domingo, 6 de janeiro de 2013

A Posição e o Estado do Crente

POSIÇÃO: a completa e perfeita condição, resultado da obra perfeita de Cristo, em que se encontra cada crente diante de Deus, recebida por graça, mediante a fé. Alguns títulos dados a essa elevada posição: filho, santo, irrepreensível, assentado nos lugares celestiais, herdeiro, sacerdote, etc. Não se pode perder essa posição, assim como não se pode deixar de ser filho de alguém. Tem dúvidas quanto à sua salvação? Dê uma olhada nesses links: [1, 2]):

"Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus" (1 Jo 5.1).
"E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo" (Rm 8.17).
"Para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós, que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo" (1 Pe 1.4,5).


ESTADO: é a conduta do crente neste mundo. É resultado da salvação, e não condição para ser salvo. Resulta de fazer a vontade de Deus, andando em Espírito (Rm 8).

"E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais... Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?" (1 Co 3.1-3).
"Mas agora (falando à igreja de Colossos), despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos" (Cl 3.8,9).

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O crente não está sob um período de experiência para que se verifique se é digno de uma posição inconcebivelmente elevada; antes, principiando pela confissão de sua total indignidade, ele recebe a posição totalmente como o resultado da obra de Cristo. Sua posição é a de alguém aperfeiçoado para sempre (Hb 10.14), mas, olhando para o interior, para sua condição / estado, ele deve dizer: "Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito" (Fl 3.12).

Seria possível dizer que todo o trabalho subsequente de Deus em seu favor, a aplicação da Palavra a sua caminhada e consciência (Jo 17.17; Ef 5.26), as disciplinas exercidas pela mão do Pai (Hb 12.10; 1 Co 11.32), o ministério do Espírito (Ef 4.11,12), todas as dificuldades e provações em meio ao deserto (1 Pe 4.12-14) e a transformação final quando o Senhor se manifestar (1 Jo 3.2) - tudo tem o propósito de levar o caráter do crente à perfeita conformidade com a posição que ele passa a ter no instante de sua conversão. Ele cresce em graça, de fato, mas não se torna digno dela.

Um príncipe, enquanto é uma criança pequena, é provavelmente tão voluntarioso e ignorante quanto as demais crianças pequenas. Algumas vezes, pode ser muito obediente, receptivo ao ensino e carinhoso - e, então, fica feliz e recebe aprovação. Outras vezes, pode ser indisciplinado, teimoso e desobediente - e, então, torna-se infeliz e, talvez, receba uma punição. Contudo, não deixa de ser menos príncipe nestes dias do que naqueles. Pode-se esperar que, conforme o tempo passe, ele aprenda a se colocar em voluntária e afetuosa submissão em relação a todo caminho correto, e então sua conduta será mais adequada à de um príncipe - mas não será realmente mais príncipe do que antes. Ele nasceu príncipe.

No caso de todo filho verdadeiro do Rei dos reis e Senhor dos senhores, esse crescimento à imagem do rei é garantido. No final, posição e condição, caráter e lugar serão iguais. Mas a posição não é a recompensa do caráter aperfeiçoado - o caráter é desenvolvido a partir da posição.

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