domingo, 28 de julho de 2013

A Restauração do Povo Judaico

(Comentário Gênesis 45)

"Então, José não se podia conter diante de todos os que estavam com ele; e clamou: Fazei sair daqui a todo o varão; e ninguém ficou com ele quando José se deu a conhecer a seus irmãos" (capítulo 45:1). Nenhum estranho foi autorizado a presenciar esta cena sagrada. Qual o estranho que poderia compreendê-la ou apreciá-la?- Somos convidados aqui a testemunhar, de fato, convicção por operação divina na presença de graça divina; e nós podemos dizer, que quando estas se encontram há um acordo fácil de todas as questões.

"E disse José a seus irmãos: Peço-vos, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse ele: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. Agora, pois, não vos entristeçais nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque, para conservação da vida, Deus me enviou diante da vossa face. ...para conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande livramento. Assim, não fostes vós que me enviaste para cá, senão Deus" (capítulo 45:4-8). Isto é graça de verdade, e põe a consciência perfeitamente em paz. Os irmãos já se haviam condenado a si próprios inteiramente, e por isso José só teve que deitar o bálsamo bendito em seus corações. Tudo isto é agradavelmente figurativo dos desígnios de Deus com Israel, nos últimos dias, quando olharem para "Aquele a quem traspassaram, e O prantearão". Então experimentarão a realidade da graça divina e a eficácia purificadora daquela "fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, contra o pecado e contra a impureza" (Zc 12:10; 13:1).

No capítulo 3 de Atos vemos o Espírito de Deus procurando por meio de Pedro produzir esta convicção divina nas consciências dos Judeus. "O Deus de Abraão, e de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Filho Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, tendo ele determinado que fosse solto. Mas vós negastes o Santo e o Justo e pedistes que se vos desse um homem homicida. E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos testemunhas" (At 3:13-15). Estas palavras eram destinadas a arrancar dos corações e lábios dos ouvintes a confissão feita pelos irmãos de José — "somos culpados." Então segue-se a graça: "E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância, como também os vossos príncipes. Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado: que o Cristo havia de padecer. Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério, pela presença do Senhor" (At 3:17-19). Vemos aqui que, embora os Judeus tenham realmente manifestado a inimizade de seus corações na morte de Cristo, assim como os irmãos de José fizeram no seu tratamento para com ele, a graça de Deus para com cada um é vista nisto, que tudo é apresentado como tendo sido previsto e decretado por Deus para sua bênção. Isto é graça perfeita, que excede todo o nosso entendimento; e tudo que é necessário a fim de poder gozar-se a sua alegria é uma consciência verdadeiramente convicta pela verdade de Deus. Aqueles que podiam dizer: "somos culpados", podiam compreender igualmente as palavras preciosas da graça: "não fostes vós, mas Deus". Assim tem que ser sempre. A alma que tiver pronunciado a sua própria condenação, está preparada para compreender e apreciar o perdão de Deus.

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