sábado, 29 de dezembro de 2018

O Anjo de Deus e a Coluna de Nuvem

(Comentário Êxodo 14)

"E o Anjo de Deus, que ia diante do exército de Israel, se retirou, e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou diante deles e se pôs atrás deles. E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era escuridade para aqueles e para estes esclarecia a noite; de maneira que em toda a norte não chegou um ao outro" (versículos 19- 20). O Senhor colocou-Se exatamente entre Israel e o inimigo—isto era verdadeira proteção. Antes que Faraó pudesse tocar num cabelo da cabeça de Israel, teria que atravessar o pavilhão do Todo-Poderoso —, sim, o Próprio Todo-Poderoso. É assim que Deus sempre Se interpõe entre o Seu povo e todo o inimigo, de forma que "toda a ferramenta preparada contra" eles "não prosperará" (Isaías 54:17). Ele pôs-Se entre nós e os nossos pecados, e é nosso privilégio encontrá-Lo entre nós e todo aquele ou coisa que possa ser contra nós. Este é o único meio de encontrarmos tanto a paz de coração como a paz de consciência. O crente pode buscar os seus pecados com ansiedade e diligência sem conseguir encontrá-los. Por quê? Porque Deus está entre ele e os seus pecados. O Senhor lançou para trás das Suas costas todos os nossos pecados; enquanto que, ao mesmo tempo, faz brilhar sobre nós a luz do Seu semblante.

Da mesma maneira, o crente pode buscar as suas dificuldades, e não as encontrar, porque Deus está entre ele e as dificuldades. Se, portanto, em vez de nos determos com os nossos pecados e as nossas dores, nos apoiássemos somente em Cristo, o cálice amargoso seria adoçado e muitas horas negras seriam iluminadas. A verdade é que muitas vezes descobrimos que nove décimos das nossas dores e provações se compõem de males antecipados ou imaginários, que só existem no nosso espírito desordenado, porque é incrédulo. Deus permita que o leitor conheça a paz inabalável tanto do coração como da consciência, que resulta de ter a Cristo, em toda a Sua plenitude, entre si e todos os seus pecados e todas as suas dores.

É, ao mesmo tempo, solene e interessante notar o aspecto duplo da "coluna de nuvem", neste capítulo. E a nuvem era escuridão para os egípcios, mas para Israel "esclarecia a noite". Que semelhança com a cruz de nosso Senhor Jesus Cristo! Verdadeiramente, essa cruz tem, do mesmo modo, um duplo aspecto. Constitui a base da paz do crente; e, ao mesmo tempo, sela a condenação de um mundo culpado. O mesmíssimo sangue que purifica a consciência do crente e lhe dá paz mancha este mundo e consuma o seu pecado. A mesmíssima missão do Filho de Deus, que despojou o mundo da sua capa e o deixa inteiramente sem desculpa, veste a Igreja de um manto formoso de justiça e enche a sua boca de louvor incessante. O próprio Cordeiro de Deus que encherá de terror, com a grandeza da Sua ira, todas as tribos e povos da terra, conduzirá pela Sua mão bondosa o rebanho que comprou com o Seu precioso sangue através de verdes pastos e a águas tranquilas (comparem-se Apocalipse 6:15 -17 com 7:17).

C. H. Mackintosh

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