenhum poder da terra ou do inferno, homens ou demônios, pôde demovê-Lo de cumprir esSe desejo. Quando Pedro, ignorantemente, e com palavras de falsa ternura, procurou dissuadi-lo a não ir ao encontro da vergonha e degradação da cruz, "dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso", qual foi a Sua resposta? "Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens" (Mateus 16:22-23). De igual modo, noutra ocasião, disse aos Seus discípulos, "Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo e nada tem em mim, mas é para que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço como o Pai me mandou. Levantai-vos, vamo-nos daqui" (João 14:30-31). Estas e muitas outras passagens correlatas das Escrituras mostram-nos a fase da obra de Cristo no holocausto em que o primeiro pensamento é evidentemente "oferecer-se a Si mesmo imaculado a Deus".

C. H. Mackintosh

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