quarta-feira, 31 de outubro de 2018

A Resposta de Moisés

(Comentário Êxodo 10)

A resposta de Moisés a esta última objeção de Faraó dá-nos um relato dos direitos soberanos do Senhor sobre o Seu povo e tudo que lhes pertence. "Moisés, porém, disse: Tu também darás em nossos mãos sacrifícios e holocaustos, que ofereçamos ao SENHOR nosso Deus. E também o nosso gado há de ir conosco, nem uma unha ficará; porque daquele havemos de tomar para servirão SENHOR nosso Deus; porque não sabemos com que havemos de servir ao Senhor, até que cheguemos lá" (versículos 25- 26). É somente quando o povo de Deus toma o seu lugar, com fé simples e infantil, sobre o terreno elevado em que a morte e ressurreição os colocou, que podem ter um conhecimento adequado dos seus direitos sobre eles: "...não sabemos com que havemos de servir ao SENHOR, até que cheguemos lá". Quer dizer, não sabiam qual era a sua responsabilidade, nem quais as exigências de Deus até que tivessem andado "três dias de caminho". Estas coisas não podiam ser conhecidas no meio da atmosfera corrompida do Egito. É indispensável que a redenção seja conhecida como um fato consumado antes que se possa ter uma percepção justa ou completa da responsabilidade. Tudo isto é perfeito e belo.

"Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus" (Jo 7:17). É necessário que, por meio do poder da morte e ressurreição, estejamos fora do Egito. É quando ocupamos o nosso lugar, pela fé, nesses átrios gloriosos em que o sangue precioso de Cristo nos introduz; quando podemos olhar em redor de nós e contemplar os resultados maravilhosos do amor que nos resgatou; quando contemplamos atentamente Aquele que nos trouxe para este lugar e nos deu todas estas riquezas, que somos constrangidos a exclamar, como um dos nossos poetas exclamou:
"Fora-me dado todo o domínio da natureza,
Seria uma oferta pequena demais; Amor tão sublime, tão divino,
Que pede o meu coração, a minha vida, todo o meu ser."
"Nem uma unha ficará". Que nobres palavras! O Egito não é o lugar próprio para guardar coisa alguma que pertença aos remidos do SENHOR. Deus é digno de tudo: "alma, corpo e espírito" — tudo que somos e tudo quanto temos pertencem-Lhe:"...não somos de nós mesmos", porque "fomos comprados por bom preço" (I Co 6:19,29) e é nosso grande privilégio consagrarmo-nos com tudo quanto temos Àquele a Quem pertencemos e a cujo serviço fomos chamados. Nada se vê aqui do espírito legalista. As palavras "até que cheguemos lá" são a salvaguarda divina contra este mal horrível. Nós fizemos a caminhada de "três dias" antes que pudesse ser ouvida ou compreendida uma só palavra quanto ao sacrifício. Estamos de posse plena e indiscutível da vida de ressurreição e da justiça eterna. Deixamos a terra da morte e das trevas; fomos trazidos a Deus Mesmo, de forma que podemos possuí-Lo no poder dessa vida com que fomos dotados e nessa esfera de justiça na qual fomos colocados: servir é, pois, todo o nosso gozo. Não existe em nosso coração um só afeto do qual Ele não seja digno; não há em todo o Seu rebanho uma vítima que seja preciosa demais para ser imolada no Seu altar. Quanto mais perto andarmos d'Ele, tanto melhor compreenderemos que a nossa comida e a nossa bebida é fazer a Sua santa vontade. O crente considera como seu maior privilégio o de servir ao Senhor, e deleita-se em todo o exercício e em toda a manifestação da natureza divina. Não caminha carregando com um peso insuportável às costas ou um jugo incômodo ao pescoço. O jugo foi "despedaçado por causa da unção" (Is 10:27); o fardo foi tirado para sempre pelo sangue da cruz, e ele avança "resgatado" "regenerador" e "desembaraçado" em conformidade com estas palavras consoladoras: "DEIXA IR O MEU POVO".

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