(Comentário Êxodo 3)
"E disse Deus mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, O DEUS de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque; e o Deus de Jacó, me enviou a vós: este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração." (v. 15)
Esta declaração encerra uma verdade muito importante — uma verdade que muitos crentes professos parece terem esquecido, a saber: que a relação de Deus com Israel é eterna. Ele é tanto o Deus de Israel agora como o era quando os visitou na terra do Egito. Além disso, Ele ocupa-Se com Israel agora tanto como então, se bem que de um modo diferente. A Sua Palavra é clara e explícita: "este é meu nome eternamente". Não diz "este é meu nome por um tempo, tanto tempo quanto eles continuarem a ser o que devem ser". Não; mas "este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração".
Que o leitor pondere isto. "Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu" (Rm 11:2). Obedientes ou desobedientes, unidos ou dispersos, manifestos perante as nações ou escondidos da sua vista, são ainda o Seu povo. São o Seu povo e o Senhor é o seu Deus. A declaração do versículo 15 do capítulo 3 de Êxodo é irrefutável. A igreja professa não pode justificar-se de ignorar uma relação que Deus diz deve durar eternamente. Tenhamos cuidado como empregamos a palavra "eternamente". Se dissermos que não significa eternamente, quando aplicada a respeito de Israel, que provas temos de que quer dizer eternamente quando aplicada a nosso respeitou? Deus quer dizer aquilo que diz; e em breve mostrará aos olhos de toda a terra que a Sua relação com Israel sobrevirá todas as resoluções do tempo. "Porque os dons e avocação de Deus são sem arrependimento" (Rm 11:29). Quando o Senhor disse "este é meu nome eternamente" falou em sentido absoluto. "EU SOU" declarou que é o Deus de Israel para sempre, e os gentios serão obrigados a compreender esta verdade e a inclinarem-se perante ela, assim como a reconhecer que todos os desígnios providenciais de Deus a seu respeito bem como o seu próprio destino estão ligados de um modo ou de outro com esse povo favorecido e honrado, ainda que julgado e disperso agora.
"Quando o Altíssimo distribuía as heranças às nações, quando dividia os filhos de Adão uns dos outros, pôs os termos dos povos, conforme o número dos filhos de Israel. Porque a porção do SENHOR é o seu povo; Jacó é a parte da sua herança" (Dt 32:8-9). Isto deixou de ser verdade? O Senhor perdeu a Sua "porção" e largou "a parte da sua herança"? A Sua vista de terno amor já não está fixada sobre as tribos dispersas de Israel, há muito tempo perdidas para a visão humana? Os muros de Jerusalém já não estão perante Ele? Ou deixou o seu pó de ser precioso aos Seus olhos? Para responder a estas interrogações seria preciso citar uma grande parte do Velho Testemunho e uma parte não menor do Novo, mas este não é o lugar para examinar pormenorizadamente um tal assunto. Quero apenas dizer, em conclusão deste capítulo, que a Cristandade não deve ser ignorante "Certo sim! este segredo... que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E, assim, todo o Israel será salvo" (Rm 11:25-26).
C. H. Mackintosh. Fonte: http://pt.scribd.com/doc/171983396/2-Notas-Sobre-o-Pentateuco-Exodo-C-H-Mackintosh
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