O "cinto" é o símbolo bem conhecido do serviço; e Cristo é o Servo perfeito — o Servo dos desígnios divinos e das necessidades profundas e variadas do Seu povo. Com espírito de sincera dedicação, que nada podia impedir, Ele cingiu-se para a Sua obra; e quando a fé vê assim o Filho de Deus cingido julga, certamente, que nenhuma dificuldade é grande demais para Si. No símbolo que temos perante nós vemos que todas as virtudes, méritos, e glórias de Cristo, na Sua natureza divina e humana, entram plenamente no Seu caráter de servo. "E o cinto de obra esmerada, do seu éfode, que estará sobre ele, será da mesma obra, da mesma obra de ouro, e de pano azul e de púrpura, e de carmesim e de linho fino torcido" (versículo 8). A fé disto deve satisfazer todas as necessidades da alma e os mais ardentes desejos do coração. Não vemos Cristo apenas como a vítima imolada no altar, mas também como o cingido Sumo Sacerdote sobre a casa de Deus. Bem pode, pois, o apóstolo inspirado dizer, "cheguemo-nos,... retenhamos... consideremo-nos uns aos outros" (Hebreus 10:19-24).
"Também porás no peitoral do juízo Urim e Tumim", (luzes e perfeições) "para que estejam sobre o coração de Arão, quando entrar diante do Senhor; assim, Arão levará o juízo dos filhos de Israel sobre o seu coração, diante do Senhor, continuamente" (versículo 30). Aprendemos em várias passagens da Escritura que o Urim estava relacionado com a comunicação da mente de Deus, quanto às diferentes questões que se levantavam nos pormenores da história de Israel. Assim, por exemplo, na nomeação de Josué, lemos; "E se porá perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele consultará, segundo o juízo de Urim, perante o Senhor" (Num. 27:21). "E de Levi disse: Teu Tumim e teu Urim (as tuas perfeições e luzes) são para o teu amado... ensinaram os teus juízos a Jacó e a tua lei a Israel" (Deuteronômio 33:8-10). "E perguntou Saul ao Senhor, porém o Senhor lhe não respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas" (1 Samuel 28:6). "E o tirsata lhes disse que não comessem das coisas sagradas, até que houvesse sacerdote com Urim e com Tumim" (Esdras 2:63). Vemos assim que o sumo sacerdote não só levava o juízo da congregação perante o Senhor, como comunicava também o juízo do Senhor à congregação — solenes, importantes, e preciosas funções! É o que temos, com perfeição divina, no nosso "grande sumo sacerdote, ...que penetrou nos céus" (Hebreus 4:14). Leva continuamente o juízo do Seu povo sobre o coração, e, por intermédio do Espírito Santo, comunica-nos o conselho de Deus a respeito dos pormenores mais insignificantes da nossa vida diária. Não temos necessidade de sonhos ou visões: se andarmos em Espírito, desfrutaremos toda a certeza que pode conceder o perfeito "Urim" sobre o coração do nosso Sumo Sacerdote.
C. H. Mackintosh
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