domingo, 3 de maio de 2020

A Parte dos Sacerdotes

(Comentário Levítico 2: A OFERTA DE MANJARES: CRISTO NA SUA HUMANIDADE) 

Havendo examinado os ingredientes que compunham a oferta de manjares e as diversas formas em que era oferecida, só nos resta aludir às pessoas que participavam dela. Estas eram o chefe e os membros da família sacerdotal. "E o que sobejar da oferta de manjares será de Arão e de seus filhos; coisa santíssima é, de ofertas queimadas ao Senhor" (versículos 3 e 10). Assim como o holocausto, como já frisamos, os filhos de Arão são apresentados como figuras de todos os verdadeiros crentes, não como pecadores convictos, mas como sacerdotes em adoração; assim, na oferta de manjares, encontramo-los alimentando-se do que sobejava daquilo que havia sido posto, por assim dizer, sobre a mesa do Deus de Israel. Isto era um elevado e santo privilégio. Ninguém senão os sacerdotes podiam usufruí-lo. É o que está estabelecido, com grande clareza, na "lei da oferta de manjares", a qual citarei aqui por completo: "E esta é a lei da oferta de manjares: um dos filhos de Arão a oferecerá perante o Senhor diante do altar. E tomará o seu punho cheio da flor de farinha da oferta e do seu azeite e todo o incenso que estiver sobre a oferta de manjares; então, o queimará sobre o altar; cheiro suave é isso, por ser memorial ao Senhor. E o restante, dela comerão Arão e seus filhos: asmo se comerá no lugar santo; no pátio da tenda da congregação o comerão. Levedado não se cozerá; sua porção é que lhes dei das minhas ofertas queimadas; coisa santíssima é, como a expiação do pecado e como a expiação da culpa. Todo o varão entre os filhos de Arão comerá dela, estatuto perpétuo será para as vossas gerações das ofertas queimadas do Senhor; tudo o que tocar nelas será santo" (Lv 6:14-18).

Aqui, pois, é-nos dada uma bela figura da Igreja alimentando-se no "lugar santo", no poder da santidade prática, das perfeições do Homem Cristo Jesus. Esta é a nossa porção por meio da graça de Deus; mas temos de lembrar que é para ser comida com pão "asmo". Não podemos alimentar-nos de Cristo se estamos condescendendo com o mal. "Tudo que tocar nela será santo". Além disso, deve comer-se "no lugar santo". A nossa posição, os nossos costumes, nós mesmos e as nossas relações, devem ser santos, antes de podermos alimentar-nos da oferta de manjares. Finalmente, lemos que "todo o varão entre os filhos de Arão comerá dela". Quer dizer, é necessário verdadeira energia sacerdotal, segundo o pensamento divino a seu respeito, para se apreciar esta santa porção. "Os filhos de Arão" realçam a ideia de energia na ação sacerdotal. As suas "filhas" representam debilidade nessa mesma ação (veja Números 18:8-13). Havia algumas coisas que os filhos podiam comer e que as filhas não podiam. Os nossos corações deveriam desejar ardentemente a medida mais elevada de energia sacerdotal, a fim de podermos desempenhar as mais elevadas funções sacerdotais e participar da ordem mais elevada do alimento sacerdotal.

C. H. Mackintosh

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