quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

A Santa Unção

(Comentário Êxodo 30 - O CULTO, A COMUNHÃO E A ADORAÇÃO)

Os versículos 22 e 23 tratam "do azeite da santa unção", com a qual eram ungidos os sacerdotes com todos os utensílios do santuário. Nesta unção discernimos uma figura das várias graças do Espírito Santo, as quais se acharam em Cristo em toda a sua plenitude divina. "Todos os teus vestidos cheiram a mira, a aloés e a cássia, desde os palácios de marfim de onde te alegram" (Sl 45:8). "Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude" (Atos 10:38). Todas as graças do Espírito Santo, em sua perfeita fragrância, se concentraram em Cristo; e é somente dEle que podem emanar. Quanto à Sua humanidade, foi concebido do Espírito Santo; e, antes de entrar no Seu ministério público, foi ungido com o Espírito Santo; e, finalmente, havendo tomado o Seu lugar nas alturas, derramou sobre o Seu corpo, a Igreja, os dons preciosos do Espírito, em testemunho da redenção efetuada (veja-se Mateus 1:20; 3:16-17; Lucas 4:18-19; Atos 2:33; 10:45-46; Efésios 4:8-13).

É como aqueles que estão associados com esse bendito e eternamente glorificado Senhor que os crentes são feitos participantes dos dons e graças do Espírito Santo; e, além disso, é na medida em que andam em intimidade com Ele que gozam ou emitem a Sua fragrância. O homem não regenerado não conhece essas coisas. "Não se ungirá com ele a carne do homem" (versículo 32). As graças do Espírito nunca poderão ser ligadas com a carne, porque o Espírito Santo não pode reconhecer a natureza. Nem um só dos frutos do Espírito foi jamais produzido no solo estéril da natureza. "É necessário nascer de novo" (João 3:7). É só como unidos com o novo homem, como sendo parte da nova criação, que podemos conhecer alguma coisa dos frutos do Espírito Santo.

É inútil procurar imitar esses frutos e virtudes. Os mais belos frutos que jamais cresceram no campo da natureza, no seu mais alto grau de cultivo — os traços mais amáveis que a natureza pode apresentar — devem ser inteiramente rejeitados no santuário de Deus. "Não se ungirá com ele a carne do homem, nem fareis outro semelhante conforme a sua composição: santo é, e será santo para vós. O homem que compuser tal perfume como este, ou que dele puser sobre um estranho, será extirpado dos seus povos". Não deve haver imitação da obra do Espírito; tudo tem que ser do Espírito — inteiramente e realmente do Espírito. Além disso, aquilo que é do Espírito não deve ser atribuído ao homem: "... o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1 Coríntios 2:14).

Em um dos "cânticos dos degraus" há uma alusão magnífica a este "azeite da unção". "Oh! quão bom e quão suave é", diz o salmista, "que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes" (Salmos 133:1-2). Os próprios vestidos do chefe da casa sacerdotal, depois de ele haver sido ungido com o azeite da santa unção, devem mostrar os seus preciosos efeitos. Que o leitor possa experimentar o poder desta unção, e conhecer o que é ter "a unção do Santo" e ser selado com o Espírito Santo da promessa! (1 João 2:20; Ef 1:13). Nada tem valor, segundo a apreciação de Deus, salvo aquilo que está ligado com Cristo, e tudo aquilo que estiver assim ligado com Ele pode receber a santa unção.

C. H. Mackintosh

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