sábado, 16 de março de 2019

O Combate Contra Amaleque

(Comentário Êxodo 17)

(Continuação do post anterior) Assim é também com a Igreja de Deus. As vitórias sobre as quais se baseiam a sua paz eterna e bem-aventurança foram ganhas para ela por Cristo combatendo sozinho. Ele esteve sozinho na cruz e só na sepultura. A Igreja teve de ficar de parte, pois como poderia ela estar ali? Como poderia ela vencer Satanás, suportar a ira de Deus ou tirar à morte o seu aguilhão? Era impossível. Estas coisas estavam fora do alcance dos pecadores, mas não fora do alcance d'Aquele que veio para os salvar e que era o único que podia levar sobre Seus ombros o peso poderoso de todos os seus pecados e tirar o fardo para sempre por meio do Seu sacrifício, de forma que Deus o Espírito Santo, emanando de Deus o Pai, em virtude da expiação efetuada pelo Deus Filho, pode fazer morada na Igreja coletivamente e em cada um dos seus membros individualmente.

Ora é quando o Espírito Santo faz assim morada em nós, em consequência da morte e ressurreição de Cristo, que começa o nosso conflito. Cristo combateu por nós; o Espírito Santo luta em nós. O próprio fato de desfrutarmos este primeiro rico despojo da vitória coloca-nos em conflito direto com o inimigo. Mas a nossa consolação é sabermos que somos feitos vencedores mesmo antes de entrarmos no campo da luta. O crente entra na peleja cantando "Graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Coríntios 15:57). Portanto, não combatemos como coisa incerta, batendo no ar, enquanto procuramos subjugar o nosso corpo e reduzi-lo à servidão (1 Coríntios 9:26-27). "... Somos mais do que vencedores por Aquele que nos amou" (Romanos 8:37). A graça em que nos apoiamos toma a carne inteiramente desprovida de poder para dominar sobre ela em nós (veja Romanos 6). Se a lei é "a força do pecado", a graça é a fraqueza da lei. A lei concede poder ao pecado sobre nós; a graça dá-nos poder sobre o pecado.

"Pelo que disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai e peleja contra Amaleque; amanhã, eu estarei sobre o cume do outeiro, e a vara de Deus estará na minha mão. E fez Josué como Moisés lhe dissera, pelejando contra Amaleque; mas Moisés, Arão e Hur subiram ao cume do outeiro. E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão Israel prevalecia; mas quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia. Porém as mãos de Moisés eram pesadas; por isso, tomaram uma pedra, e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado e o outro, do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pôs. E, assim Josué desfez a Amaleque e ao seu povo ao fio de espada" (versículos 9 a 13).

Aqui temos duas coisas distintas, a saber: o combate e a intercessão. Cristo está nas alturas por nós, enquanto o Espírito Santo conduz a luta terrível em nós. Estas duas coisas andam juntas. É na medida que compreendemos, pela fé, a eficácia da intercessão de Cristo em nosso favor que fazemos frente (ou nos opomos) à nossa natureza pecaminosa.

C. H. Mackintosh

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