segunda-feira, 13 de abril de 2020

A Flor de Farinha Amassada com Azeite -- Parte 4

(Comentário Levítico 2 A OFERTA DE MANJARES: CRISTO NA SUA HUMANIDADE)

Como é então que os crentes são unidos a Cristo? É na encarnação ou na ressurreição? Na ressurreição certamente. Como é que isto se prova? "Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer fica ele " (João 12:24). Deste lado da morte não podia haver união entre Cristo e o Seu povo. É no poder de uma nova vida que os crentes são unidos a Cristo. Eles estavam mortos em pecado, e Ele, em perfeita graça, desceu e, apesar de puro e imaculado em Si próprio, "foi feito pecado" — "morreu para o pecado—, tirou-o, ressuscitou triunfante sobre ele e na ressurreição tornou-Se a Cabeça de uma nova raça. Adão era a cabeça da velha criação, que caiu com ele. Cristo, pela Sua morte, pôs-se a Si próprio sob todo o peso da condição do Seu povo, e havendo satisfeito tudo que era contra eles, ressuscitou vitorioso sobre tudo e levou-os consigo para a nova criação, da qual Ele é o centro e a Cabeça gloriosa. Por isso lemos: "O que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito" (1 Coríntios 6:17). "Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos) e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus" (Efésios 2:4-6). "Porque somos membros do seu corpo, da Sua carne e dos seus ossos" (Efésios 5:30). "E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas" (Colossenses 2:13).

Poderíamos multiplicar as passagens, porém as que reproduzimos são amplamente suficientes para provar que não foi na encarnação, mas na morte, que Cristo tomou uma posição na qual o Seu povo pôde ser "vivificado com ele". Isto parece insignificante ao leitor? Examine-o à luz da Escritura. Pese todas as conseqüências. Considere-o em relação com a pessoa de Cristo, com a Sua vida e com a Sua morte, com a nossa condição, por natureza, na velha criação, e o nosso lugar, por misericórdia, na nova. Considere-o assim, e estou persuadido que não voltará a considerá-lo como um assunto de pouca importância. De uma coisa, pelo menos, pode o leitor estar certo, que o autor destas páginas não escreveria uma simples linha para provar este ponto, se não o considerasse pleno dos mais importantes resultados. O conjunto da revelação divina está unido de tal maneira e tão bem ajustado pela mão do Espírito Santo — é tão consistente em todas as suas partes — que, se uma verdade é alterada, todo o seu arco é prejudicado. Esta consideração deveria bastar para produzir na mente de todo o cristão uma santa atitude de precaução, a fim de evitar que, por qualquer golpe rude, ele possa prejudicar a beleza da superestrutura. Cada pedra deve ser deixada no seu lugar divinamente marcado; e a verdade acerca da Pessoa de Cristo é incontestavelmente a pedra principal da abóbada.

C. H. Mackintosh

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