domingo, 3 de novembro de 2013

As Objeções de Moisés e os Meios de Deus

De novo devemos deter-nos por uns momentos ao pé do monte Horebe, "detrás do deserto" (um lugar sadio para a mente espiritual) para vermos manifestar-se de uma maneira extraordinária a incredulidade do homem e a graça ilimitada de Deus. 

"Então, respondeu Moisés e disse: Mas eis que me não crerão, nem ouvirão a minha voz, porque dirão: o SENHOR não te apareceu" (versículo 1). Como é difícil vencer a incredulidade do coração do homem, e quão penoso é para ele confiar em Deus! Como o ser humano é vagaroso em confiar em Deus! Como é tardo em se aventurar em qualquer empresa confiando somente nas promessas de Deus! Tudo é bom para a natureza, menos isto. A cana mais fraca para os olhos humanos é considerada pela natureza como infinitamente mais sólida, como base da sua confiança, do que a rocha invisível dos séculos (Is 26:4). A natureza precipitar-se-á sem hesitação para qualquer auxílio humano ou cisterna rota, em vez de se alimentar da fonte das águas vivas (Jr 2:13,17:13).

Nós havíamos de pensar que Moisés tinha ouvido e visto o bastante para pôr fim aos seus receios. O fogo consumidor na sarça que se não consumia; a graça de Deus, com toda a sua condescendência; os títulos preciosos de Deus; a missão divina; a certeza da presença de Deus; todas estas coisas deveriam ter afugentado todo o pensamento de temor e comunicado ao coração uma segurança firme. Contudo, Moisés continua a fazer perguntas, a que Deus continua a responder; e, como já frisamos, cada nova pergunta põe em evidência nova graça. "E o SENHOR disse-lhe: Que é isso na tua mão? E ele disse: Uma vara" (versículo 2).

O Senhor estava disposto a aceitar Moisés tal qual ele era e a servir-se do que ele tinha na mão. A vara, com a qual ele havia conduzido as ovelhas de seu sogro, ia ser usada para libertar o Israel de Deus, para castigar o Egito, para abrir através do mar um caminho do povo remido do Senhor, e para fazer brotar água da rocha a fim de refrescar as hostes sedentas de Israel no deserto. Deus serve-se dos instrumentos mais fracos para realizar os Seus planos mais gloriosos. "Uma vara"; um corno de carneiro (Js 6:5); "um pão de cevada" (Jz 7:13); "uma botija de água" (l Rs 19:6); "uma funda de pastor" (1 Sm 17:50); tudo, em suma, pode servir nas mãos de Deus para cumprir a obra que Ele tem projetado. Os homens imaginam que não se pode chegar a grandes resultados senão por grandes meios; porém não é assim o método de Deus. Ele tanto pode servir-se de "um bicho" como do sol abrasador; de "uma aboboreira" como de um vento calmoso (veja-se Jonas 4).

C. H. Mackintosh. Fonte: http://pt.scribd.com/doc/171983396/2-Notas-Sobre-o-Pentateuco-Exodo-C-H-Mackintosh

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