sexta-feira, 19 de abril de 2013

O Encontro de Jacó com Esaú

(Comentário Gênesis 33)

Podemos ver nestes dois capítulos (33 e 34) como os temores de Jacó eram infundados, e quão inúteis eram os seus planos. Não obstante a luta, o toque da juntura da sua coxa, e o coxear, vemos Jacó ainda ocupado com planos. "E levantou Jacó os seus olhos e olhou, e eis que vinha Esaú, e quatrocentos homens com ele. Então, repartiu os filhos entre Léia e Raquel, e as duas servas. E pôs as servas e seus filhos na frente e a Léia e a seus filhos, atrás; porém a Raquel e José, os derradeiros". Estes preparativos são prova da continuação dos seus temores. Previa ainda a vingança de Esaú, e expôs aqueles que menos lhe interessavam ao primeiro golpe dessa vingança.
 
Como as profundezas do coração humano são assombrosas! Como é tardo em confiar em Deus! Se Jacó tivesse confiado realmente em Deus nunca teria receado a destruição de sua família; mas, enfim, o coração sabe alguma coisa da dificuldade de descansar simplesmente em confiança calma num Deus infinitamente gracioso, Todo-Poderoso e Onipresente.
 
Mas, note-se, agora, como a ansiedade do coração era desnecessária. "Então, Esaú correu-lhe ao encontro e abraçou-o; e lançou-se sobre o seu pescoço e beijou-o; e choraram". O presente era inteiramente desnecessário; o plano inútil. Deus "aplacou" Esaú, como já havia acalmado Labão. É assim que Ele Se deleita em repreender os nossos pobres corações, covardes e incrédulos, e afugentar todos os nossos temores. Em vez da temida espada de Esaú, Jacó encontra o abraço e beijos de seu irmão; em vez de luta, eles misturam as suas lágrimas. Tais são os caminhos de Deus

Quem não confiará n'Ele? Quem não O honrará com a plena confiança do coração? Porque é que, não obstante toda a evidência agradável da Sua fidelidade para com aqueles que põem a sua confiança n'Ele, estamos tão prontos, em todas as ocasiões, a duvidar e hesitar. A resposta é simples: não estamos suficientemente unidos a Deus. "Une-te pois a Ele, e tem paz, e assim te sobrevirá o bem" (Jó 22:21). Isto é verdadeiro, quer seja acerca do pecador inconvertido, ou de um filho de Deus. Conhecer verdadeiramente a Deus (verdadeira intimidade com Ele) é vida e paz. "E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (João 17:3). Quanto mais perfeito for o nosso conhecimento de Deus, tanto mais sólida será a nossa paz, e mais elevadas serão as nossas almas acima de toda a dependência da criatura. "Deus é uma rocha", e nós precisamos apenas de alijar todo o nosso peso sobre Ele, para sabermos quão poderoso é para nos suster.

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