terça-feira, 4 de junho de 2019

A Arca e seu Conteúdo

(Comentário Êxodo 25)

A arca do concerto ocupa o primeiro lugar nas comunicações divinas feitas a Moisés. A sua posição no tabernáculo era, também, notável. Encerrada dentro do véu, no lugar santíssimo, formava a base do trono de Jeová. O seu próprio nome apresentava à alma a sua importância. Uma arca, tanto quanto podemos compreender o significado da palavra, é destinada a guardar intacto o que é posto dentro dela. Foi numa arca que Noé e sua família, com todas as espécies de animais da criação, foram transportados com segurança sobre as ondas do juízo que cobriu a terra. Uma arca, como lemos no princípio deste livro, foi o vaso da fé para preservar um menino formoso das águas da morte. Quando, portanto, lemos da "arca do concerto" somos levados a crer que era destinada por Deus guardar intacto o Seu concerto, no meio de um povo dado ao erro. Nesta arca, como sabemos, foram depositadas as segundas tábuas da lei. Quanto às primeiras, foram quebradas ao pé do monte, mostrando que o concerto do homem era de todo abolido — que o seu trabalho nunca poderia, de qualquer modo, formar a base do trono de governo de Jeová. "A justiça e o juízo são a habitação desse trono" (Salmo 89:14), quer seja no seu aspecto terrestre, quer no celestial. A arca não podia conter as tábuas quebradas dentro do seu interior sagrado. O homem podia falhar no cumprimento dos votos que havia feito voluntariamente; porém a lei de Deus tem de ser conservada em toda a sua integridade divina e perfeição. Se Deus estabelecia o Seu trono no meio do Seu povo, só o podia fazer de uma maneira digna de Si. O princípio do Seu juízo e governo deve ser perfeito.

"E farás varas de madeira de cetim, e as cobrirás com ouro. E meterás as varas nas argolas, aos lados da arca, para se levar com elas a arca" (versículos 13 e 14). A arca do concerto devia acompanhar o povo em todas as suas peregrinações. Nunca se deteve enquanto eles se mantiveram como um exército em viagem ou no conflito: foi adiante deles até ao meio do Jordão; foi o seu ponto de reunião em todas as guerras de Canaã; era a garantia segura e certa do poder para onde quer que ia. Nenhum poder do inimigo podia subsistir diante daquilo que era a expressão bem conhecida da presença e poder de Deus. A arca devia ser a companheira inseparável de Israel no deserto; e as "varas" e as "argolas" eram a expressão exata do seu caráter ambulante.

C. H. Mackintosh

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