terça-feira, 30 de outubro de 2012

Duas Naturezas em Conflito (Parte 1)

(Comentário Romanos 7)

"Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?" (Rm 7.1) Este fato demonstra a importância da verdade que já foi apresentada -- a identificação com a morte de Cristo; considerando-nos mortos com Ele, e vivos para Deus. Pois se aqueles que viviam debaixo dela, continuassem a viver debaixo dela, seriam responsáveis por cumpri-la em cada jota e cada til (Mt 5.18), caso contrário ela os amaldiçoaria. Neste caso o cristianismo não seria de nenhuma ajuda. O homem poderia continuar sob a maldição. A lei tinha domínio sobre um homem enquanto ele vivesse. Sua responsabilidade para com a lei só terminava na morte. A lei acerca do matrimônio prova isso: somente a morte dissolve o vínculo de responsabilidade. Enquanto o marido viver, a esposa não pode se casar com outro; seria adultério. Isto era algo patente a todos os que conheciam a lei.

De modo semelhante o crente não pode, por assim dizer, ter dois maridos. Ele não pode estar vivo na carne, casado com a lei (debaixo da lei), e também estar casado com Cristo. Não há dúvida de que os homens dirão que deve ser assim, que você deve ter ambos, a lei e Cristo; mas não estamos explicando aqui o que dizem os homens, mas o que dizem as Escrituras. Deus nos diz que não podemos ter Cristo e a lei. E do mesmo modo como uma esposa só é liberada do antigo marido pela morte, assim também nós só podemos ser libertos do antigo marido, o princípio da lei, pela morte.

"Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus." (Rm 7.4) Portanto eles estavam mortos para a lei pelo corpo de Cristo como se tivessem morrido de verdade. Passaram de sob o seu domínio para um estado completamente novo. Não têm mais nada a declarar ao antigo marido; mas entram em um novo parentesco, unidos a um novo marido, a Um ressuscitado de entre os mortos, o próprio Cristo.

Mas será que os grandes mestres não irão dizer a você ser isto antinomianismo, estar morto para a lei, nada mais ter a ver com ela, ou ela com você? Dirão que isto poderia levá-lo a produzir fruto para o pecado. Seria terrível, diriam eles. Mas o que é que Deus diz a este respeito? Ele diz que tudo isso é "a fim de que demos fruto para Deus". Isto está perfeitamente de acordo com o que foi apresentado antes. "Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça." (Rm 6.14) Estar debaixo da lei é estar debaixo da sua maldição, pois todos provaram ser culpados (Romanos 3). Mas agora somos um com o Cristo ressuscitado, tendo todos os pecados perdoados, e o pecado julgado, a fim de podermos dar fruto para Deus.

Todavia a porção do cristão é esta: considerar-se morto com respeito à carne, mas vivo para Deus. Uma vida inteiramente nova proveniente de Deus. O assunto todo será bastante simplificado se mantivermos estas duas coisas distintas: a velha vida, ou velha natureza, chamada a carne -- o terreno no qual o homem foi provado sob a lei; e a nova vida, ou nova natureza, a qual o crente possui, a própria vida eterna do Cristo ressuscitado. Vimos como fomos libertados da escravidão do pecado por estarmos mortos para um e vivos para o outro. Isto não quer dizer que o pecado está erradicado, mas que estamos mortos para ele. 

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