quinta-feira, 11 de julho de 2013

O Senhor Jesus Cristo no Centro (Parte 1)

É muito importante que você compreenda claramente o que significa a presença do Senhor no centro da assembléia (igreja local); mas a condição necessária para que a promessa da Sua presença seja cumprida também não pode ser esquecida. Ele nunca prometeu estar em qualquer lugar onde os santos estivessem reunidos e nem tampouco afirmou que todos os que se reunissem, como cristãos, para adorá-Lo, poderiam contar com Sua presença. Suas palavras são: "Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí, estou Eu no meio deles" (Mateus 18.20). Sendo assim, a condição essencial é que os santos estejam reunidos em (ou 'ao') Seu nome, e se isto não for cumprido na íntegra, a promessa da Sua presença não será levada a efeito.

Nosso primeiro objetivo, portanto, será explicar o que significa esta condição. Devo esclarecer que uma tradução mais correta do texto seria "para" ou "ao Meu nome", pois a preposição aqui usada como "em" invariavelmente tem o significado de "em o", "ao" ou "para". Portanto o significado mais apropriado aqui é "reunidos ao Meu nome". Cabe ainda ressaltar que esse "nome" não é usado aqui apenas como um título, mas, como normalmente acontece nas Escrituras, trata-se de uma expressão de tudo o que Cristo é. Assim, quando o Senhor Se dirige ao Pai, para falar de Seus discípulos, dizendo, "Eu lhes fiz conhecer o Teu nome, e lho farei conhecer mais" (João 17.26a), não estava querendo dizer que revelou-lhes meramente o fato de que Deus também leva o nome de Pai, mas que esteve lhes ensinando tudo o que Deus era para eles nesta relação de parentesco. E acrescenta que já havia feito isso, e também ainda iria fazê-lo, "para que o amor com que Me tens amado esteja neles, e Eu neles esteja". (João 17.26b) O que Ele desejava era que os discípulos entendessem o que Deus era para eles como Pai, e ainda revelava que eles seriam levados a desfrutar de todo o amor que Deus, como Pai, tinha para lhes dar. 

O Valor do Nome de Cristo

De um modo semelhante, a palavra "nome" na passagem citada no início (Mateus 18.20) expressa tudo o que Cristo é como homem glorificado e como Senhor no relacionamento que agora mantém com o Seu povo. Quando digo que agora mantém é porque ficou bem evidente que as palavras em João 17.26 foram proferidas acerca de uma época quando Ele estaria ausente. Do mesmo modo, em Mateus 16.18 Ele diz, "edificarei a Minha Igreja", apontando para uma época futura, e a passagem na qual a palavra "nome" ocorre (Mateus 18.20) está ligada à ação disciplinar da igreja no versículo 17. É óbvio que enquanto Ele estava neste mundo os discípulos não poderiam estar reunidos ao Seu nome, pois ainda estavam com Ele, seu Mestre e Senhor.

Podemos então tomar a palavra "nome" como expressão da Pessoa de Cristo - Ele próprio, em toda a verdade da Sua Pessoa, como Aquele que foi ressuscitado e glorificado à destra de Deus. Fica evidente que Cristo é o único objeto que nos une, e nosso único centro de atração quando estamos reunidos, pois o Espírito Santo nunca irá reunir crentes para qualquer outra coisa senão Cristo. Basta qualquer coisa ser acrescentada - seja uma doutrina peculiar, ou uma forma de governo eclesiástico em especial - e a reunião já não estará em conformidade com o pensamento de Deus

O Único Centro

Se, por exemplo, eu concordasse em me reunir com alguns outros crentes com pontos de vista em comum, não poderíamos estar reunidos somente ao nome de Cristo, pois algo estaria sendo acrescentado ou suprimido. Mas se estivesse reunido com aqueles que reconhecem que o próprio Cristo é o único centro de atração; com aqueles que aceitam Sua autoridade como Senhor; que se submetem à Sua Palavra, e deixam que tudo seja regido por ela quando reunidos, então a reunião seria ao Seu nome. E somente neste caso, pois onde for reconhecida a autoridade do homem, suas tradições ou seus regulamentos, não importa qual seja o grau de piedade individual daqueles envolvidos, não se trata de uma reunião no mesmo caráter.

Ora, é somente no meio de Seu povo reunido desse modo que o Senhor prometeu estar. "Aí, estou Eu no meio deles." Isto por si só demonstra a extrema importância de se estar reunido ao Seu nome, pois, como dissemos, se esta condição for negligenciada, não teremos fundamento algum para contar com a Sua presença. Não basta falarmos que estamos cumprindo esta condição. O ponto essencial é: Será que o Senhor reconhece que a estamos cumprindo? Ele é o Juiz. Portanto seria uma presunção contar com a Sua presença em nosso meio, se estivéssemos nos reunindo de acordo com nossos próprios pensamentos - sem levar em consideração a Sua Palavra. Mas "onde estiverem dois ou três reunidos em (ou ao) Meu nome, aí, estou Eu no meio deles".

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