terça-feira, 28 de maio de 2019

A Manifestação de Deus

(Comentário Êxodo 24)

"E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú e setenta dos anciãos de Israel, e viram o Deus de Israel e debaixo de seus pés havia como uma obra de pedra de safira e como o parecer do céu na sua claridade. Porém ele não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel; mas viram a Deus, e comeram e beberam" (versículos 9 a 11). Assim se manifestava "o Deus de Israel" em luz e pureza, majestade e santidade. Nada disto era o desenrolar dos afetos do coração do Pai ou os doces acentos da voz do Pai derramando paz e inspirando confiança no coração. Não; a "obra de pedra de safira" falava daquela pureza e luz inacessíveis que obrigavam o pecador a manter-se "longe". Contudo, eles "viram a Deus e comeram e beberam". Prova tocante da tolerância e da misericórdia divina bem como do poder do sangue! Encarando o conjunto desta cena como uma simples ilustração, existe nela muito para interessar o coração. O campo demarcado está em baixo, em cima o pavimento de safira; mas o altar, ao pé do monte, fala-nos desse caminho pelo qual o pecador pode subtrair-se à corrupção da sua própria condição e elevar-se à presença de Deus, para aí fazer festa e adorar em perfeita paz. O sangue que corria em redor do altar era o único direito que o homem tinha para subsistir na presença dessa glória cujo parecer "era como um fogo consumidor no cume do monte aos olhos dos filhos de Israel".

"E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte; e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites." Para Moisés isto significava uma posição verdadeiramente elevada e santa. Foi chamado aparte da terra e das coisas terrenas. Alheado das influências naturais, é encerrado com Deus para ouvir da Sua boca os profundos mistérios da Pessoa e obra de Cristo; porque é isso, com efeito, que nos é representado no tabernáculo, cheio de significação em todos os seus acessórios—"figuras das coisas que estão nos céus" (Hebreus 9:23).

O bendito Senhor sabia bem qual ia ser o fim do concerto das obras do homem; todavia, mostra a Moisés, em figuras e sombras, os Seus preciosos pensamentos de amor e desígnios eternos de graça, manifestados e garantidos por Cristo.

Bendita seja para sempre a graça que não nos deixou sob um concerto de obras. Bendito seja Aquele que aquietou os trovões da lei e apagou as chamas do monte Sinai pelo sangue do concerto eterno (Hebreus 13:20) e que nos deu uma paz que nenhum poder da terra ou do inferno pode abalar. "Aquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele glória e poder para todo o sempre. Amém" (Apocalipse 1:5-6).

C. H. Mackintosh

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