sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O Dia de Pentecostes

(Comentário Atos 2 - Parte 1)

A festa judaica de Pentecostes pode ser chamada de o dia do nascimento da igreja cristã. Essa era também a data em que se comemorava a entrega das tábuas da lei a Moisés, no monte Sinai. Aparentemente, judeus não comemoravam esse evento. Cinquenta dias após a ressurreição do Senhor, a igreja foi formada e sua história teve início. Os santos do Antigo Testamento não faziam parte dessa igreja do Novo Testamento. Ela nunca existiu de fato, até o dia de Pentecostes.

Todos os santos, desde o início, tiveram direito à mesma vida eterna, já que todos são filhos do mesmo Deus e Pai, e todos morarão no mesmo céu; mas os santos do Antigo Testamento pertencem a outras dispensações, que aconteceram antes da vinda de Cristo. Nas Escrituras, cada dispensação tem seu início, desenvolvimento, declínio e término e todas terão seu próprio reflexo no céu. Tanto as pessoas quanto as dispensações em que elas viveram serão indistintas lá.

Por isso, em Hebreus 11, ao falar sobre os antigos heróis da fé, o apóstolo diz: “E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados” (vv. 39-40). Obviamente, se Deus proveu alguma coisa melhor para nós, tem de ser alguma coisa diferente também. Não nos oponhamos própria palavra de Deus. Além disso, em Mateus 16 diz: “Sobre esta pedra edificarei a Minha igreja” (v. 18). E ao mesmo tempo, Ele deu as chaves para Pedro abrir as portas da nova dispensação. Até então, Ele não tinha edificado sua igreja, e as portas do reino não estavam abertas. Mas a diferença entre o antigo e o novo se tornará mais evidente quando falarmos dos grandes eventos do dia de Pentecostes. Vamos começar com os tipos de Levítico 23.

Foi ordenado aos filhos de Israel que levassem ao sacerdote um feixe das primícias da colheita deles, para que ele o movesse diante do Senhor, a fim de que o povo fosse aceito por Deus (vv. 9-11). Acreditamos que esse ritual prenunciava a ressurreição de nosso Senhor, na manha seguinte ao sábado judeu, base da aceitação cristã diante de Deus no Cristo ressurreto. “Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes entrado na terra, que vos hei de dar, e fizerdes a sua colheita, então trareis um molho das primícias da vossa sega ao sacerdote; e ele moverá o molho perante o Senhor, para que sejais aceitos; no dia seguinte ao sábado o sacerdote o moverá” (veja Mateus 28 e Marcos 16).

A festa de Pentecostes era celebrada sete semanas após o mover dos feixes. A oferta das primícias era considerada o primeiro dia da colheita na Judeia, supostamente no dia de Pentecostes celebrava a colheita final do milho como totalmente realizada. Então eles tinham uma santa convocação. Dois pães, feitos com a farinha da nova colheita, caracterizavam essa festa. Os pães tinham de conter fermento e de serem trazidos de cada casa. Alguns pensam que esses dois pães prefiguravam a convocação para formar a igreja, composta tanto por judeus quanto pelos gentios. Pode ser, mas o que importa aqui é o número. Em Israel eram necessárias duas pessoas para validar um testemunho. O fermento indica, sem dúvida, o pecado que habita dentro do crente e, é claro, na igreja, vista em sua condição temporal.

Juntamente com a oferta movida - belo tipo do ressurreto Cristo puro e santo - eram oferecidos sacrifícios de aroma suave, mas nenhum sacrifício pelo pecado. Já com os dois pães - tipo dos que estão em Cristo - uma oferta pelo pecado se faz necessária, pois o pecado está presente e tem de ser coberto. Embora o perfeito e definitivo sacrifício de Cristo resolvesse totalmente a questão da natureza pecaminosa e dos pecados cometidos ao longo da vida, ainda na prática e na experiência, o pecado habita em nós e habitará enquanto estivermos neste mundo. Todos reconhecem isso, embora nem todos possam compreender a perfeição da obra de Cristo. O cristão foi aperfeiçoado para sempre através de uma única oferta, ainda que tenha de se humilhar e confessar a Deus cada falha.

O significado simbólico de Pentecostes ficou evidenciado de maneira notável na descida do Espírito Santo. Ele desceu para reunir os filhos de Deus que se achavam espalhados (João 11:52). Devido a esse grande evento, o sistema do judaísmo foi colocado de lado, e um novo vaso do testemunho - a igreja de Deus - foi introduzido ao mundo. 

A. Miller. Fonte: http://tinyurl.com/ol75k56

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