terça-feira, 5 de maio de 2020

Conclusão da Meditação sobre a Oferta de Manjares

(Comentário Levítico 2: A OFERTA DE MANJARES: CRISTO NA SUA HUMANIDADE)

Em conclusão, devo acrescentar que, visto que somos feitos, mediante a graça, "participantes da natureza divina", podemos, se vivermos na energia dessa natureza, seguir as pisadas d'Aquele que é prefigurado na oferta de manjares. Se nos despojarmos do ego, cada um dos nossos atos poderá emitir um cheiro suave para Deus. Os mais insignificantes assim como os mais importantes serviços podem, pelo poder do Espírito Santo, representar o bom perfume de Cristo. Fazer uma visita, escrever uma carta, exercer o ministério público da Palavra, dar um copo de água fria a um discípulo do Senhor ou uma moeda a um pobre, sim, até os atos comuns de comer e beber, podem todos exalar o perfume suave do nome e graça de Jesus. 

Assim também se tão-somente a natureza for mantida no lugar da morte, poderá manifestar-se em nós o que não é corruptível, o que inclui a própria conversação temperada com o "sal" da permanente comunhão com Deus. Porém, falhamos e faltamos em todas estas coisas. Entristecemos o Espírito de Deus na nossa linha de conduta. Somos propensos a ser egoístas ou a procurar os louvores dos homens nos nossos melhores serviços, e assim deixamos de "temperar" a nossa conversação. Daí a nossa deficiência em "azeite", "incenso" e o "sal"; enquanto que, ao mesmo tempo, existe a tendência de incluir o "fermento" e permitir que se manifeste "o mel" da natureza. Só houve uma "oferta de manjares" perfeita; e, bendito seja Deus, estamos aceitos n'Ele. Somos filhos do verdadeiro Arão; o nosso lugar é no santuário, onde podemos nos alimentar com a santa porção. Feliz lugar! Feliz porção! Possamos nós apreciá-la mais do que o temos feito! Que os nossos corações estejam mais desinteressados pelo mundo e mais aprofundados em Cristo. Que os nossos olhos estejam tão fixos n'Ele, que não haja lugar em nós para os atrativos da cena que nos rodeia nem tampouco para as mil e uma circunstâncias mesquinhas da nossa vida, que perturbam o coração e embaraçam a mente. Regozijemo-nos em Cristo, tanto à luz brilhante do sol como nas trevas; quando a brisa suave do verão se faz sentir à nossa volta, e quando rugem as tempestades do inverno ao longe; quando vagamos sobre a superfície de um tranquilo lago, ou somos sacudidos sobre o mar tempestuoso. Graças a Deus, "achamos Aquele" que será para sempre a nossa porção abundante. Passaremos a eternidade contemplando as perfeições divinas do Senhor Jesus. Os nossos olhos nunca mais serão desviados d'Ele, uma vez que O tivermos visto tal qual Ele é.

Que o Espírito Santo possa operar poderosamente em nós para nos fortalecer "no homem interior". Que Ele nos habilite a alimentarmo-nos com a perfeita oferta de manjares, com cujo memorial o próprio Deus se tem alimentado! Este é o nosso santo e feliz privilégio. Que possamos percebê-lo ainda mais plenamente!

C. H. Mackintosh

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